quinta-feira, 31 de maio de 2012

Perfeito!


Pais não são amigos!


Muitos pais procuram ajuda, pois não conseguem controlar seus filhos pequenos. São crianças muito novas, entre dois e cinco anos e que ganharam de seus pais o direito de assumir a função que antes era deles.

Como assim? Com alguns subterfúgios, incluam-se as birras, a criança consegue reverter a decisão dos pais a seu favor, mesmo que não seja a mais adequada.
No começo, acham que é uma gracinha, pois demonstra que seu filho "sabe o que quer", "tem opinião própria", etecetera e tal. Só que a criança não fica para sempre com a mesma idade... ela cresce e, sem limites, a situação se complica.
Os pais devem compreender que não podem ser amigos dos próprios filhos, pois na amizade supõe-se uma interação linear, quer seja, não há hierarquia e todos se manifestam da maneira que têm vontade, algumas vezes com muito exagero. Os pais podem e devem ter atitudes amigas, mas não são amigos. Pais são pais, devem dar as regras e limites de comportamento a seus filhos, pois estes não conseguem lidar sozinhos quando o problema é mais conflituoso ou quando as emoções se exacerbam.
Os pais devem ter autoridade sobre os pequenos, sem necessidade de serem autoritários. Basta que lhes expliquem o motivo pelo qual tomaram determinada decisão. E, uma vez tomada, mantê-la, para não confundirem a cabecinha deles. Para isso é preciso que reflitam antes sobre como desejam educá-los e, mais importante ainda, que o parceiro não o desautorize na frente deles.
Não enviem mensagens dúbias, aquelas que a criança compreende como lhe convém ou, ainda, não tomem decisões de acordo com o humor do momento. Sejam sempre claros e firmes.
É claro que algumas regras e limites têm prazo de validade. Conforme a criança se desenvolve e adquire mais autonomia e, com ela, maior responsabilidade, serão alterados. A criança precisa saber disto. Assim, informe-a dos que valem para sempre como respeito, honra, generosidade.
É através do limite que a criança passa a enxergar "o outro" e que vai assimilando que não se pode ter ou fazer tudo o que se deseja, principalmente se invadir o espaço alheio.
Se por muitas gerações a criança não teve vez ou voz ativa, parece que atualmente alguns pais são muito permissivos, têm receio de impor limites, regras e valores sociais, com a compreensão de que lhes farão mal ou provocarão trauma psicológico. Puro engano. Certa dose de frustração não faz mal a ninguém e algumas satisfações terão que ser adiadas.
Há de se encontrar equilíbrio naquilo que se ensina e espera de uma criança. Ela tem que aprender que muitas e muitas coisas pode fazer e outras tantas, não. E lhe demonstrar que isto é verdadeiro.
Quando tiver que evitar um comportamento inadequado, pode lembrá-la de um positivo, esclarecendo que é mais saudável e aceita a substituição de um pelo outro. Sempre com muito carinho, compreensão e tranquilidade, pois criança não nasce sabendo como viver e se comportar em sociedade. Ela sempre vai precisar de um adulto responsável para lhe ensinar.
Ana Maria Morateli da Silva Rico
Psicóloga Clínica

“A Vida Secreta de Marilyn Monroe”

Estou louca para comprar este livro...


Livro “A Vida Secreta de Marilyn Monroe” remonta com detalhes o ambiente que moldou a personalidade da estrela.


por Luciana Borges - 5 de agosto de 2010
Não haverá biografia, estudo ou investigação que esgote o mistério em torno da trajetória de ascensão e queda de Norma Jeane Mortensen, a mulher mais sedutora de toda a história do cinema ocidental. A vida de Marilyn Monroe, que morreu em circunstâncias até hoje pouco esclarecidas no dia 5 de agosto de 1962, será fonte infinita de especulação, curiosidade e encantamento.

Marilyn inaugurou no cinema o estereótipo da loira intelectualmente desfavorecida e disponível sexualmente. Acabou presa a essa imagem durante anos, por mais que lutasse por outro tipo de papel. Os estragos dessa verdadeira “forca artística”, bem como o caminho difícil que Norma Jeane traçou até se tornar o rosto mais popular do mundo estão em uma recente e volumosa obra dedicada a esmiuçar todas as relações da atriz com o mundo. 

