quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A arte de esquecer!

Pôr os sentimentos de lado é permitir que a vida prossiga.

O livro mais triste que conheço sobre o amor se chama O legado de Eszter, do húngaro Sándor Márai. Quando o li, tive a sensação de que minha vida, como a da personagem, seria destruída pela esperança de um romance irrecuperável. Eszter espera pela visita do grande amor do passado, que a salvará de uma existência de solidão e vergonha. Eu esperava pelo retorno de uma mulher que nunca voltou.

Lembro o livro, o período e a dor como partes de um mesmo corpo. A prosa límpida e hipnótica de Márai ligava a vida da mulher no início do século XX à minha, que se desenrolava às vésperas do século XXI. As personagens e as palavras dele deram àquele momento as cores de uma profunda melancolia, mas a tingiram, ao mesmo tempo, de uma estranha lucidez. Lembro-me de pensar, de forma um pouco dramática, que afundava de olhos abertos.

Fui procurar ontem o livro na minha estante e descobri que não está mais lá. Sumiu, assim como o afeto inextinguível que eu sentia. Alguém levou meu livro embora, ou se esqueceu de devolvê-lo. O tempo dispôs silenciosamente da minha paixão. Diante disso, me ocorre que esquecer é uma benção – ou uma arte, a aprimorar meticulosamente ao longo da vida. Pôr pessoas e sentimentos de lado é permitir que a existência prossiga.

Não há nada que eu gostaria tanto de ensinar aos outros e a mim mesmo como a capacidade de deixar sentimentos para trás. Olho ao redor e vejo gente encalhada como barcos na areia. Homens e mulheres. Esperam pelo passado, embora a vida se espraie em possibilidades à volta delas. Precisam de tempo para se recuperar, mas carecem de luz. Necessitam entender que a dor – embora inevitável – não constitui uma virtude, nem mesmo um caminho. Tem apenas ser superada, para que o futuro aconteça.

A Eszter de Márai vive encarcerada no universo moral e jurídico legado a ela pelo século XIX. Mulher, seu destino era ligado às decisões de um homem, Lajos. Ela espera porque não tem meios de agir. Ser corrompida pela esperança e pelo perdão é o que lhe resta. Sua posição na sociedade consiste numa espécie inexorável de destino.

Não há, no mundo em que vivemos, uma jaula social correspondente aessa. Fazemos nossas escolhas no interior de amplos limites existenciais. Somos inteiramente responsáveis por nossos sentimentos, ou ao menos pelas atitudes que tomamos diante deles. Se decidimos ficar e esperar, se permitimos nos tornar o objeto passivo das manipulações ou indecisões alheias, não há um Lajos a quem acusar.

Ainda assim, construímos prisões mentais à nossa volta. Prisioneiros de uma noção ridícula de amor do século XIX, quando ainda não havia liberdade pessoal, imaginamos que o amor é único e eterno – e que perdê-lo equivale a perder a vida, como um trem que passasse uma única vez numa estação deserta. Nada mais longe da realidade. Nossa vida se abre desde o início em múltiplas possibilidades e se desenvolve em companhia de inúmeras pessoas. Alguns terão papéis importantes e duradouros. Outros serão passagens breves e luminosas, como uma tarde de verão. Todos, com uma ou outra exceção monumental, veremos partir. Nós mesmos iremos embora em incontáveis ocasiões. Nos restará o desapego, como antes só restava a Eszter a resignação.

Por isso, a arte de esquecer é essencial. Ela me parece a mais moderna das sabedorias sentimentais, aquela que mais permite mover-se no mundo como ele é, não como nos fizeram crer que ele seria. Nesse mundo haverá sexo, haverá paixão e, às vezes, haverá amor. É provável que haja desencontro e ruptura e que sejamos forçados a começar de novo, sozinhos. Esse é o ciclo da vida como ela se apresenta no século XXI. Nele, deixar para trás e esquecer é tão essencial quanto reconhecer e se vincular. Consiste no nosso legado sentimental. Ele começou a ser elaborado por tipos rebeldes nos anos 60 e continua a ser refeito hoje em dia. Nada tem a ver com o legado de Eszter, embora este ainda nos ensine e nos comova.


IVAN MARTINS / REVISTA ÉPOCA.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O ego frágil dos homens

