sábado, 19 de fevereiro de 2011

Anvisa pretende proibir medicamentos que contém sibrutamina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza, na próxima quarta-feira (23/2), audiência pública para discutir o cancelamento do registro dos medicamentos que contém sibutramina e dos anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol). Os produtos à base dessas quatro substâncias atuam como inibidores de apetite e devem ser retirados do mercado brasileiro devido aos altos riscos à saúde que podem acarretar.


A indicação da Anvisa está baseada em estudos científicos e no parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) de 26 de outubro de 2010. No documento, o órgão recomenda o cancelamento dos medicamentos por apresentarem riscos que superam seus benefícios.


Sibutramina



A sibutramina recebeu seu registro no Brasil em março de 2008. O medicamento atua como inibidor seletivo da recaptação da Serotonina, promovendo o aumento da saciedade no paciente.


A partir de suspeitas relativas ao risco cardiovascular, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) solicitou ao fabricante Abbott um estudo em que fosse avaliado o risco da sibutramina entre os usuários obesos que apresentavam um risco prévio cardiovascular. O estudo, denominado SCOUT, durou 6 anos, e seu relatório final foi publicado em setembro de 2010, no New England Journal of Medicine.


Entre as conclusões do artigo, destacam-se:


- apenas 30,4% dos pacientes tratados com sibutramina perderam pelo menos 5% do seu peso corporal em 3 meses;
- aumento de eventos adversos não fatais cardiovasculares nos pacientes tratados com sibutramina com conhecida doença cardiovascular subjacente (diagnosticada por médico);
- 16% de aumento do risco CV (como Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral) entre usuários de sibutramina (p=0,016).


Em janeiro de 2010, a EMA determinou o cancelamento do registro da sibutramina na Europa devido aos riscos cardiovasculares demonstrados pelo estudo SCOUT. O FDA (Food and Drug Administration), em outubro de 2010, anunciou que a empresa retiraria voluntariamente a sibutramina dos Estados Unidos. A mesma medida foi tomada no Canadá e Austrália.


No Brasil, em março de 2010, a Anvisa alterou a forma de controle da sibutramina, remanejando a substância da lista C1 para a Lista B2 dos medicamentos sujeitos à controle especial (Portaria 344/98).


Com a mudança, a sibutramina passou a ser classificada como psicotrópico anorexígeno e a tarja do medicamento mudou de vermelha para preta. A nova norma passou a exigir, também, que esses medicamentos sejam vendidos com receituário azul (em que a numeração é fornecida pela vigilância sanitária). Até então, a sibutramina era comercializada com receita branca, que não é numerada pela autoridade sanitária.


No dia 1º de julho, a Anvisa publicou, também, a RDC no 25/2010 que estabeleceu a Dosagem Diária Máxima de 15 mg para a sibutramina, visando a promoção do uso seguro e racional do produto.


*Leia mais sobre Anvisa pretende proibir medicamentos que contém sibrutamina e anorexígenos anfetamínicos - Portal Farmacêutico em www.pfarma.com.br

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A crise existencial

Manual prático para assumir e enfrentar o problema que assola homens e mulheres de qualquer idade (por Marcelo Jucá)
 
Mão elevada e com o punho fechado para apoiar o queixo. Olhar profundo, distante, perdido... É muito fácil associar essa posição à de um filósofo vagando entre ideias, como O Pensador, a famosa escultura de Auguste Rodin. Mas, afinal, no que o solitário estaria pensando? Em como pagar o aluguel, dizer àquela bonita moça que a ama ou está próximo de um insight filosófico que o faria questionar o que raios ele estava fazendo parado ali? Estaria ele em crise existencial?

Pois é, o ato de questionar a vida pode trazer sentimentos ingratos e que põem na mesa dúvidas pertinentes (ou aquelas nem tanto) que nos fazem parar e prestar atenção em por que razão existimos. Penso, logo existo? Que nada! Penso, logo entro em crise. Afinal, quem nunca ficou angustiado com as dúvidas e mistérios da natureza humana?

As crises existenciais não têm hora, lugar ou uma razão específica para estourar. De uma forma geral, tudo pode ser motivo para ela chegar de mansinho e se apoderar dos nossos pensamentos: uma página em branco, odiar o emprego, não arranjar uma namorada bacana (ou até uma que nem seja tão bacana assim...), uma família estranha, a aparência fora do padrão – ou tudo isso ao mesmo tempo. Essas são castrações modernas suficientemente poderosas para desequilibrar qualquer cidadão. E os resultados delas podem variar entre choros parciais, choros constantes, depressão e até, nos casos extremados, suicídio.

“Mas como ninguém pensou em solucionar isso antes?”, pode se angustiar o leitor. O fato é que já se pensou, sim. Desde Sócrates, pelo menos. Tanto que o ato de filosofar surge, de certa forma, dessa premissa: a de observar, investigar e compreender toda a miscelânea de sentimentos que formam o Homem.

Evolução da espécie

Pensar e refletir a respeito de “o que é o amor”, “o que é a morte” e “por que eu não tenho um conversível”, entre tantas outras charadas, é uma prática que toca muita gente. Os questionamentos são naturais, fazem parte da nossa natureza, e a razão de nos perguntarmos é porque existe algo ali fazendo cócegas, causando certo incômodo... Só que de tanto refletir, algumas verdades vieram à tona. E saber lidar com elas foi essencial para a evolução da espécie. A coisa começou mesmo a ficar feia quando o Homem foi destituído do status de “o” ser superior do universo.

O primeiro a contribuir com essa questão foi Nicolau Copérnico, que jogou, digamos, o problema no ventilador quando provou que a Terra não era o centro do sistema solar. Em seguida, Charles Darwin nos apresentou a Teoria da Evolução, confirmando que nossas raízes nos ligavam, quem diria, aos primatas. E há pouco mais de um século Sigmund Freud desandou de vez o caldo ao descobrir o inconsciente e, com isso, afirmar que não somos exatamente donos do nosso nariz.