“A Vida Secreta de Marilyn Monroe” (Ed. Planeta, 459 pgs), escrito por J. Randy Taraborrelli (autor de livros sobre Elizabeth Taylor, Frank Sinatra e Michael Jackson), é pretensioso. Afinal, depois de tantas e tantas biografias (autorizadas ou não) que contam histórias sobre Miss Monroe, muito do que um dia foi verdade e do que já se inventou sobre ela acabou misturado. Achar, portanto, verdadeiros “segredos”, é algo bem difícil já que a própria Marilyn era uma notória contadora de mentiras. Ora omitia fatos de seu passado, como o fato de sua mãe viver internada em clínicas para doentes mentais, ora distorcia momentos de sua infância nos quais afirmava ter sido abusada sexualmente, algo que nunca ficou comprovado.

Qual seria, então, o grande trunfo de mais esta obra sobre Marilyn Monroe? Se você for aficionado por ela como eu, Taraborrelli te ajudará a “ligar os pontos”. Os primeiros três grandes capítulos são fundamentais para isso. Mergulham de forma profunda na infância e na adolescência de Norma Jeane, a começar por caracterizar as personalidades absolutamente instáveis que a circundavam - sua avó, Della Monroe, e sua mãe, Gladys. 

Capa do livroCapa do livro
Também delineia a figura de Ida Bolender, a vizinha que criou Marilyn por quase toda a infância e uma das poucas mulheres fortes de sua vida. Através de inúmeras entrevistas com parentes, amigos e todo tipo de gente que conviveu com as pessoas-chave desse início, o autor traça um completíssimo quadro de como Norma Jeane cresceu, como seus traumas surgiram e se solidificaram transformando-a numa mulher paradoxal que conseguia ser incrivelmente obstinada ao mesmo tempo em que mantinha uma insegurança profunda capaz de impedi-la de se sentir amada.

NASCE UMA ESTRELA

Já os curiosos devem se deliciar com os capítulos seguintes, que narram, passo a passo, sua transformação de modelo cobiçada a atriz de Hollywood. Estão lá os primeiros e medíocres filmes de sua carreira, os quais apenas usavam sua excelente e sedutora forma física, a batalha que travava com a Fox, estúdio para o qual trabalhou praticamente a vida toda, e seu momento de virada, quando surgiu como mera coadjuvante no filme “A Malvada” (1950), estrelado por Bette Davis e Anne Baxter, e brilhou para as câmeras. J. Taraborrelli costura sua versão da história com mais e mais entrevistas, vagando do que acontecia nos bastidores, como o primeiro contato de Marilyn com barbitúricos, calmantes e pílulas para dormir, a real conquista do sucesso em “Os Homens Preferem As Loiras” (1953) e “O Pecado Mora ao Lado” (1955). 

Em muitos momentos, é difícil não se sentir tocado pela maneira como o autor descortina a infelicidade crescente de Marilyn, incompreensível à medida que se tornava cada vez mais rica e poderosa. As relações amorosas sempre catastróficas, o ciúme de seus dois últimos maridos – Joe DiMaggio, o jogador de baseball que desejava mantê-la longe da carreira, e o dramaturgo Arthur Miller, que, segundo retrata Taraborrelli, desenvolveu um rancor patológico pelo sucesso da mulher – complicadas pelo uso de drogas e pelo excesso de bebida estão entre os pontos mais dramáticos dessa trajetória..

Marilyn e Arthur Miller, seu terceiro e último marido: os tempos de paz foram bem poucos, diz a biografiaMarilyn e Arthur Miller, seu terceiro e último marido: os tempos de paz foram bem poucos, diz a biografia
Passadas mais de 350 páginas, o leitor chega nos dias finais de Marilyn Monroe, quando já vivia atormentada por depressões fortíssimas, havia sofrido dois abortos, estava divorciada do terceiro marido e envolvida de maneira obscura com Bobby e John Kennedy. Freqüentava psiquiatras todos os dias da semana e havia tentado o suicídio ao menos três vezes. É perto dos dias derradeiros da atriz que a obra perde seu poder de precisão, talvez devido a dificuldade de tirar dos figurões os mesmos detalhes encontrados no começo. E como se sabe, os últimos dias de Marilyn Monroe rendem, sozinhos, outra obra completa. Se depois de toda essa viagem pela existência da mulher que se tornou uma lenda como nenhuma outra (e aqui, o clichê vale) – complemente sua leitura com “Marilyn: Últimas Sessões”, um misto de romance e biografia que trata somente da relação da atriz com seu último psicanalista, Dr. Ralph Greenson, aquele que a encontrou morta em sua cama há 48 anos.