Eles não conseguem encarar suas fraquezas, muitos menos contá-las.
Foi um colega de trabalho quem disse a frase inesquecível: você percebe que foi humilhado, que seu chefe passou dos limites, quando não consegue contar para sua mulher a bronca que levou no escritório.
Esse comportamento – que me parece rigorosamente verdadeiro, além de universal – revela muito sobre a psicologia masculina e sobre suas desvantagens em relação ao jeito como as mulheres lidam com o mundo e com elas mesmas. Homens não dizem a verdade. Eles contam vantagem, enquanto as mulheres contam tudo.
Pensem numa roda de mulheres discutindo o cotidiano do trabalho. Parece um muro de lamentações. Elas descrevem em detalhes as humilhações a que são submetidas, falam dos sapos terríveis que engoliram, descrevem sem pudores a própria covardia ao lidar com a agressividade do chefe ou da chefe.
Na mesma situação, os homens mentem e omitem. A grosseria do chefe que ficou sem resposta se transforma numa discussão épica. A bronca degradante vira um pedido de demissão em voz alta. A covardia, o recuo, o rabo entre as pernas, são contados com cores irreconhecíveis – ou silenciados, como se não houvesse acontecido.
Isso torna difícil entender a vida dos homens quando contada por eles mesmos. São tantos os filtros, tantas as distorções, que a realidade fica de fora. Isso vale para sexo e romance também. Quando o sujeito é demitido ou tem um enfarte ou é abandonado pela mulher, ninguém entende o que aconteceu. Ele não era amado, respeitado e desejado?
Como disse Fernando Pessoa no Poema em linha reta, os homens são todos príncipes.
Agem assim porque, ao contrário das mulheres, são incapazes de lidar com a realidade de suas próprias fraquezas. Não admitem para eles mesmos suas falhas de caráter. Movem-se por um código de honra inatingível, cruel, pueril, que determina suas vidas desde a infância – e continua a valer, como se fossem meninos, ao longo da vida adulta, embora ela demande outro conjunto de valores e emoções.
A escritora nigeriana Chimamanda Adichie descreve essa questão de forma luminosa. Ela diz que o ego dos homens é frágil, e isso obriga as mulheres a diminuir-se o tempo inteiro, para não feri-los ou humilhá-los. Que casal não se reconhece nessa frase?
Sendo homem, submetido 24 horas por dia às regras draconianas da masculinidade – que repudia o medo, não tolera a fraqueza, despreza a hesitação –, frequentemente tenho inveja das minhas gatas.
Carlota e Elisabeth vivem num mundo mais simples. São como são. Cada uma tem seu temperamento, e não há glória ou vergonha nisso. Carlota é agressiva e mandona. Elisabeth é doce e arisca. Outro dia, quando um cachorro passou pela porta do apartamento, Carlota se atirou sobre ele primeiro, Elisabeth veio logo atrás. Acharam que era uma questão de sobrevivência.
Às vezes me parece que as mulheres parecem as gatas. Elas se aceitam como são, vivem na realidade, não se batem contra moinhos. Seus conflitos são com o mundo, não com elas mesmas. Estão mais preparadas para ser felizes, acho. Vejo grandeza na fraqueza feminina – e muita fraqueza na aparente fortaleza dos homens.
IVAN MARTINS / REVISTA ÉPOCA.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O amor é interesseiro!

Estou aqui, com mais de 60, há alguns anos sozinho e me considero, enfim, na roda. E daí?

Amar é difícil. Principalmente, porque a gente costuma se apaixonar por alguém que não existe e coloca todas as expectativas na primeira pessoa que aparece pela frente. Bastam alguns miados e pronto – já se fala em amor, em compromisso e relação. Você e eu somos românticos, apesar de todos os ossos que tivemos de roer na vida. Acreditamos naquele amor puro, translúcido como um cristal. Ah, meu Deus, será que algum dia existiu? Só se for na imaginação dos escritores românticos. Mesmo um grande autor de livros românticos como Machado de Assis a certa altura mudou de gênero. Tornou-se realista e criou uma suspeita Capitu, que ninguém nunca saberá ao certo se traiu – nem mesmo seu sofrido marido, Bentinho. O que terá feito Machado de Assis tornar-se realista? Talvez tenha descoberto que o amor não é um sentimento único como um vaso de alabastro, mas um conjunto de sensações e, sim, interesses.

Estou aqui, com mais de 60, há alguns anos sozinho e me considero, enfim, na roda. Sempre ouço perguntas, se tento um novo relacionamento.

– O interesse não é porque você é autor de televisão?

– Tem certeza de que não é pela grana?

– Será que gostam de você por você mesmo?
Aí me faço a pergunta: quem sou eu mesmo? Que identidade é essa, única, inexplicável, que define uma pessoa? A alma? Mas alguém está habilitado a decifrar minha alma? Sinceramente, nem eu! Meu corpo? Uau! Depois dos 60, é preciso ser sincero consigo mesmo. Não ganharei mais o título de Mr. Brasil, não serei campeão de natação, muito menos terei barriguinha de tanque. Posso fazer um esforço para não me tornar um barril, mas é isso aí. “Eu mesmo” é uma entidade que não existe de modo absoluto. E se fosse mendigo e pedisse esmola nas ruas? Seria “eu mesmo”? Em tese, continuaria a mesma pessoa. Mas meus sentimentos, raivas, aparência física seriam bem diferentes. Talvez me apaixonasse por alguém que me oferecesse um prato de macarrão. Perdidamente! Sim, poderia continuar a ser um sujeito sensível. Mas alguém descobriria, se eu catasse lata pela rua? E se tivesse seguido uma de minhas outras vocações e fosse pesquisador de biologia, área que amo? Ou historiador (cheguei a cursar até o 3o ano da faculdade de história da USP)? Meus papos seriam outros, minhas companhias também, talvez até meus dentes. As possíveis vidas que poderia ter tido (um acidente, uma deficiência também contam) me levariam a diferenças na forma de ser. Talvez nem sorrisse – mas grunhisse diante de uma existência malévola. Não seria esse “eu mesmo” que sou agora. Recentemente, um ator famoso, com mais de 80, casado com uma moça na casa dos 20, rebateu as críticas:

– Ela cuida de mim agora. Quando me for, cuidarei dela.

Sim, ela pode ter interesse na herança. E daí, se proporciona uma vida agradável a seu velhinho? Conheci uma mulher de família rica que, depois de dois maridos, casou-se com o personal trainer. Um cara ótimo. Ajuda com os filhos dela, nos cuidados da casa, tudo. Aceita alegremente os luxos que ela proporciona. Ouvi muitas críticas ao rapaz. Mas quem é o interesseiro? Ele no dinheiro dela? Ou ela em seu corpo jovem, musculoso e na dedicação? Para mim, é apenas uma troca justa. A gente costuma ser dramático e achar que, um dia, ela aparecerá estrangulada, enquanto ele foge com as joias. Na maioria dos casos, não é o que acontece. Eles vivem a relação, sentem-se felizes, e acham que isso é amor.
Fui criado para acreditar no sentimento avassalador, do príncipe que dança com Cinderela e se apaixona perdidamente. Bem, vamos combinar, Cinderela era interesseira. Nem conhecia o rapaz, mas, já que era príncipe e tinha castelo, casou. O príncipe provavelmente era podólatra, pois saiu de sapatinho na mão, em busca do pezinho da moça. Não importavam o rosto, os cabelos cheios de cinzas e gravetos, nada. Só o pezinho. Não diz a lenda que foram felizes para sempre?