As três teorias acertaram em cheio o ego da sociedade. Com o espelho do Narciso arranhado, tomou-se consciência de que tudo poderia ser motivo de dúvida. Na insegurança e desorientação das massas, o capitalismo fez sua mágica. Além do coelho, tirou da cartola casas, carros, videogames, roupas e tudo o mais para nos desviar o foco das angústias. Porém, isso tudo não passa de uma forma de abstração, provoca o psicanalista Cláudio Cesar Montoto. Quando alguém fala que está em crise existencial, precisa descobrir qual o seu motivo. “Não há um sintoma nomeado como crise existencial, existem sim castrações de desejo no sujeito que o angustiam”, diz ele.

Por isso, muitas pessoas sentem dificuldade ao tentar definir a razão de estarem insatisfeitas com a vida. Como escreve o psicanalista J.D. Nasio no livro Um Psicanalista no Divã, os motivos de crise parecem ser muitos mas, no fim, possuem como denominador comum os distúrbios sexuais, os conflitos familiares e os problemas sociais no trabalho. Algumas pesquisas e generalizações só dão mais nós nessa questão com as ideias da “crise masculina dos 40 anos”, “a crise da meia-idade” e “a crise da mulher moderna com emprego”, entre tantas outras. “O importante é entender que a crise existencial é a defesa do sujeito contra seu próprio desejo”, diz Montoto.

Então, podemos entender que, se homens e mulheres possuem desejos diferentes, logo, as crises também se manifestam de raízes diferentes? Mas é claro! Não significa que todo homem vai entrar em crise na meiaidade, obviamente, mas que há consternações diferentes em cada gênero. Para Nasio, “a problemática da mulher é do querer, a problemática do homem é poder”. Com isso, desenvolve- se o conceito de que as angústias masculinas são relativas ao declínio de autoridade, da função paterna e toda virilidade investida. Ao passo que o mal-estar na mulher está mais ligado à questão do amor, do ciúme de possuir o parceiro somente para ela, medo da solidão e de ser traída.

Em resumo, entre solidão, aceitação sexual e problema familiar, a crise existencial nada mais é que um diálogo interno, sua autocrítica em comparação e relação a si mesmo e ao outro. Quem é o outro? Parentes, amigos, astros de TV e quem mais quiser entrar na roda. Por isso, constantemente nos questionamos “por que não tenho uma turma de amigos como a de Friends?”, “será que vou viver um amor como o de Brad Pitt e Angelina Jolie?” e “minha vida poderia ser tão repleta de aventuras como a do James Bond?”.

Eu sou o outro

Uma forma paralela de analisar a importância desse “outro” é quando ele fica oculto, à primeira vista, e o sujeito se compara a ele mesmo. Grosso modo, é uma forma de exemplificar uma das ideias de Jean-Paul Sartre. Tomado por muitos como um pensador negativo e pessimista, o filósofo é o representante maior do movimento conhecido como existencialismo, e ele faz sua contribuição – para o bem ou para o mal – quando diz que a existência precede a essência.

O estudioso de filosofia José Renato Salatiel retoma as teorias de Sartre para exemplificar nossas angústias: somos os únicos responsáveis por nossas escolhas na vida. Nascido rico ou pobre, alto ou magro, o que o sujeito vai fazer com isso, com essas características, é sua essência, e não é justificável atirar a carga para a natureza ou Deus. “Sartre joga o peso da responsabilidade para o próprio sujeito, e ele, sem ter para onde escapar e em quem botar a culpa de fracassos e projetos não realizados, naturalmente entra em crise”, afirma Salatiel. E defende que, ao chegar a determinada idade, é natural que “paremos para refletir em todas as nossas realizações e quais foram nossas escolhas”. Nessa retomada, encontram-se muitos desejos que ficaram de fora. Logo, a crise pode vir por consequência. Ele acredita que são essas desilusões que devem ser compreendidas e tratadas para se evitar – ou combater – a crise.

O doutor Freud, por sua vez, tinha uma outra forma de enxergar as crises: não acreditava na felicidade constante – imaginava, sim, que ela fosse como uma montanha-russa, cheia de altos e baixos, tudo regido pelo confronto do que ele nomeava como princípio do prazer e princípio da realidade. Logo, isso aponta para um universo onde todos os sujeitos passarão, uma hora ou outra, por processos de angústia e momentos de felicidade. Quando o momento feliz passa, sempre procuramos repetir aquela sensação. Como nem sempre é possível, a angústia se instaura e, quando não bem tolerada, a crise existencial dá as caras.

Contornar e sair dela exige paciência e tempo. Refletir, procurar o diálogo e compreender que cada escolha tem o lado positivo pode ser uma forma de relativizar as coisas e enxergar a crise sem as lentes do exagero. Afinal, aprender a dar valor a esses pequenos detalhes contribuem na tarefa de humanizar cada sujeito. “A vida, tal como a encontramos, é árdua demais para nós; proporciona-nos muitos sofrimentos, decepções e tarefas impossíveis”, cravou Freud no célebre texto O Mal-estar na Civilização.

A todo momento somos bombardeados por informações e possibilidades de sucesso sem fim, que nem sempre conseguimos abraçar. Em algum momento, é natural cair na armadilha de se sentir incapaz. Essa constatação, na verdade, pode ser muito positiva. Ela leva o sujeito a repensar as coisas, amadurecer e buscar novas alternativas para a felicidade. Mas isso quando ele está disposto a enfrentar as mudanças que podem decorrer desses questionamentos, claro.

Vida menos ordinária

A arte e a busca pelo prazer podem ser formas mais positivas de contornar e compreender os problemas que nos deixam pensativos. Há quem pinte quadros, componha músicas ou mesmo descarregue suas frustrações no esporte para encontrar o equilíbrio sentimental.

“As satisfações substitutivas, tal como as oferecidas pela arte, são ilusões, em contraste com a realidade; nem por isso, contudo, se revelam menos eficazes psiquicamente, graças ao papel que assumiu a vida mental”, explica Freud. Woody Allen, Van Gogh, Clarice Lis pector, Ray Charles e Fernando Pessoa são alguns artistas que transferiram e sublimaram suas dores existenciais por meio da arte. Allen, por exemplo, conseguiu transferir para seus filmes suas neuroses e sentimentos e enfrentá-los de forma divertida e inteligente.