17 perguntas e respostas sobre o comportamento infantil


17 perguntas e respostas sobre o comportamento infantil
Getty Images
Angela Senra Atualizado em 13.01.2012
Listamos algumas situações em que os pais se perguntam como proceder ou como resolver tudo da melhor maneira possível.
O que fazer quando seu filho morde o amiguinho, dá tapas em você ou se atira no chão e começa a gritar? A ideia, claro, é sempre optar pelo caminho da boa educação. Para isso, conversamos com alguns especialistas, que sugerem maneiras de como lidar com o pequeno –seja um bebê, seja uma criança pequenina – diante desses comportamentos.

Decifrar o comportamento infantil não é tarefa fácil para os pais. A busca por respostas costuma esbarrar na maneira como eles criam os filhos, na quantidade de “nãos” que conseguem dizer a eles, nos limites que são capazes de impor.

Muitas vezes, os adultos intuem como devem agir, mas o medo de frustrar as crianças acaba resultando em resignação. “Elas são assim mesmo”, dizem. Realmente, crianças têm atitudes-padrão em cada fase da vida, mas isso não significa que os adultos tenham de acatar ordens e aceitar todos os ataques como naturais no processo de desenvolvimento. Para ajudar os pais a agir nesses momentos difíceis, procuramos especialistas em educação e comportamento infantil, que sugerem alguns caminhos.

Até os 2 anos de idade

1. Meu filho tem a mania de morder as pessoas. Como mostrar a ele que isso é errado?

“É até esperado pelos profissionais que lidam com crianças que elas façam isso até os 3 ou 4 anos de idade, mas os adultos não podem permitir que mordam, porque machuca, é errado”, explica Silvia Amaral, pedagoga, psicopedagoga, coordenadora da Elipse Clínica Multidisciplinar e conselheira da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

No momento em que seu filho morder um coleguinha ou qualquer outra pessoa, Silvia aconselha a boa e velha conversa olhos nos olhos. “Fique na mesma altura que a criança e fale firmemente que isso não pode nem deve mais acontecer porque machuca e dói. Os pais têm de deixar claro que não aprovam o comportamento porque, mesmo elas não tendo noções claras de certo e errado, não podem fazer tudo que querem”, diz ela.

Isso não significa que o comportamento não vá se repetir, mas todas as vezes em que isso ocorrer é necessário deixar clara sua posição. “Agora, se acontecer com frequência, toda semana, por exemplo, significa que a agressão está se tornando um hábito e é preciso buscar a ajuda de um profissional.”

2. O que faço para meu filho parar de chorar?

Para Vera Iaconelli, psicóloga e coordenadora do Instituto Gerar – Escola de Pais, antes dos 2 anos de idade, o choro nunca é de manha. “Nessa fase, a criança não tem recursos para isso, portanto o choro constante indica algum tipo de desconforto, físico ou emocional, que precisa ser investigado pelo médico. Como não sabe falar, o bebê usa o choro para demonstrar seu sofrimento.” A partir dos 2 anos, porém, a criança já percebe como pode manipular os pais e usa o choro para tentar conseguir o que deseja. “Eu acredito que uma das formas de ajudá-la a aprender a lidar com as frustrações seja não atendendo a seus desejos quando eles vêm junto com o choro de birra.”

3. Preferir a companhia do pai/mãe ou de outra pessoa em determinado momento significa que meu filho não gosta de mim?

Faz parte da natureza humana preferir a companhia de uma ou outra pessoa, e o ser humano aprende a demonstrar isso logo cedo. Os pais devem se preparar, pois os filhos sempre buscam a companhia de um ou outro por razões que nem sempre ficam claras. Se é para jogar bola, o menino geralmente chamará o pai, mesmo que a mãe adore futebol. Para ir ao cinema, pode preferir ir com a mãe ou a avó. Quando nenê, às vezes adora o colo de uma tia, embora nessa fase o mais comum seja desejar ficar com a mãe. “Os pais precisam ter maturidade para aceitar essa frustração, pois frequentemente os filhos vão querer estar longe deles, em especial quando crescerem. É difícil, mas eles sabem que criam os filhos para o mundo e um dia serão preteridos”, afirma Vera Iaconelli.