Meses atrás, um amigo diretor, já bem maduro, saía com uma moça lindíssima, cobiçada pelo país todo. Perguntei:

– Mas ela gosta de você?

Ele respondeu, sábio:

– Sabe, sou um pacote. Do pacote, ela gosta sim.

Nunca ouvi maior verdade. Sou um pacote, você provavelmente também é. É esse o grande segredo do amor. Não é uma coisa única, quase uma entidade que nos possui. Mas um belo pacote, bom de desembrulhar.
Walcyr Carrasco / Revista Época.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Mães, escolham o amor para crescer!

Mães, escolham o amor para crescer 

As mães de hoje se veem confrontadas com um desafio múltiplo, cada vez mais complexo. Sua profissão, os filhos, a família e o mais importante: o aumento das inseguranças, os medos que se sentem magnificados, as incertezas, as perdas, as crises etc.. Tudo isso afeta todos os âmbitos e relações, especialmente consigo mesma, cuja expressão se dá em sua autoestima, nos estados anímicos ou na saúde emocional.


Tendemos a classificar a boa ou a má mãe, mas somente existe este ser humano com função maternal entre outras, que está fazendo o melhor que pode a cada momento. Eu creio no coração puro das pessoas com uma boa intenção, muitas vezes apenas manifestam exteriormente suas limitações e seu controle porque estão com medo. Então, o que eu sugiro a todas as mulheres, sejam mães ou não, é focar-se em si mesmas, em aprender a se amarem incondicionalmente, pois assim, poderão amar a todos: filhos, companheiro, familiares, amigos, sem se sentirem exigidas, nem exaustas, descobrindo essa fonte inesgotável de bem-estar, saúde, paz, alegria e amor. Essa fonte está dentro de si mesma e isto é o que ensino; através da prática do sistema Isha, começamos a eliminar as pegadas do medo e a expandir o amor por dentro.

As mães se esforçam por dar, dar, dar a todos e elas ficam por último. Ao longo da história, temos recebido os comentários que se uma mãe se ocupa de si mesma é egoísta, mas realmente, honestamente, é assim? Como podemos esperar ter o necessário para dar a outros, se não temos para dar a nós mesmas? Todas sabemos internamente o que significa isto; eu sempre dava a todos ao meu redor, cuidava de todos e terminava esgotada e com um ressentimento silencioso que crescia até que transbordava. Entendem do que eu estou falando, não é verdade?

O poder de mudar e tomar as decisões de acordo com o que necessitamos a cada momento está dentro de cada um de nós, não se perde nada em experimentar novas respostas, escolher de maneira diferente. As opções que temos são normalmente duas: escolher a partir do medo ou do amor. E como sempre digo: "somos o que escolhemos, escolham o amor".

Falando de forma prática, para que as mães se sintam melhores em sua relação consigo mesmas e com os demais, seguramente terão que abraçar as mudanças. Se estão sempre criticando-se ou aos outros, começar a apreciar-se e ao ambiente, cada detalhe; se estão queixando-se, começar a agradecer pela coisa mais insignificante e pequena.

Você terá tudo a seu favor, se você se propuser a mudar, crescer, aprender a fluir em cada momento com o que a vida lhe traz. Não se pode controlar a vida, então, nossa opção é crescer, expandir nossa consciência, aprender a nos amar incondicionalmente e melhorar nossa qualidade de vida interna e externa. Assim, a vida se torna um descobrimento, uma aventura a ser vivida, ao deixar-se surpreender e estar presente a cada momento com o que se é.

A mãe é uma mulher respondendo em diferentes oportunidades, a necessidades várias; se ela se foca em crescer, expandir sua consciência, em ser mais amor e viver esta liberdade, confiança, alegria e paz que essa expansão de sua consciência traz, sua expressão, em áreas distintas terá essa cor, esse aroma; compartilhará em cada momento, sendo mais, seu ser brilhando em sua excelência.

Desta forma, criará uma maravilhosa vida, sendo mulher, um ser humano cada vez mais pleno. E sua prioridade interna deve ser estar em contato consigo mesma, seu sentir, sua expressão, compartilhando sempre sua verdade, sendo transparente e não transigindo com o custo do autoabandono, mas dizendo exatamente o que sente, em cada momento; e assim criará também isto fora e se sentirá bem consigo mesma e com seu ambiente.

Também como mãe, estará dando um exemplo de ser para seus filhos, de impecabilidade, de verdade, de sensibilidade, de ética e valores que são sua ação, de honestidade, da força que traz a vulnerabilidade, de amor, de alegria e, sobretudo, de paz consigo mesma, que inspirará a quem a rodeia.

A mãe, sendo um ser humano consciente, momento a momento, focada em seu coração, expandindo sua consciência, escolhendo o amor, sendo sensível, natural e sem máscara de forte, vai ter uma presença de autoridade que inspire. Não necessita apresentar uma imagem para isso, vai ser uma energia que se irradia de forma natural, que não tem medo e nem inspira medo, mas que se respeita e é respeitada de forma natural; a autoridade que irradia o amor, que se entrega a tudo e respeita. O mais importante é que esteja conectada consigo mesma e que se desfaça da fantasia, que não seja para que os outros lhe deem, que não seja para ter algo para se agarrar (o filho), mas que tenha tanto amor em si que sobra para poder compartilhar. Senão, transforma-se nestas situações esgotantes, pois havia imaturidade emocional. A mulher tem que poder e saber nutrir esta menina que está dentro e quando tenha que nutrir o filho no externo, será a partir do amor e fluirá sem dúvida.