No filme Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, a cena final mostra seu personagem dirigindo um ensaio teatral que retrata o sucesso de um relacionamento amoroso, após aquele vivido por ele ao longo do filme ter fracassado. Com o fim do diálogo, eis que Allen se explica ao púbico: “O que você quer? É minha primeira peça. Sabe, você sempre tenta fazer tudo sair perfeito na arte, porque na vida real é mais difícil”.

Para o psicanalista Montoto, são dois os pontos importantes para superar uma crise. Um: saber reconhecê- la. Dois: enfrentá-la. Todo mundo passa por uma ou várias crises durante a existência. E, se não passou, ainda há de passar. Mas a única forma de fazer com que ela deixe de dominar nossos pensamentos é descobrir e compreender o que está por trás dela. É preciso reconhecer que nossas escolhas sempre acarretam perdas, dúvidas e senões. “Todos nós temos desejos reprimidos e precisamos enfrentar sem medo a castração”, diz ele. Só assim conseguimos aceitar os deslizes da vida e perceber os questionamentos que se instauram como uma pulga atrás da nossa orelha. Porque é assim mesmo: mal encontramos as respostas e nossa mente já trata de ir atrás de formular outras perguntas.

LIVROS:
O Mal-estar na Civilização, Sigmund Freud, Imago
O Ser e o Nada, Jean-Paul Sartre, Vozes
Um Psicanalista no Divã, J.D. Nasio, Zahar

http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/102/pensar/crise-existencial-616603.shtml

Silêncio

É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Como ultrapassar essa paz que nos espreita. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Montanhas tão altas que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça se inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. Desse silêncio sem lembranças de palavras. Se és morte, como te alcançar. É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível - sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é a vida. Ou neve. Que é muda mas deixa rastro - tudo embranquece, as crianças riem, os passos rangem e marcam. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve. Não se pode dizer a ninguém como se diria da neve: sentiu o silêncio desta noite? Quem ouviu não diz. A noite desce com suas pequenas alegrias de quem acende lâmpadas com o cansaço que tanto justifica o dia. As crianças de Berna adormecem, fecham-se as últimas portas. As ruas brilham nas pedras do chão e brilham já vazias. E afinal apagam-se as luzes as mais distantes. Mas este primeiro silêncio ainda não é o silêncio. Que se espere, pois as folhas das árvores ainda se ajeitarão melhor, algum passo tardio talvez se ouça com esperança pelas escadas. Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece. O coração bate ao reconhecê-lo. Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. Mas é inútil esquivar-se: há o silêncio. Mesmo o sofrimento pior, o da amizade perdida, é apenas fuga. Pois se no começo o silêncio parece aguardar uma resposta - como ardemos por ser chamados a responder - cedo se descobre que de ti ele nada exige, talvez apenas o teu silêncio. Quantas horas se perdem na escuridão supondo que o silêncio te julga - como esperamos em vão por ser julgados pelo Deus. Surgem as justificações, trágicas justificações forjadas, humildes desculpas até a indignidade. Tão suave é para o ser humano enfim mostrar sua indignidade e ser perdoado com a justificativa de que se é um ser humano humilhado de nascença. Até que se descobre - nem a sua indignidade ele quer. Ele é o silêncio. Pode-se tentar enganá-lo também. Deixa-se como por acaso o livro de cabeceira cair no chão. Mas, horror - o livro cai dentro do silêncio e se perde na muda e parada voragem deste. E se um pássaro enlouquecido cantasse? Esperança inútil. O canto apenas atravessaria como uma leve flauta o silêncio. Então, se há coragem, não se luta mais. Entra-se nele, vai-se com ele, nós os únicos fantasmas de uma noite em Berna. Que se entre. Que não se espere o resto da escuridão diante dele, só ele próprio. Será como se estivéssemos num navio tão descomunalmente enorme que ignorássemos estar num navio. E este singrasse tão largamente que ignorássemos estar indo. Mais do que isso um homem não pode. Viver na orla da morte e das estrelas é vibração mais tensa do que as veias podem suportar. Não há sequer um filho de astro e de mulher como intermediário piedoso. O coração tem que se apresentar diante do nada sozinho e sozinho bater alto nas trevas. Só se sente nos ouvidos o próprio coração. Quando este se apresenta todo nu, nem é comunicação, é submissão. Pois nós não fomos feitos senão para o pequeno silêncio. Se não há coragem, que não se entre. Que se espere o resto da escuridão diante do silêncio, só os pés molhados pela espuma de algo que se espraia de dentro de nós. Que se espere. Um insolúvel pelo outro. Um ao lado do outro, duas coisas que não se vêem na escuridão. Que se espere. Não o fim do silêncio mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora. Depois nunca mais se esquece. Inútil até fugir para outra cidade. Pois quando menos se espera pode-se reconhecê-lo - de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra. Os ouvidos se assombram, o olhar se esgazeia - ei-lo. E dessa vez ele é fantasma.

(Clarice Lispector)

No verão, a gente deita e rola




O sexo é, sim, mais quente nesta estação. Não só porque as temperaturas estão mais altas. Você também fica prontinha para ferver. "As pessoas tendem a se sentir mais sensuais no calor porque são estimuladas pela visão do corpo à mostra dos outros", diz a especialista em comportamento Debby Herbenick, autora de Because It Feels Good. "Pensamos inconscientemente em sexo porque o sol ilumina a pele de uma forma similar ao que acontece com as pessoas quando elas estão excitadas." Quer colocar mais fogo nessa fogueira?

por Nelise Nercesian
fotos: David Stoecklein/corbis (praia), Lisa shin


1. Seja espontânea

Pense em férias regadas a muito sol e, com um pouco de sorte, banhos de mar. É possível que você sinta aquela sensação de liberdade que nos deixa prontas para o que der e vier e com a cabeça bem aberta a novas experiências e aventuras. Você fica fervilhando com os milhares de possibilidades do que poderá acontecer. Esse é também um dos ingredientes que fazem um relacionamento pegar fogo. "Deixar cada um na expectativa aumenta a produção de dopamina, um hormônio que está associado à excitação e que faz com que o casal se sinta sexualmente mais atraído um pelo outro", diz Scott Haltzman, autor de Os Segredos das Mulheres Felizes (Ed. Gente, 256 págs., R$ 49,90). Mude os programas. Ligue fora de hora. Mande uma mensagem. O negócio é sair do lugar-comum e estimular a imaginação do outro. E a sua também.