4. Como devo agir diante de um ataque de fúria do meu filho em locais públicos ou se ele chuta quando não é atendido?

A sugestão da psicopedagoga Silvia Amaral é você tentar impedir abraçando a criança por trás na tentativa de contê-la e mostrar sua contrariedade. Atenção: nunca dizer que você está contra ela, mas que o comportamento dela é errado, que você não aprova a maneira de ela agir. “Se não der resultado e ela não estiver correndo perigo, se batendo, por exemplo, sugiro que os pais se afastem. É melhor do que ficar perto, morrendo de vergonha do que as pessoas estão pensando de você como mãe e acabar cedendo. Ao perceber que os espectadores que importam não estão presentes, ela vai parar. Outra saída é pegá-la no colo e levar para o carro, gritando mesmo. Quando ela se acalmar, converse com ela, mas jamais volte para fazer a vontade dela.”

5. Devo intervir quando o caçula bate no irmão mais velho?

Sim, pois a agressão física não deve ser tolerada. É importante para a criança aprender a expressar a raiva ou o ciúme usando as palavras. Para a psicóloga, é importante que os sentimentos sejam transformados em palavras, e não em tapas. No caso de um bebê menor de 2 anos, os pais devem segurar sua mão e dizer que não pode bater, mostrar que o irmão está triste, que machuca. “Em vez de dizer à criança que ela ‘tem de’ gostar do irmão, o correto é sentar e tentar entender o que está acontecendo e explicar que você também sente ciúme, que é normal, mas que nem por isso sai estapeando os outros”, diz Vera. Aliás, este é um ponto importante: o do exemplo. Se você vive se gabando de ter descido a mão na engraçadinha que deu em cima do seu marido quando vocês ainda eram noivos, por exemplo, acha mesmo que pode dizer aos seus filhos para não usarem a força?

6. Meu filho adora dar tapas na cara e puxar o cabelo das pessoas. O que devo dizer a ele nessas horas?

Os pais costumam achar graça, mas as especialistas são unânimes: não permita que isso aconteça com você nem com ninguém. “Segure a mão do bebê, não ria, mostre com cara feia que você fica triste quando isso acontece, pois é observando a reação alheia que ele aprende a interpretar os sentimentos e a se colocar no lugar do outro. Fale sempre do seu sentimento. Nunca diga que a criança é má ou feia. E não caia na armadilha de revidar com palmada. Se fizer isso, estará reforçando o aprendizado da agressividade física, um mau exemplo”, diz a psicopedagoga Silvia Amaral.

7. Quando é contrariado, meu filho começa a gritar. Como posso mostrar que isso é errado?

Como você costuma reagir ao ser contrariada? Se leva uma fechada no trânsito, reage aos berros? Se você não consegue se controlar, a criança pode estar apenas repetindo o que vê. Pense nisso. Aceitar as frustrações é uma dificuldade grande hoje em dia para pais e filhos. Quantas vezes você não se frustra por não ganhar mais ou não ser reconhecida no trabalho como deveria? Aprender a lidar com os nãos da vida é fundamental para crescer. “Com uma criança maior, você pode fingir que não conhece e deixá-la gritando sozinha. Se for embora mesmo, vai ver que nunca mais ela vai repetir o papelão”, afirma Maria Irene Maluf, pedagoga especialista em educação especial e em psicopedagogia. No caso das pequenas, a saída é tentar acalmá-las. “Abrace a criança por trás, vá pedindo calma e faça sons como ‘shhh’ no ouvido dela. Aos poucos, os pais vão descobrindo o que funciona. O que não podem de jeito nenhum é aceitar o jogo”, fala Silvia.