Tudo que tenho compartilhado com as mães, é válido para os pais, com o acréscimo de que terá que aprender a fluir com o dia a dia da transformação física e emocional da mãe, momento em que terá uma grande oportunidade para compartilhar com ela a abundância de seu amor. E se neste momento o pai sente que não pode, é uma grande oportunidade para crescer neste aspecto, descobrir-se, ser mais e amadurecer, não mais menino, mas homem sensível, vulnerável, proativo e todas as suas qualidades de ser.

E neste processo de transformar-se em mãe e em pai, de abrigar o crescimento deste novo ser chegando, sua sensibilidade e sua transformação inevitavelmente vão inspirando todos a seu redor a fluir e mudar também. Tem-se transmitido, através dos anos, superstições e medos a mãe, que vão passando de geração a geração, perpetuando medos que talvez não sejam realidade de forma alguma. Hoje em dia, a tecnologia tão avançada, dá um apoio muito grande a futura mamãe e sua família e membros ao redor podem então atualizar-se e crescer, transformando a experiência da gravidez e a chegada do novo ser em uma grande celebração individual e coletiva. Um novo ser chegou vibrando amor incondicional, a liberdade absoluta e livre do medo, para nos dar o presente da plenitude, para os adultos recordarem aquilo que nosso coração sabe e criar desde uma experiência adulta, um mundo em paz, em celebração e amor, respeitando essa inocência verdadeira.

por Isha   Isha é mestra espiritual reconhecida internacionalmente como embaixadora da paz. Criou um Sistema para a expansão da consciência que permite a auto-cura do corpo, da mente e das emoções.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Seja Verdadeiro

Lembre-se sempre, não importa o que você esteja fazendo, observe se seu centro está envolvido nisso ou não, porque se ele não estiver envolvido é melhor não fazer nada. Não faça nada! Ninguém está lhe forçando a fazer coisa alguma.

Conserve sua energia para o momento quando alguma coisa real acontecer a você; então o faça. Não sorria, preserve a energia. O sorriso virá e então lhe mudará completamente. Assim será total. Cada célula de seu corpo irá sorrir. Desse modo será uma explosão - nada pintado.

Lembre-se disso: desde manhã cedo, quando você abrir seus olhos, tente ser verdadeiro e autêntico. Não faça nada que seja falso. Só por sete dias, continue se lembrando. Não faça nada que seja falso. O que quer que se perca, deixe perdido. O que quer que você perda, deixe perdido. Mas permaneça real e dentro de sete dias uma nova vida será sentida dentro de você. As camadas mortas serão partidas e uma nova corrente viva chegará até você. Você se sentirá novamente vivo pela primeira vez - uma ressurreição.

Faça tudo que você gosta de fazer, mas pense - você está realmente fazendo isso, ou é sua mãe ou seu pai fazendo-o através de você? Porque homens mortos, pais mortos sociedades, velhas gerações que já se foram há muito tempo ainda estão funcionando dentro de você. Eles criaram tais condicionamentos que você continua realizando-os - e eles estiveram realizando seus pais e mães mortos, e você está realizando seus pais e mães mortos, e ninguém está realizado.

Observe sempre quando você faz algo, se seu pai está fazendo-o através de você ou você mesmo está fazendo-o. Quando você fica zangado, é sua raiva ou é a maneira que seu pai costumava ficar zangado? Você está só imitando. Tenho visto padrões sendo continuamente repetidos. Se você se casar, seu casamento vai ser aproximadamente o mesmo do seu pai e da sua mãe. Você irá agir como seu pai, sua esposa irá agir como a mãe dela e vocês estarão criando a mesma confusão de novo. Quando você ficar zangado, observe: você está lá ou é outra pessoa? Quando você amar, lembre-se, você está lá ou é outra pessoa? Quando você falar, lembre-se, você está falando ou o seu professor?

Abandone todas as falsidades. Você pode sentir uma certa tristeza por algum tempo porque todas as suas falsidades serão abandonadas e o verdadeiro levará um tempo pra chegar e se estabelecer. Haverá um intervalo de tempo. Permita esse período e não tenha receio, não fique assustado. Cedo ou tarde seus falsos eus desaparecerão, suas máscaras desaparecerão e sua face real chegará a ser.

Meditação da Semana
www.osho.com

Então, 43 !!!!!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Recadinho...


Amor é incompreensão

Como é possível reconhecer um amor sincero e duradouro de uma paixão que logo,  logo se esvai.


Quando se ama, o pior inimigo não é, como dizem por aí, o costume. Ele pode ser traduzido em intimidade, à guisa de elogio. A rotina pode ser deliciosa, porto seguro da alma, lugar onde ancorar a salvo do medo. A mesmice do outro não é chatice, é repouso.

A duração de um amor não esbarra nisso, é a idealização das escolhas que a abala. Somos tolos como insetos em volta da lâmpada. Ficamos trocando de parceiro, renovando a expectativa de algo maior, relançando as apostas num encontro absoluto. Balela. Amar é combater o desencontro a cada dia. Escute Clarice Lispector: "pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente".

O convívio não destrói o mistério, pelo contrário. Viver uma vida toda ao lado de alguém é resignar-se a não decifrá-lo. Não nos saciaremos um no outro. Ele nunca chegará a nos pertencer definitivamente. Um rio separa os amantes, travessias são possíveis, mas as margens não fundirão.

Gulosos, consideramos que a felicidade seria fazer-se um: queremos mais do que encaixe, o objetivo é zerar a distância, virar uma só laranja. Nesse caso, melhor casar com o espelho ou seguir em busca desse par perfeito, pulando de promessa em promessa, procurando no amor o tesouro escondido da felicidade.