2. Calor acende o fogo mesmo

Mesmo que você more em São Joaquim, em Santa Catarina, sabe que num dia estará morrendo de frio, mas no outro o termômetro pode marcar 30°. Os invernos aqui não são tão rigorosos como no Hemisfério Norte, mas não dá para negar que quando a temperatura sobe de verdade por semanas seguidas a sensação é que acende um fogo interior dentro da gente. "A exposição solar desencadeia a produção de dois hormônios que melhoram o humor, a dopamina e a serotonina, mais o MSH, que deixa a sua libido nas alturas", diz Michael F. Holick, autor de The Vitamin D Solution. E, graças ao horário de verão, você sentirá os benefícios da luz solar ainda mais intensamente. Fazer um esporte ao ar livre ou mesmo curtir uma happy hour no final da tarde pode fazer milagres pelo seu apetite sexual.

3. O sexo fica mais intenso

A gente sai bem menos de casa no inverno - mesmo que não neve por aqui. Então, quando o sol começa a castigar, coloque o nariz para fora de casa e experimente as sensações incríveis que o sexo ao ar livre pode proporcionar. "A maravilha desse contato com a natureza é que todos os sentidos são aguçados pelo ambiente - o aroma das flores e árvores, a brisa morna, a terra macia sob o seu corpo", diz Gilda Carle, autora de 99 Prescriptions for Fidelity. "Esses estímulos externos fazem com que a experiência sexual envolva corpo e mente como um todo." E de uma coisa não temos do que reclamar: na praia ou na montanha, não falta lugar para você deitar e rolar por aí. Só cuidado para não acabar presa por atentado ao pudor.

4. O seu nariz é um espião sexual

Você nem se acha a Mulher Maravilha, mas saiba que seu nariz tem poderes de super-herói - mesmo que inconscientemente. As mulheres têm a capacidade de sentir se o homem está interessado nela apenas ficando perto dele, de acordo com o Journal of Neuroscience. "O homem quando se sente atraído por uma mulher secreta agentes químicos por meio de suas glândulas sudoríparas, que o cérebro feminino interpreta como interesse sexual", diz Helen Fisher, autora de Por Que Ele? Por Que Ela? (Ed. Rocco, 312 págs., R$ 42). E, de acordo com Alan Hirsch, diretor do Smell&Taste Treatment and Research Foundation, em Chicago, nos EUA, o olfato bem mais sensível das mulheres fica ainda mais aguçado no verão graças ao aumento da umidade do ar. Então, esse é o momento em que você está numa posição privilegiada para detectar os caras que estão interessados no seu corpinho e no seu espírito. "Preste atenção em seus nervos", diz Helen Fisher. Se estiver se sentindo especialmente confiante e atraente perto de um cara, é provável que ele esteja a fim de você.

5. Você exala sex appeal


No calor você não precisa de muito empenho para parecer sexy - as saias e os shorts ficam mais curtos, os decotes mais pronunciados e os vestidos com aquele jeito tomara que caia mesmo. Só não exagere. "O nu e cru acaba com o estímulo e o homem adora o que eu chamo de jogo do desnudamento progressivo. Então, se você mostra logo tudo de cara, ele pode perder o interesse de descobrir o que você tem a mais porque é a imaginação que ajuda a construir a fantasia", diz o psiquiatra Carlos Eduardo Carrion de Oliveira, da Associação Brasileira de Estudos sobre a Impotência. E isso vale também para o tamanho do biquíni. O homem pode muito bem achar mais estimulante ver a mulher chegando à praia e tirando a roupa do que já encontrá-la lá de microbiquíni. Anote aí: nesse quesito, menos é menos mesmo.

6. Você estará aberta a novas possibilidades

Lagartear num dia de calor por apenas 30 minutos deixa as pessoas mais abertas e receptivas a novas situações, de acordo com pesquisa conduzida pela Universidade de Michigan, nos EUA. "Estar ao ar livre reajusta a sua percepção do mundo", diz Holick. "O sol reprime a produção e diminui os níveis de melatonina, fazendo com que você fique mais alerta, aberta a experiências inéditas e com vontade de pisar em territórios não familiares." Aproveite para também turbinar a criatividade na cama e misturar as coisas na hora H. Faça sexo sem beijar na boca ou apenas pule as preliminares e vá direto ao que interessa. Esqueça aquele velho script.

7. O amor fica com gosto de férias

Mesmo que você não consiga tirar um mês de férias - bem, quem consegue? -, tente planejar miniescapadas com o seu gato. "Os casais tendem a fazer sexo de uma forma mais explosiva durante as férias porque conseguem mandar para escanteio o fator stress - o maior matador de libido -, e também porque podem focar inteiramente na relação", diz Carlos Eduardo Carrion. Com a atenção toda voltada de um para o outro, vocês se sentirão mais próximos porque vão lembrar o que os fez se apaixonarem quando se conheceram.

8. Quando você está sexy, consegue ficar excitada sozinha

Você pode salivar de pensar em comer uma feijoada, mas, honestamente, ela combina bem mais com um cashmere e não com o biquíni que você quer desfilar o verão inteiro. A sorte é que naturalmente no verão nós temos vontade de comer coisas diferentes que turbinam nosso humor e o jeito com que nos relacionamos com o próprio corpo. Invista num cardápio mais leve, que ainda vai deixá-la mais magra e sem barriga. "Quando você se sente mais saudável e mais leve, fica mais confortável com seu próprio corpo. E essa confiança cria uma imagem sexy em sua cabeça, deixando-a pronta para fazer mais sexo com mais frequência, inclusive na modalidade solo", diz Carla Cecarello, coordenadora do Projeto AmbSex, de São Paulo.

http://revistawomenshealth.abril.com.br/edicao/027/sexo-verao-deita-rola.shtml

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Vida


Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar, duram um a eternidade. A vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre!

(Clarice Lispector)

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Restos do carnaval

Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu. No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz. E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim. Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice. Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com os quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira. Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga - talvez atendendo a meu mudo apelo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma. Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse pelo menos estaríamos de algum modo vestidas - àidéia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos pudores femininos de oito anos, de combinação na rua, morríamos previamente de vergonha - mas ah! Deus nos ajudaria! não choveria! Quando ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola. Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa. Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava. Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido, sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre, mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria. Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa..