8. Meu filho de 1 ano e 2 meses, quando irritado, bate a cabeça no chão ou na parede. Como devo agir?

Se a criança estiver correndo o risco de se machucar, é preciso segurá-la e interromper o ataque, abraçando por trás. Vale tentar a técnica de fazer o som de ‘shhh’ no ouvido e pedir calma. Se nada disso resolver e ela continuar a fazer escândalo, é preciso procurar o médico. “A autoagressão não é um comportamento aceitável e pode indicar sérios transtornos mentais, como a bipolaridade. É grave e precisa da avaliação de um psiquiatra. Há casos em que elas precisam dormir de capacete para não se ferir durante o sono”, explica a pedagoga Maria Irene Maluf.

9. Meu bebê de 1 ano e 2 meses vive fazendo pirraça. Devo mostrar a ele o que pode ou não? Ele já entende o conceito de certo e errado?

Ele ainda não distingue o certo e o errado, mas nessa idade já começa a perceber incoerências. “Quantas vezes as crianças nessa fase testam os pais? Ao fazerem algo, elas olham para eles, ouvem o não, fazem de novo até que o pai ou a mãe tome uma atitude para impedir o ato. E elas repetem isso muitas vezes, demonstrando ter certa noção do que é importante”, diz Silvia.

Maiores de 2 anos

10. Minha filha vive dando escândalos em locais públicos, como o shopping. Como devo repreendê-la?

Para Maria Irene Maluf, as crianças com esse tipo de comportamento recorrente são criadas sem limites e se sentem carentes de afeto e atenção. “Por não se sentirem amadas, elas tentam cada vez mais a chamar a atenção dos pais.” Isso não quer dizer que os pais não as amem, apenas que não estão sabendo demonstrar isso. Outra razão é que muitos pais também não conseguem entender o papel da frustração e temem não ser amados se não fizerem tudo pelos filhos. “Acabam criando pessoas que não se satisfazem com nada”, afirma Maria Irene Maluf. Numa situação com essa, a pedagoga aconselha tentar acalmá-la, abaixando-se para conversar na mesma altura que ela. Se não resolver, pegue a criança e leve-a para o carro, para casa, espere que ela se acalme e aí converse.

11. Quando não quer um objeto ou uma comida, meu filho reage jogando o prato ou o brinquedo longe. O que eu faço?

Preste atenção na maneira como você e sua família agem. Ataques de raiva não são privilégio das crianças, aliás, elas aprendem com os adultos. “Tive um paciente que costumava atirar o prato pela janela quando não queria comer. Depois de várias sessões em que os pais negavam que esse tipo de comportamento fosse comum em casa, descobri que o avô costumava agir assim quando estava irritado, jogando o que estivesse à mão pela janela do apartamento”, diz Maria Irene. Portanto, atenção: você está sendo vigiado e seus atos e palavras serão copiados por seus filhos. “A educação é para ser servida como exemplo e cobrada diariamente, minuto a minuto. Não adianta dizer uma vez ‘não faça isso’ e achar que é suficiente. É preciso repreender sempre, com uma voz firme e séria”, diz a pedagoga.

12. Na hora de brincar, meu filho prefere bonecas e roupas de menina aos carrinhos e roupas masculinas. Há algum problema nisso?

Segundo Vera, nenhum problema. “Brincar exercita a fantasia e é a forma de descarregar no mundo imaginário o que não podem fazer na vida real. Todos os meninos acabam brincando de boneca, que nada mais é que o exercício de cuidar, mesmo que o façam com o ursinho de pelúcia.”

13. Meu filho gosta de brincar de matar as pessoas. Por muito tempo, evitei comprar armas de brinquedo, mas ele transforma qualquer objeto em revólver. Devo manter a proibição?

Na opinião de Vera, as pessoas confundem o mundo da fantasia e a realidade. “Matar na brincadeira, como no videogame, é apenas uma maneira de lidar com a agressividade, podendo destruir de mentirinha. O que não pode é sair por aí batendo nos outros”, acredita ela.

14. Meu filho é muito tímido, tem vergonha de brincar com outras crianças. Como posso incentivá-lo a interagir com os outros?

Ser introspectivo, mais quieto, com poucos amigos, não é um problema, mas um temperamento, e faz parte da personalidade. “A extroversão também pode ser uma fonte de angústia. Os pais só devem se preocupar se a criança não consegue se relacionar, participar de brincadeiras coletivas ou não gosta de estar com outras pessoas”, explica Vera. Nesse caso, é preciso buscar a ajuda de um profissional. Mas, se é apenas timidez, é bom incentivá-lo a brincar com outras crianças, chamar os coleguinhas para passar a tarde na sua casa, deixar que ele faça seu pedido no restaurante, pequenos gestos que podem ajudá-lo a se comunicar melhor.