O problema é que Amor e Felicidade sofrem da mesma sina. São inflacionados, acima de tudo incompreendidos e costumam não ser reconhecidos quando estão presentes em nossas vidas. Por natureza, eles são discretos, deixam-se estar, dispostos a um bom papo, uma tacinha de vinho. Mas em geral são ignorados. Depois de um tempo, partem incógnitos. Os que não souberam reconhecê-los sequer têm motivo para lamentar por isso, a ignorância os protege.

Já a Paixão e a Euforia nunca passam despercebidas, causam furor quando chegam. São barulhentas, jogam confetes em si mesmas e somem sem que se saiba quando foi que a Ressaca tomou seu
lugar.

Os amantes ingênuos são mais afeitos ao estilo destas últimas. Como num parque de diversões eterno, ficam em longas filas, na chatice da espera, para viver instantes de vertigem. Prefiro gastar meu prazo tomando um vinho com a Intimidade. Essa, é mais próxima da Felicidade. Acho que nunca terminarei de comemorar a permanência do amor como um presente que recebo a cada dia. Um pacote de presente que nunca abro. O mistério de seu conteúdo faz parte da felicidade de tê-lo em mãos.


Diana Corso é psicanalista em Porto Alegre, RS. E escreve há dois anos para Vida Simples.

Por que aceitamos engolir sapo?

Descubra porque toleramos ou ficamos calados diante de algo que nos desagrada. Afinal, por que aceitamos engolir sapo?

Elisa Correa / Revista Vida Simples
mulher tapa boca


Ninguém tem a obrigação de ler seus pensamentos se você não se posiciona
Foto: Getty Images
Devemos defender nossas posições com unhas e dentes, sem temer as consequências, ou... engolir sapo? Quem vive engolindo sapos sofre muito: tem dificuldade para dizer não, fica calado ou concorda com o outro em situações polêmicas só para evitar conflitos, ignora os próprios desejos para não gerar mágoas. "A pessoa não expressa seu sentimento e opinião simplesmente por medo da reação negativa de seu interlocutor. Essa atitude tem a ver com a cultura, com crenças que estão no modelo mental guiando nosso comportamento para a passividade em situações em que nos sentimos ameaçados ou com riscos de perdas", explica Vera Martins, especialista em medicina comportamental, diretora da Assertiva Consultores, de São Paulo, e autora do livro "Seja Assertivo!" (editora Campus).

Depois vem aquela sensação de impotência e frustração por não conseguir expressar os sentimentos, por achar que tem sempre alguém determinando o que deve ser feito. E lá ficamos nós, nos sentindo incompreendidos e manipulados, remoendo uma mistura de raiva e culpa enquanto pensamos no que deveríamos ter dito no momento que já passou. Como consequência, nossa autoestima e confiança despencam no mesmo ritmo com que perdemos o respeito dos outros, que passam a não nos levar mais em conta.

Corpo e mente


Se engolir sapos pode ser considerado uma estratégia de proteção precisamos saber que sofreremos consequências deletérias por não defender nossas posições. "A raiva é uma das emoções que as pessoas têm mais dificuldade de manifestar. Muitos enterram a agressividade durante anos e têm pavor do que pode acontecer, caso resolvam desabafar. Acham que qualquer demonstração desse sentimento vai magoar os outros", afirmam Robert Alberti e Michael Emmons no livro "Como se Tornar mais Confiante e Assertivo" (editora Sextante).

Guardar a raiva para si mesmo pode até provocar algumas doenças, como alergias, asma brônquica, dermatites, síndrome do intestino irritável e fibromialgia. No entanto, ainda são poucas as pessoas que percebem essa associação. "Às vezes você sai de uma reunião com uma enorme dor de cabeça, termina um almoço com muita dor de estômago e não percebe que isso está associado ao fato de não ter se posicionado como gostaria. Quando chega em casa, pensa em tudo o que deveria ter falado e não teve coragem naquele momento. E se sente muito mal por isso", diz Denise Gimenez Ramos, psicóloga e professora titular do programa de pós-graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP.
sapo
Beije cada sapo que aparecer no caminho e transforme-o em um príncipe
Foto: Reprodução/Vida Simples

Que tal dizer não?


O problema é que quem atura muita coisa calado acaba sendo agressivo em algum momento. Pessoas passivas no trabalho podem ser agressivas em casa, descarregando a raiva nos filhos, na mãe ou no companheiro porque se sentem mais seguras. Mesmo explodindo, acreditam que vão continuar sendo amadas. Quem recebe a agressão deve evitar reagir do mesmo jeito. "Senão vira uma guerra para ver quem humilha mais, quem pode mais. A atitude saudável é apontar para o outro a agressão e não devolver na mesma moeda", diz a psicóloga Denise Ramos.

O responsável é você


Então como deixar para trás o comportamento passivo? Para começar, é preciso autoconhecimento. Também é preciso deixar de sentir culpa. Você não é culpado e sim responsável pelo que acontece em sua vida. Ninguém tem a obrigação de ler seus pensamentos se você não se posiciona. Para ser assertivo é preciso, antes de mais nada, reconhecer que muitos sapos já foram engolidos. Beije cada sapo que aparecer no caminho e transforme-o em um príncipe. Para cada sim dito contra a vontade, diga um não. Para cada desaforo que levar para casa, exponha suas opiniões. Assim, de sapo em sapo, você estará aprendendo a ser assertivo. Não é fácil. Mas certamente é bem menos indigesto

terça-feira, 6 de maio de 2014

Você se dá demais nos seus relacionamentos?

Você se dá demais nos seus relacionamentos? 
:: Rosana Braga :: 

Quando começa um relacionamento, você faz tudo o que pode e até o que não pode pelo outro? É aquele tipo de pessoa que se dedica sem medidas, que está disposta a responder sempre 'sim' à solicitação que seu par ainda nem fez?