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Está tentando emagrecer?

Texto da Gi, minha querida nutricionista que mata um leão por dia
comigo! rsrsrs. Sempre muito enriquecedora suas postagens. Gi, obrigada!!!


ESTÁ TENTANDO EMAGRECER?
DICAS COMPORTAMENTAIS PARA TORNAR ESTA FASE UM SUCESSO.


1) Evite se alimentar enquanto faz outra atividade (TV, computador, lendo), pois desta maneira não percebemos de fato o que e que hora comemos. E só paramos quando o estômago não aguenta mais. Igual pipoca em filme.


2) Mastigue devagar! Se policie para soltar o talher a cada garfada (isso funciona!!). Quando mastigamos devagar, o cérebro consegue identificar mais rápido a saciedade. Isso acontece porque o sinal de saciedade só é enviado ao cérebro depois de 15-20 minutos do inicio da refeição. A pressa alias é inimiga de qualquer pessoa que está emagrecendo. É preciso aprender a respirar, se alimentar devagar e também esperar o organismo apresentar os resultados.


3) Sirva porções menores do que o habitual. Utilize utensílios menores, pratos, copos em tamanho reduzido. Também funciona!


4) Faça a lista de compras antes de ir ao supermercado e não deixe de seguir a risca! Se estiver com fome evite entrar no supermercado, padaria, ou qualquer estabelecimento relacionado com alimentação! Quando estamos famintos tudo fica mais apetitoso e levamos muito mais do que precisamos (ou que cabe no estômago).


5) Cuidado com o pensamento: “chegou o fim de semana, e agora posso comer tudo o que deixei de comer na semana! Eu mereço”. Conclusão? Recupero o peso eliminado em dois dias, e desta maneira fico em efeito “iô iô” durante o tratamento. Sempre falo nas consultas sobre emagrecer a alma. Isso é fundamental para que depois do tratamento você se mantenha no peso.


6) Sim, você realmente merece ter prazer em comer. Mas será que não é melhor aprender como e quando colocá-las no seu dia a dia? Escolha no máximo 2 refeições com alguma guloseima por semana. Se tiver festa sábado e domingo, evite qualquer doce durante a semana.


7) Evite ficar se pesando. Guarde a balança de casa! Pesar constantemente pode ser uma armadilha. Veja duas situações:
a. Perdi peso: “Oba, eu mereço comer uma pizza ou sobremesa”, se eu esquecer a quantidade....prejuízo na certa.
b. Ganhei peso: “Chega! Estou cansada de fazer dieta! Vou parar com tudo!” De repente você abandona o tratamento.


8) Identifique e diferencie: FOME, VONTADE e ANSIEDADE. São três situação que comemos de maneira diferente.
a. FOME: o que tiver você come, pode ser alface, não importa! Você come pensando em volume, portanto, come muito. Muitas vezes nem mastiga, outro motivo que leva a comer muito.
b. VONTADE: imagine a situação, você adora chocolate, mas um dia ficou com muita vontade de comer jiló. Não importa!!! Pode estar numa doceria, pode comer chocolate, mas a vontade do jiló continua. Se você tivesse partido para “matar” a vontade, talvez comesse menos.
c. ANSIEDADE: comer qualquer coisa para esquecer de alguma dificuldade. Conclusão? Continua sem resolver seu problema, e talvez ganhou mais...culpa por comer o pacote de bolacha! Será que vale a pena?


9) Cuidado com os beliscos. Coisas pequenas e de baixa caloria podem enganar! Pense em uma bala de 10 calorias. Pouco, não é mesmo? Agora pense no pacote de bala?

10) Qualquer atividade física é valiosa! Escolha alguma coisa que te dê prazer. Isso é 50% do sucesso do tratamento.


Vamos lá, colocar nosso projeto 2011 em ação! Com certeza chegaremos lá.

Dra Gismari Bertoncello
Nutricionista Clínica e Personal Diet -Florianópolis / SC
Fone: (48) 3225-0017 


domingo, 13 de fevereiro de 2011

O dia em que um anjo entrou na minha vida


JOÃO VÍTOR

O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós!

(Clarice Lispector)


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Conheça dez alimentos que podem prolongar a sua vida

Todos sabem que a alimentação é extremamente importante para a manutenção da saúde. Cada tipo de alimento possui uma propriedade, alguns prejudicam e outros auxiliam no funcionamento do organismo.


Se você está realmente preocupado com a sua saúde, é melhor prestar mais atenção no que anda comendo, pois sua atitude hoje será determinante na sua qualidade de vida nos próximos anos. Diversas pesquisas ao redor do mundo já apontaram quais são os alimentos que podem fazer bem e ajudar na prevenção de doenças.

Pensando nisso, o Terra preparou uma lista com dez alimentos que podem te ajudar a viver mais e melhor. Lembrando que, para se manter saudável, é preciso uma dieta balanceada aliada a hábitos saudáveis. Veja a lista de dez alimentos que podem prolongar a sua vida:


Alho
O alho é um alimento altamente benéfico, pois diminui a hipertensão e os níveis de colesterol do sangue. Ele ainda promove uma ação antioxidante, combatendo os radicais livres. Pesquisas apontaram que o consumo de alho pode ajudar a diminuir o câncer de mama, pele e pulmão, além de prevenir o câncer de cólon e de esôfago. Ele tem propriedades antiviróticas e bactericidas, que previnem ou combatem infecções, e também é eficiente na proteção contra a congestão nasal. O alho pode, entretanto, causar indigestão, especialmente se comido cru.

Aveia
A aveia é um cereal nutritivo e uma excelente fonte de cálcio, ferro, proteínas, vitamina E, manganês, magnésio, zinco, cobre, carboidratos e fibras solúveis.
A versão em farelo é a que tem maior teor de betaglucanas, componentes da fibra alimentar solúvel que auxiliam no controle do colesterol e da glicemia. Sua composição, que é rica em fibras, ajuda também a favorecer o trânsito intestinal. Além de tudo isso, a aveia pode ser uma aliada no combate ao estresse do cotidiano. Tudo por causa de uma substância chamada avenina, que possui uma ação relaxante ao organismo.