15. Às vezes, faço chantagem para convencer meu filho a tomar banho ou trocar de roupa. Estou agindo corretamente?

Tomar banho, escovar os dentes, sentar-se à mesa para comer e tomar vacina, segundo Vera, são obrigatórios. “Mas, por volta dos 2 anos de idade, por exemplo, a criança começa a reivindicar a posse sobre o próprio corpo, até então cuidado somente pelos outros. Uma sugestão para quando ela não quer tomar banho é fazer o jogo da autonomia, dando ferramentas e negociando: você compra uma esponja bacana, um sabonete especial e deixa que ela se lave sozinha, com sua supervisão. Em troca, uma vez por semana você dá aquele superbanho.” Na hora de se vestir, também é importante deixar a criança escolher. “Só não dá para deixar sair no calor com calça de veludo ou descalça no inverno.”

16. Quando saio com meu filho, ele sempre me pede para comprar algo (um brinquedo, por exemplo). Se não compro, ele faz um escândalo. Como devo agir?

Segundo Maria Irene, aos 2 anos de idade, a criança acredita que tudo é dela. Aí os pais a levam para um lugar encantador, como uma loja de brinquedos. Coloque-se no lugar do pequeno e imagine-se num lugar com tudo que você mais gosta sem poder levar quase nada. Para evitar a cena, ela recomenda conversar com o pequeno antes de sair de casa e definir se vai haver novas aquisições. Outra estratégia é: “O brinquedo custa o mesmo que a festa que eu daria no seu aniversário, o que você prefere? Você também pode sugerir que ela escolha vários e deixe para você decidir, fazendo uma surpresa depois”, diz Maria Irene Maluf.

Vera diz que, a partir dos 2 anos de idade, a criança já está ligada no que pode ou não comprar. “Fica difícil para ela aceitar porque para os pais também é muito complicado não poder consumir o quanto gostariam. E o pior é que muitas vezes, feridos no próprio orgulho e sentindo-se culpados por não estarem mais presentes, acabam cedendo e se atolando em dívidas.”

17. Quando saio para jantar fora, meu filho não para quieto na mesa. Fica correndo pelo restaurante e incomoda a todos. Devo repreendê-lo?

Sem dúvida nenhuma. “Quer coisa mais desagradável do que crianças gritando e correndo em volta da mesa de pessoas desconhecidas? E há pais que simplesmente não se mexem, acham que o mundo todo tem de tolerar a bagunça de seus filhos”, diz Silvia Amaral. Claro que não é preciso fazer um drama se eles derramarem a bebida na mesa, mas é preciso que saibam respeitar limites e isso se aprende em casa, todos os dias. “Os pais só devem levar os filhos a restaurantes se eles tiverem noções de conveniência”, acredita Silvia.

É muito importante também observar se o restaurante é indicado para crianças. “Um lugar com pouca luz, onde os casais vão para namorar, definitivamente não foi pensado para receber a molecada. O mais apropriado são restaurantes descontraídos, mas a simplicidade não é desculpa para deixar os pequenos se pendurarem nos lustres e se esconderem debaixo das mesas dos outros.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

40 desafios que seu filho vai enfrentar até completar 8 anos

Expectativa. Essa palavra resume bem como os pais se sentem em relação ao desenvolvimento do filho. De uma hora para outra, você vira analista de curvas de crescimento, descobre um mundo de palavras novas (confesse, mecônio – nome do primeiro cocô que o bebê faz – não intregrava o seu vocabulário) e passa a ansiar por toda conquista. Todos os dias surge uma nova, mas algumas merecem mais atenção. CRESCER listou 40 desafios pelos quais seu filho vai passar desde que nasce até completar 8 anos e mostra o estímulo certo que você pode dar em cada um deles, sem exagerar. Não custa lembrar que cada criança tem seu tempo e que, enquanto uns andam primeiro, outros vão falar. Tudo bem se seu filho pular alguma dessas etapas ou se encontrar muita dificuldade em algumas delas. O importante é que você esteja ao lado dele. Afinal, esses desafios vão prepará-lo para a vida adulta e mostram que a criança está se desenvolvendo bem. As oportunidades e o amor que você oferece, somado ao potencial que a criança tem de absorver experiências (e essa geração high-tech é ainda mais rápida), é uma combinação inspiradora para ela aprender.