O tempo vai passando e você se pergunta se tem feito o suficiente? À menor demonstração de dúvida do outro, você se questiona sobre o que pode ter feito de errado e se está realmente fazendo o seu melhor? Tem a impressão de que será amada quanto mais bacana e 'fora do comum' você for?

E conforme o tempo passa mais e mais, sente que o outro ainda não a está amando quanto e como você gostaria? Você até fica triste, até cogita a possibilidade dele não estar sendo justo ou não estar reconhecendo tudo o que você faz, mas não desiste e não mede esforços para fazê-lo feliz?

Se você se casou com esse sujeito a quem tanto ama, tem a sensação de que vive seus dias em função desta relação? Já se pegou intuindo que faz, faz, faz, mas que nunca parece o bastante? Já se pegou pensando que gostaria de ser mais valorizada, reconhecida, elogiada e amada por tudo o que tem feito desde sempre? Suas amigas a chamam de boba, dizem que você se dá demais e que precisa mudar?

Fazer mais e mais é como passar o dia cozinhando deliciosas receitas, uma atrás da outra, e oferecendo todas elas, prato após prato, para uma pessoa que pode até já ter dito estar com fome, mas que você, de tão insegura e equivocada, saciou essa fome logo na entrada. Não esperou o momento do prato principal. Não reconheceu o momento da sobremesa. Deu tudo. Deu muito mais que o necessário. Não houve tempo para a fome querer mais. E se tem um ditado que pode revelar o que tem acontecido com nos seus relacionamentos, é: "Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho"!

Você tem mesmo se esforçado para ser a melhor goiaba. Mas o outro está com a barriga cheia e só consegue supor que você tem bicho! Não a quer. Não a aguenta mais. Não tem vontade de você! Porque você não dá tempo de a fome chegar. Porque você, principalmente e acima de tudo, nem reconhece a doce e gostosa goiaba que você é! E termina acreditando que tem bicho mesmo... e quase implorando para que ele lhe queira!

Sabe o que é que lhe falta? Sabe por que o outro parece não fazer a menor questão de convencê-la a ficar? Quer mesmo descobrir? E mais do que descobrir, está realmente disposta a mudar o enredo cansativo e frustrante desta história? Então, minha cara, pare com isso! O outro só vê o que você mostra! Mas não o que você se esforça pra mostrar. Porque quem insiste é porque não tem certeza! Quem implora é porque duvida do quanto vale! Quem se dá demais é porque não sabe o que merece! E é justamente esse que tem sido o seu erro!

Pare de olhar para o lado errado! Pare de se dedicar a quem não pode lhe dar o que você tanto quer! Pare de se comportar feito tola - acreditando que será amada se fizer mais e mais e mais. Não será! O problema é que você não se sabe! Não se vê! Das poucas vezes que se olha, usa os olhos de quem já está farto. Olha de fora. Olha sem entrar e sem acender a luz!

Comece a reconhecer a sua própria fome. Mas não para se entupir de si mesma, sem medida, sem consciência. Porque isso também só servirá para se cansar e se frustrar. Ouça-se, conheça-se e descubra o que é você quer, agora, neste momento. Assim, de luzes acesas e com brilho próprio, vá em busca de se fazer feliz. E esteja certa de que não só será, mas parecerá e será tratada como uma goiaba suculenta e apetitosa!

Tim Tim !!!!!!


Do amor emocional ao amor compaixão

Do amor emocional ao amor compaixão 

por Mariana M. Martins

"O coração é somente para se oferecer com uma lágrima e um canto". (R. Tagore)

Precisamos ser amados não apenas pelo que somos, mas apesar do que somos. O que no fundo todos ansiamos é por um amor que sabe respeitar o nosso tempo, um amor que nos aceita sem julgamento. Que vê o essencial em nós, o nosso ser mais profundo. É desse amor compassivo e incondicional que a humanidade mais precisa e que ao mesmo tempo ela mais tem medo. Porque esse amor revela ao mesmo tempo nossas fragilidades e nossa luz maior. Esse amor cura a alma, conciliando-nos com todos os seres, a começar por nós, conciliando-nos com nossas próprias oposições internas.

Esse amor não é um amor humano, esse amor é um amor da alma que se reconectou com o seu espírito, com Deus. O amor humano, como conhecemos, é um amor de afinidades e necessidades. É um amor de clã, um amor emocional e condicionado. Mas o amor da nossa alma, quando religada, é pura energia, faz-nos ter o cuidado, o respeito e a compreensão para com todos os seres. Só o coração sabe o que outro coração precisa. O coração sabe antes. Nele está nossa sabedoria adquirida através de muitas vidas.

O amor é a força de coesão do universo. Sem a energia do amor tudo se desintegraria, das famílias e organismos às galáxias. Não basta amar, é preciso ser ativo no amor, senão o mal -a força desintegradora- vai ganhando terreno. Se eu abro meu coração, como a uma janela, a luz entra; se eu fecho, a treva entra e domina. O propósito maior das almas nesse universo é a integração. E elas fazem isso a cada vez que resistem a tudo o que não é amor, que as separam da comunhão com toda a vida.

Na nossa sociedade, é comum quando a pessoa está fazendo o bem, ela estar indo contra algum mal. Mas esse ato de ir contra, abre a porta para aquilo que se quer evitar -  o próprio mal. O ato de lutar contra as injustiças, o que está errado no mundo, muitas vezes reforça-os, ao invés de enfraquecê-los e resolvê-los. O objetivo não é vencer, é se abrir. É cultivar as virtudes da alma, a vida simples da alma. O amor é conciliador. Madre Tereza dizia para não chamá-la para atos contra a guerra, mas para chamá-la a presença de atos a favor da paz, lá ela estaria.