Azeite de oliva
O azeite de oliva possui vitaminas A, D, K e E, e é um poderoso antioxidante, o que ajuda a retardar o envelhecimento da pele. Entre os benefícios do alimento, estão a ajuda na prevenção contra o câncer e às doenças do coração. Muito recomendado pelos médicos, o azeite possui propriedades que impedem a oxidação da gordura boa que circula no sangue (LDL).

Castanhas-do-pará
Um estudo realizado pela Universidade de Otago, na Nova Zelândia, apontou que a ingestão de até duas castanhas-do-pará eleva em 65% o teor de selênio no sangue. Porém, dependendo da castanha, apenas uma unidade já é o suficiente. Muito cuidado para não ingerir muitas castanhas, pois o selênio só é benéfico em pequenas quantidades, em doses altas pode gerar intoxicação. Na dose certa, esta substância aciona as enzimas que combatem os radicais livres, evitando assim o envelhecimento celular e prevenindo o surgimento do câncer.

Chá verde
O chá verde ajuda na perda de peso, diminui as taxas de colesterol, controla a pressão arterial, ativa o sistema imunológico, diminui o risco de artrose, aterosclerose e outras doenças degenerativas, e tem ação cicatrizante por uso tópico. Pesquisas realizadas pelo Centro Nacional Epidemiológico de Prevenção contra o Câncer, no Japão, demonstraram que o consumo do chá pode estar relacionado ao menor risco de desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como de pele, ovário, pulmão e próstata. Assim como qualquer alimento, o chá verde deve ser consumido com moderação, para evitar problemas como a gastrite.

Maçã
Maçãs têm poucas calorias e muitas fibras solúveis, que ajudam a reduzir o colesterol. O fruto contém vitaminas B1, B2, niacina e sais minerais como fósforo e ferro. Um dos elementos da maçã é a pectina, que tem se mostrado eficaz no controle da glicemia, auxiliando os portadores de diabetes a manter a boa saúde. Rica em quercetina, substância que ajuda a evitar a formação dos coágulos sanguíneos capazes de provocar derrames, a maçã é recomendada para pessoas com problemas de intestino, obesidade, reumatismo, gota, diabetes, enfermidades da pele e do sistema nervoso. Em outras pesquisas, homens que comeram quase uma maçã por dia tiveram função pulmonar mais forte do que os que excluíram a fruta do cardápio.

Peixes
Todos sabem que o consumo de peixes é benéfico para a saúde, mas afinal, você sabe quais são os benefícios do consumo diário deste tipo de carne? Os peixes possuem menos gorduras do que outros tipos de carne, como de boi e porco. Os tipos de gorduras existentes nos peixes são as poliinsaturadas, das quais se destaca o ômega 3, que oferece diversos benefícios à saúde, como a diminuição de riscos cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), redução da pressão arterial e taxa de colesterol total no sangue. Existem várias espécies de peixes, cada uma com quantidades diferentes de ômega 3. Os peixes de águas salgadas e frias, como bacalhau, atum e salmão são os mais abençoados com este tipo de gordura.

Soja
A soja é um dos grãos mais nutritivos e versáteis. É uma boa fonte vegetal de proteína e ferro, de vitamina B, cálcio, potássio, zinco e outros minerais. Pode prevenir doenças do coração e algumas formas de câncer. Essas substâncias atuam como um antioxidante, reduzindo as taxas do colesterol ruim (LDL) no sangue. Entre os benefícios do alimento, está também o controle hormonal, o que pode ajudar a amenizar os sintomas da menopausa.


Tomate
Consumido cru ou cozido, os tomates contêm poucas calorias e são ricos em vitaminas e outras substâncias. São boa fonte de vitamina A e C, folato e potássio.
Estudos epidemiológicos mostraram que a ingestão de tomate e de produtos à base de tomate está associada à redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas como câncer e doenças cardiovasculares. Estudo conduzido na Itália na década de 80 mostrou uma relação inversa entre o consumo de tomate e o risco de câncer do trato digestivo. Outros benefícios do fruto incluem a diminuição da pressão arterial e das incidências de doenças cardiovasculares.

Vinho
Não é de hoje que os médicos recomendam, principalmente a quem possui problemas de coração, a ingestão diária de quantidade moderada de vinho. O consumo moderado de vinho tinto está associado com redução da mortalidade e das hospitalizações por Doença Arterial Coronária (DAC), segundo o Instituto do Coração de São Paulo. A presença da substância ativa resveratrol, mais comum no vinho tinto, funciona como antioxidante transformando esta bebida em um poderoso alimento funcional. Os flavonóides, que impedem que a gordura acumule nos vasos sanguíneos, são outros aliados do coração. O consumo do vinho deve ser moderado, apenas uma taça por dia geralmente surte um efeito positivo. Consumo em excesso não é recomendável.

(Fábio Santos - site Terra)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Você, modo de usar

Negativismo, raiva, frustração, nada disso colabora com nosso metabolismo. É aí que pequenas atitudes podem fazer diferença.
Quando caminho pelas ruas da cidade, ou mesmo quando circulo de carro, reparo em pequenos pontos comerciais em construção e na hora penso: tomara que seja uma livraria, tomara que seja uma papelaria, tomara que seja uma galeria de arte, tomara que seja um bistrô, tomara que seja uma floricultura. Vou acompanhando a obra com expectativa, até que um dia os tapumes são retirados e shazam: é mais uma farmácia.

O filme Amor e Outras Drogas dá uma amostra de como os laboratórios movimentam fortunas e estimulam o consumo de medicamentos de forma impulsiva e muitas vezes desnecessária. Remédio não é sorvete, não é banana, não é pãozinho. Mas o povo se acostumou a ingerir goela abaixo o que lhe sugerem, sem receita, sem critério, e a indústria farmacêutica prospera.

Conversava outro dia com uma amiga endocrinologista, e falávamos justamente sobre como tantas doenças poderiam ser prevenidas através da simples mudança de hábitos. Ninguém renega a importância de uma campanha de prevenção contra o uso do crack, mas há um número ainda maior de pessoas se viciando em gordura, evitando legumes, se entupindo de refrigerante, não dando a devida atenção aos produtos orgânicos, abusando do sal, do açúcar e das frituras. Seria igualmente progressista uma campanha que alertasse: comer errado, nem pensar.