O amor brilha como o sol, abre-se como uma flor e sorri como uma criança. Ser amor e luz é uma escolha de cada momento. Mais importante que um bom lugar fora é um bom lugar dentro. Nós temos a chave da nossa própria prisão, que criamos para nós. Quando a alma se fecha ao amor, quando o ego prevalece, é que surge a dor. Amar o outro até que ele perceba o amor como sua natureza intrínseca. A partir desse momento nos tornamos um. O amor é igual à essência. É a própria vida da essência.

O amor vai abrindo as portas, uma a uma, que devem ser abertas no seu tempo, que é a sincronicidade e a harmonia. Não estamos aqui para resolver a vida, mas para  deixar que ela como uma onda flua através de nós. A verdadeira liberdade está na unidade. Eu preciso deixar de me sentir diferente dos outros. Incluo a família humana e a família divina no mesmo amor. A tarefa material e a tarefa espiritual na mesma dedicação.

Não é mais tempo de ser eremita, nem de cultuar deuses nem mestres fora de nós. Nem tempo de exclusividades amorosas, a exemplo de só amar minha família e seres afins. Hoje os seres de luz somos nós, que vivemos uma vida normal sobre a Terra, semelhante a todos os seres, queremos parecer semelhante e ajudar o outro para que ele perceba isso, nossa irmandade na luz e no amor. É ilusão achar que existe um amor perfeito, um lugar ou trabalho perfeito fora de nós. Nós que tornamos perfeitos, com o nosso amor e aceitação da convivência dos contrários em tudo.  

Os mundos foram separados quando o ser humano esqueceu quem é, sua origem. Quando esqueceu seu papel arquetípico, o que está fazendo aqui. É na medida da conscientização e da individuação do humano que céu e Terra se unem novamente dentro de nós. Deixar o amor soar em todo o instrumento que somos. O que todo ser precisa de verdade é de amor. As pessoas só vão perceber que precisam é de amor quando forem amadas. E conhecendo o amor, elas aprenderão a amar e serão nutridas, e nutrirão, e nada faltará a ninguém. É quando o coração se fecha que a pessoa se torna infeliz.

Não perder nunca de vista o meu ser e o ser das coisas. Viver no coração é uma escolha de cada momento, um estado de consciência que só existe no momento presente e que me conecta com a essência de tudo a minha volta. Para isso deve existir uma determinação, por seguir na luz cultivando o amor. Para não ser dominada pela vida mental e emocional do ego, mas ser amor e luz. Para poder sintonizar com a perfeição dentro do outro. Não é mais ter razão, estar certa, ter o conhecimento do bem e do mal, o que importa agora é amar incondicionalmente. Não podemos mudar as ações dos outros, mas podemos mudar todas as nossas reações e escolher como queremos viver.

Nos tempos atuais, não basta ensinar o que é correto, mas amar, apesar de tudo, de todos os erros e imperfeições da humanidade. Estar diante do outro apenas, como alma, nada mais importa, não há mais tempo sobre a Terra. O que importa é a intenção e a disposição de amar e semear o bem. A alma não precisa de muitos conhecimentos externos, ela precisa ser simples, despojada, aberta ao outro, disposta a servir. Com coração de criança, amarmos com o amor incondicional da mãe, todos os seres

Uma relação a dois

“Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
 
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
 
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.
 
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
 
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.”
 
Drauzio Varela

sexta-feira, 2 de maio de 2014

10 atitudes que você deve evitar na vida

Existem pessoas que apenas caminham como almas penadas sobrevivendo pelos becos da vida, outras conseguem irradiar energia abundante por onde passam. Para ser como elas procure evitar algumas posturas que empobrecem seu modo de se relacionar com os outros.

Então evite com todas as forças essas atitudes:
1- Ser perfeccionista
Esqueça esse mito, perfeição não existe, o que existe é trabalho bem feito, dentro do máximo de recursos que tem aqui e agora. Na tentativa de esperar o cenário ideal para dar o primeiro passo você ficará paralisado no mesmo lugar por muito tempo. Então faça como puder e vá deixando melhor ao longo do tempo, com sua personalidade também, ninguém nasceu ou irá morrer pronto.
2- Não cumprir o que promete
Se falou que faria então faça. Se disse que ia vá. Se prometeu cumpra. Cada um desses pequenos atos de compromisso é que fortalecem seus laços pessoais criam sua reputação. No dia da alegria e da tristeza as pessoas contam com alguém que confiam no fio do bigode, para tratantes elas deixam o seu esquecimento como recíproca.
3- Ser vingativo
Quem acha que a justiça é sua principal virtude pode estar no limiar de uma postura de justiceira. É muito sutil definir os pequenos limites que separam uma pessoa justa de uma fanática por punição, retaliação e vingança. No começo a pessoa quer reparação e no final já quer a cabeça de alguém, além de perigoso é tóxico no convívio, pessoas assim se tornam repetitivas e amarguradas.
4- Culpar os outros pela sua infelicidade
A felicidade é um estado de espírito e não uma emoção, logo, não depende das ações dos outros para se manifestar. Talvez você confunda alegria com felicidade, pois a existência desta última de um esforço continuado para promover bem-estar onde quer que esteja associado com uma postura positiva e próspera. A infelicidade, portanto, é resultado de uma maneira preguiçosa e passiva de encarar a vida e ninguém pode ser responsável pelo que você deixou de sentir e construir, mas apenas você.
5- Se levar muito a sério
Levar a vida com responsabilidade não implica que você seja sisudo ou durão. O contentamento é resultado de uma leveza de encarar as dificuldades como uma porta para novas descobertas e os problemas como desafios continuados. Se não conseguir rir dos seus enganos ou falhas correrá o risco de se fechar para o novo e os aprendizados que surgem depois de cada insucesso.
6- Não sentir que tem méritos 
Seus pais educaram você a pensar que só merecia amor e carinho se tivesse um bom comportamento e caso falhasse seria punido. Mas isso foi só para que você se ajustasse socialmente e não fizesse xixi na sala de visitas. Agora na vida adulta você não precisa ficar mendigando atenção e merecimento por causa dos acertos, mesmo quando você fraqueja ou falha sem o mérito e o direito de ser feliz o quanto puder. Se caiu levante, mas não ache que merece menos um lugar de felicidade nessa vida.
7- Deixar que tudo afete você
Se a cada rajada de vento frio seu humor mudar você está frito. Seu senso de estabilidade interna não pode ser tão volúvel e impressionável que as mudanças externas abalem suas convicções e sua esperança. Aquele dia que seus planos naufragaram não definem sua vida e não podem afetar o seu humor. Nessa hora a resiliência de sua personalidade precisa imperar para que você siga firme mesmo quando o cenário pareça desanimador.
8- Não ter vida própria
Se quer realmente ter aquele frio na barriga e se encantar com os pequenos detalhes do cotidiano então precisa saber que a sua vida precisa florescer a partir de dentro. Toda vez que imaginar que alguém é essencialmente indispensável para que sinta bem-estar pode estar cultivando uma vida vazia de sentido e candidata a problemas emocionais. Descubra o que o move e siga nessa trilha.
9- Sentir pena de si mesmo
Aquilo que você atravessa de problemas e dificuldades não deveria ser a marca registrada de sua personalidade. Algumas pessoas parecem se vangloriar de sua desgraça e alimentam um temperamento de coitadinho. Gostam de repetir o lema: “você não sabe o que eu sofri” como se isso a fizesse melhor do que os outros. Se quer ser querido e respeitado tenha a cabeça erguida por seguir os seus sonhos e não pode ter sofrido na vida.
10- Reprimir exageradamente seus desejos e sonhos 
Nem todos os sonhos são possíveis, ainda que desejáveis e cada um terá que adaptar suas expectativas ao longo do caminho para viver com alegria entre a tensão e o tesão. O problema é achar que nenhum desejo é possível ou sonho realizável e ficar parado de boca aberta como se mamãe viesse trazer o alimento. Se quer algo de verdade trabalhe incessantemente para sair da condição inicial até chegar o mais próximo (ou além) do estado ideal.

Sobre Frederico Mattos

Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro "Como se libertar do ex". Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, cultiva um jardim, lava pratos, ama Juliana e escreve no blog Sobre a vida [www.sobreavida.com.br]. 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Pode vir Maio!


Tomara que a gente tenha maturidade suficiente para olhar pra dentro e reconhecer nossas falhas. 
Tomara que a gente consiga descartar o que não serve sem apego ou drama. 
Tomara que a gente possa olhar para a frente sem aquela mágoa azeda do que ficou para trás. 
Tomara.

                                                 (Clarissa Corrêa)

Sabedoria da Martha M.


Como você escolhe seu parceiro?

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Blog Karin Izumi
Tenho acompanhado a vida de muitos pacientes e posso afirmar que a causa mais frequente de separação está relacionada à escolha do parceiro. Existem várias exceções, mas grande parte das pessoas se precipita, tomando uma decisão tão importante depois de poucas semanas de convívio.
Há poucas décadas, uma mulher que chegasse aos 25 anos e ainda não estivesse comprometida começava a se sentir “encalhada”.
Muitas se casaram de forma estabanada com o primeiro que lhes pareceu razoável. Umas tantas resistiam e, mesmo temendo a solidão, continuavam a manter um elevado padrão de exigência sobre as qualidades que esperavam dos parceiros.
Hoje vemos apenas uma forma atenuada do que acabei de descrever. Porém, ainda é verdade que as mulheres se assustam um pouco quando demoram a encontrar um namorado fixo, e que suas famílias se afligem com isso.
Todos começam a se preocupar com a idade que ela terá ao engravidar, com o fato de “todas as amigas já estarem casadas”, com a hipótese de que algo esteja errado com ela. E esse “algo errado” para a família pode ser, por exemplo, sua mania de exigir demais, deesperar pelo príncipe encantado, que claro, não existe.
Essa ideia contém o germe do desespero do passado. Não posso deixar de ver nela uma espécie de insinuação para que a moça reduza suas expectativas, como se estivesse em liquidação e fosse uma mercadoria que tem de sair por qualquer preço.
Nunca deveríamos nos ligar a alguém motivados apenas pelo medo. Aliás, em vez de esperar menos, o ideal seria aprender a viver bem, mesmo sozinhos.
As pessoas idealizam um modelo de parceiro e, pela minha experiência, posso afirmar que, em geral, esse modelo não é nada absurdo. São poucos os que efetivamente esperam demais do outro.
Mulheres que passam um tempo solteiras podem dar sequência a seus projetos profissionais e ter uma vida mais rica e variada do que as que se casam precocemente.
Se não há tanta pressa e nem nos sentimos tão sensíveis às pressões do meio, talvez possamos obter uma ideia mais clara de quem somos, do que efetivamente gostamos e do que pretendemos em todos os sentidos da vida.
Pessoas mais competentes para ficar consigo mesmas tendem a eleger melhor e mais tardiamente seus pares. Isso, na prática, só tem trazido benefícios, gerando um crescente número de casamentos bem-sucedidos.
As escolhas mais tardias costumam se dar por afinidade, enquanto as precoces nos levam, por força da usual falta de autoestima juvenil, ao encantamento pelas pessoas opostas a nós.
As afinidades são o pré-requisito para as boas relações.
Existe uma fase intermediária, na qual homens e mulheres já não se interessam por seus opostos e ainda não estão prontos para seus afins. Nesse período, não acham graça em ninguém e são, de fato, muito exigentes.
Trata-se de uma transição evolutiva. É só esperar que os bons parceiros aparecerão.
Flávio Gikovate
Fonte: http://flaviogikovate.com.br/como-voce-escolhe-seu-parceiro/
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