Esse é só um exemplo de como a falta de qualidade de vida pode adoecer e até matar. A causa de óbitos geralmente é infarto, câncer, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos, mas algumas dessas doenças tendem a iniciar décadas antes, por meio de uma rotina de muito stress, ansiedade, angústia emocional e neuroses não tratadas. Negativismo, raiva, frustração, nada disso colabora com nosso metabolismo.

É aí que pequenas atitudes podem fazer diferença, como praticar atividades físicas, buscar algum recurso para relaxamento (ioga, meditação, terapia, religião, massagem), cultivar amigos, dormir bastante, usar filtro solar, cuidar da postura, beber muita água, controlar o peso, não fumar, não beber em excesso, fazer check ups periódicos – e não se drogar, lógico. Os médicos têm batido nessa tecla com insistência, mas ainda há quem considere esse blablablá improdutivo ou politicamente correto demais.

Tem nada a ver com politicamente correto, e sim com inteligência. E inteligência não se vende em frascos.

Farmácias comercializam produtos de primeira necessidade. Sem elas, não teríamos acesso a medicamentos fundamentais para nossa saúde mental e física, devidamente prescritos, mas precisamos de tantas?

Creio que teríamos uma sociedade bem mais saudável se a população contasse com inúmeros pontos de venda de livros, sucos, flores, livros, discos, bicicletas, livros, frutas, bolas de futebol, raquetes de frescobol, instrumentos musicais, sapatilhas, livros, livros e, claro, livros.

(Martha Medeiros)

Luta de classes - Danuza Leão

Aprendi que a luta de classes começa dentro de casa, e mais especificamente, dentro da geladeira.

HÁ UNS DOIS ANOS tive uma diarista que começava a trabalhar muito cedo -por escolha dela; às 6h ela já estava em minha casa. Uma morenona bem carioca, simpática, risonha, disposta, sempre de altíssimo astral.


Gostei dela, e como detesto fazer ares de patroa -e não sei-, tínhamos uma relação amistosa e legal, como devem ser todas as relações. Algum tempo depois, comecei a fazer aula de natação em um clube que fica a uns 500 metros de minha casa. A aula era às 7h, mas e a preguiça? Preguiça de levantar da cama, e enfrentar a distância ficou difícil. Tive então uma ideia: levá-la comigo. Assim, teria companhia para ir e voltar, e seria mais fácil a caminhada. Vamos deixar bem claro: não foi nem um ato de gentileza de minha parte, nem pensei apenas em meu proveito.

Achei que seria bom para as duas, e ela, que talvez nunca tivesse entrado numa piscina, ia adorar.

Perguntei se gostaria, ela ficou toda feliz, e, a partir daí, todos os dias íamos juntas, conversando.

Eu pagava minha aula e a dela, e às 8h30 estávamos de volta, alegres, falando sobre nossos progressos. Já que não posso mudar o mundo, pensei, estou exercendo o socialismo -ou a democracia- pelo menos em meu território. Mas notei que a cada vez que contava isso para os amigos, nenhum deles dizia uma só palavra; nem para achar que tinha sido uma boa solução, nem para ficar contra, nem ao menos para achar alguma graça. Silêncio geral e total.

O tempo foi passando. Comecei a perceber pequenos desvios no troco, às vezes dava por falta de uma das três mangas compradas na feira, os picolés que guardava no freezer desapareciam, os refrigerantes e sabonetes também, e eu pensava: "tem dó, Danuza, afinal ela toma duas conduções para vir, duas para voltar, a grana é pouca, se ela fica com oito ou dez reais da feira, é distribuição de renda. E se comeu metade do Gruyère, dizer que o queijo francês é só seu, é um horror"; e assim fomos indo.

Fomos indo até que um dia viajei por um mês, e quando voltei, houve problema com um cheque; coisa pouca, mas ficou claro, claríssimo, que tinha sido ela, e tive que demiti-la, o que aliás me custou bem caro, em dinheiro e pela deslealdade. Depois da demissão, fui descobrindo coisas mais graves -e nem vou contar todas, só uma delas: nos fins de semana, ela vinha com o marido, punha o carro na garagem do prédio e o casal passava o fim de semana na minha casa.

Depois de recibos assinados, tudo liquidado, chegou a conta do telefone do mês em que estive fora: havia 68 ligações para um único celular. Liguei para o número e soube que era de um funcionário do clube de natação, que ela paquerava.

Quando entrou a substituta, tive que comprar lençóis, toalhas e um monte de coisas que ela havia levado. Sei que não sou um modelo de dona de casa, mas alguém conta todos os dias quantos lençóis tem? E tranca os armários? Não eu. Durante um bom tempo fiquei mal: pela confiança, pela traição, depois de quase dois anos de convivência. E agora?

Não sei. Afinal, somos ou não somos todos seres humanos iguais, como me ensinaram? Ou é preciso mesmo existir uma distância empregado/patrão, como dizem outros? Ou esse foi um caso singular?

Aprendi que a luta de classes começa dentro de nossa casa, e mais especificamente, dentro da geladeira. E enquanto o mundo não muda, passei a comprar queijo de Minas, que além de tudo não engorda.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O laço e o abraço

Meu Deus! Como é engraçado!

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. 
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. 
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? 
Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. 
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço! 

(Mário Quintana)

Auto-aceitação: um meio de conquistá-la!

by Luciano Martins
Quando olhamos para nossa realidade interior e conseguimos descobrir os aspectos negativos que carregamos, deparamos com uma grande dificuldade: aceitarmos que carregamos essa negatividade e, o pior, nos aceitarmos verdadeiramente depois dessa constatação. Na verdade, sempre soubemos da existência desses aspectos em nós, mas justamente por não conseguirmos lidar com essa realidade, mantínhamos tudo oculto em nosso inconsciente e entrávamos na negação e na conseqüente auto-rejeição. Assim, quando partimos para uma busca pelo autoconhecimento, essa realidade que estava oculta, apenas é trazida à luz de nossa consciência.

Não conseguimos nos aceitar, quando constatamos nossos aspectos negativos, por conta de um grande equívoco: passamos a nos identificar com esses aspectos negativos e a acreditar que somos esses aspectos, que somos esse ser "abominável e cruel" que acabamos de descobrir dentro de nós. Nos identificamos tanto com eles e ficamos tão decepcionados conosco, que acabamos nos rejeitando duramente, e nos fechamos na crença de que, por sermos maus e culpados, não somos merecedores e dignos da luz e do amor de Deus, e não temos o direito de reivindicar a felicidade.

A culpa nos atormenta e nos aprisiona impedindo que consigamos sair desse tormento em que entramos. Por acreditarmos que somos pecadores e culpados e na punição que isto requer, nosso psíquico dispara mecanismos de autopunição e autodestruição. Isto ocorre porque acreditamos que Deus nos punirá, pois nos fizeram crer que devemos temer o castigo de Deus quando não somos bons, e isto significa que Seu castigo será muito mais destruidor que o nosso, assim antecipamos a punição esperada na intenção de mostrar a Ele que "não precisa fazer isso conosco, pois nós mesmos já estamos fazendo". Acreditamos que a punição que nos damos será mais leve do que a D´Ele.

Com isto, transformamos nossa vida em um mar de insatisfação e estagnação. Passamos a atrair somente situações negativas que fazem com que tudo em nossa vida comece a "dar errado", atraímos circunstancias e pessoas que nos levem a destruir ou a perder o que conquistamos ou a impedir que conquistemos algo que estamos prestes a realizar. Esta não aceitação de nossa sombra poderá, inclusive, nos levar ao ponto de desenvolvermos doenças físicas.

Se perseverarmos em nosso propósito de descobrirmos quem somos de verdade - Luz e sombra - com a verdadeira auto-aceitação, conseguiremos superar esta fase. Porém, como nosso Ego teme perder o poder para o Eu Real, ele finge que está agindo a nosso favor e nos faz crer que, se estamos conseguindo descobrir nossa negatividade, significa que ele está permitindo e colaborando para que isto ocorra, e nos ilude nos fazendo crer que ele quer que nos libertemos de nossas amarras internas e nos entreguemos ao comando amoroso e sábio de nosso Eu Real. Só que o Ego não quer isso e usa estes recursos na tentativa de ganhar poder, manipulando a situação, para nos enganar e sabotar, fazendo com que tudo fique de forma segura e confortável a ele. Portanto se conseguimos ACEITAR os aspectos negativos que contemos - não somos, somente contemos - e, principalmente, nos ACEITARMOS integral e verdadeiramente, mesmo contendo nossa sombra, estaremos livres de nossas crenças limitantes e das garras de nosso Ego.

Isto precisa ser compreendido e aceito em nosso coração, por isto vou reforçar: não somos esse ser negativo e destrutivo que existe em nós, mas somos seres divinos e de Luz, existimos também em várias outras dimensões, que compõe a totalidade de nosso ser integral e estão muito além da nossa ilusória e limitada existência humana na terceira dimensão. Em verdade, somos Seres Espirituais que, ao mergulhamos na terceira dimensão, entramos na dualidade que traz a condição de contermos a Luz e a sombra. Porém, continuamos a ser o mesmo Ser de Luz que éramos antes de encarnarmos. Portanto, essa negatividade faz parte da existência humana, dentro da dualidade e são apenas aspectos que carregamos, mas não somos. Nossa verdadeira identidade é a do nosso Eu Real, é com este que devemos nos identificar.

Somente com esta compreensão e consciência conseguiremos nos aceitar de verdade. Se conseguirmos nos permitir fazer esta descoberta, aos poucos conseguiremos compreender esta realidade, com isso, a auto-aceitação, poderá acontecer gradativamente. Não adianta querermos que a auto-aceitação ocorra num passe de mágica, só porque conseguimos conhecer esta verdade. Isto é algo que se conquista aos poucos, pois a auto-rejeição é muito antiga e arraigada dentro de nós, ela é proveniente de nossas vidas passadas e nos influencia intensamente na vida presente. Precisamos também aceitar esta realidade.

A aceitação plena será conquistada com muita auto-observação, comprometimento e responsabilidade, pois o Ego tentará se manter no poder e nos sabotará, nos arrastando para a culpa sempre que viermos a conhecer mais de nossa sombra, pois esta será sua arma para que não acreditemos que somos nosso Eu Real. Sempre que o Ego se perceber novamente desmascarado e diante de nossa aceitação ele se sentirá em perigo e tentará distorcer os fatos, fazendo-nos encontrar na "tal aceitação", uma justificativa para nossa maldade ou qualquer atitude negativa que venhamos a cometer. Vou dar um exemplo: se descobrimos que somos arrogantes e que devemos aceitar esse fato, ele tentará nos fazer crer que aceitação significa termos "licença e permissão" para darmos vazão à arrogância, sem nos preocuparmos com os outros. É aqui que está o perigo, pois, obviamente, isto não é verdade. Aceitar a arrogância, significa que não devemos negar ou rejeitar essa realidade. Se, diante de uma situação em que nos pegamos em flagrante sendo arrogantes, poderemos nos dizer: acabo de constatar que fui arrogante neste momento e que feri essa pessoa, eu aceito a minha arrogância, apesar de não gostar de detectá-la em mim, e vou fazer de tudo para encontrar o equilibrio dentro disso, para que eu consiga reconverter a arrogância na energia da qual ela é proveniente: a energia de puro amor, pois sei que tudo é Luz. Vou fazer de tudo para modificar esse aspecto em mim.

Este não é um tipo de aceitação passiva e permissiva, mas sim, uma aceitação dinâmica, que implica em simplesmente compreendermos que apenas são aspectos negativos que carregamos, que a negação só nos destruirá, e que, apesar de não gostarmos de encontrá-los em nós, deveremos aceitar, pois é fato, eles existem. A partir disto, poderemos partir para a busca de meios e recursos internos para que possamos modificar esses aspectos, reconvertendo-os em sua origem: corrente de puro amor.

Ao exercitamos a aceitação, conseguiremos cada vez mais nos aprofundar na busca e descoberta de nossos aspectos negativos ocultos e isto fará com que nos libertaremos cada vez mais da culpa e da necessidade de dispararmos mecanismos de autopunição e autodestruição. Isto nos trará um relaxamento, que nos ajudará a permitir que a vida flua de forma saudável e satisfatória. 



(Teresa Cristina Pascotto)
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