Perceber tudo o que acontece
Desde a gravidez, o bebê compreende o que se passa ao seu redor. No útero, reconhece a voz da mãe. Uma pesquisa feita com 60 mulheres no último trimestre de gestação mostrou que assim que as grávidas começaram a ler poemas, o batimento cardíaco dos bebês desacelerou, sinal de que estavam prestando atenção naquele som. Com 4 meses e meio, seu filho presta atenção quando alguém fala o nome dele. Aos 7, diferencia rostos conhecidos e estranhos e prefere segurar um objeto que tenha o cheiro da mãe do que o de outra mulher. Como os movimentos estão mais desenvolvidos, aquela expressão de interesse vai aparecer sempre – livros infantis são um convite, espalhe-os pela casa. A partir do oitavo mês, ele entende o significado da palavra “não” pela mudança no tom de voz e na feição dos pais e sabe quando você escondeu um objeto dele.

Adaptar-se para ficar em pé
Um dos requisitos para conseguir dar os primeiros passos é aprender a sentar (a primera etapa desse processo). Com 5 meses, ele ainda precisa da sua ajuda, mas aos 7 já senta sozinho. Para estimulá-lo, você pode colocar o bebê sentado no chão, com almofadas nos lados. Se ele cair, ponha-o sentado de novo. Escolha uma superfície firme para facilitar o equilíbrio – o sofá é macio, mas não ajuda. Dentro de dois meses, ele vai dar sinais que quer andar. A criança começa a se projetar para frente a fim de alcançar alguma coisa que chame sua atenção. O próximo passo é se apoiar nos braços e engatinhar, mas alguns bebês podem pular essa fase (os médicos também afirmam que hoje as crianças demoram mais para engantinhar porque ficam menos tempo no chão). Quando sentir firmeza nas pernas, seu filho vai se levantar e dar os primeiros passos se apoiando nos móveis. Fique de um lado da sala e chame-o para se encontrar com você. Usar brinquedos ou espelhos também funciona, eles atraem a atenção da criança.

Dar um sorriso quando quer
Você vai achar que viu seu filho recém-nascido sorrindo e alguém vai falar que bebês não riem tão cedo. Não acredite. Eles sorriem, sim, desde o nascimento, mas não de forma consciente. O sorriso é uma resposta automática do sistema nervoso a um estímulo prazeroso – como quando ouve a voz de alguém conhecido ou recebe um carinho. Com 4 meses, ele ri quando sente vontade (vale fazer muitas cócegas e até dançar com ele no meio da sala!). Além de ser uma delícia de ouvir, essa interação é sinal de um bom desenvolvimento social. Garantia de sucesso nas festinhas!
Entender a ausência da mãe
Seu filho vai ter uma sensação parecida com medo por volta dos 8 meses, a mais que conhecida angústia da separação. O nome é mesmo angustiante, mas a explicação é simples. A criança, que até então achava que ela e os pais eram a mesma pessoa, percebe que eles são seres distintos e passa a ter medo de ficar longe de vocês. A brincadeira do cadê-achou e jogar repetidas vezes um objeto no chão ajudam ele a entender que tudo que vai, volta, ou seja, você pode se ausentar, mas sempre vai retornar. Quando sair para trabalhar, por exemplo, diga que você tem que ir e regressa assim que possível.

Conhecer novos sabores
Você sabia que o mordedor e outros objetos que seu filho leva à boca estimulam o desenvolvimento do paladar? Quando ele “prova”, percebe que cada coisa tem um gosto diferente, e assim nasce o desejo de continuar experimentando. Aos 7 meses, ele distingue entre os sabores doce, salgado, amargo e azedo. Pesquisas mostram que eles preferem o doce porque é o que mais se assemelha ao leite materno – mas nada de açúcar para criança. Toda vez que ele provar um novo alimento, não espere reação diferente senão a careta. Antes de ser prazeroso, a textura, o cheiro e o gosto são esquisitos. Aos poucos, o estranhamento desaparece. Para facilitar a aceitação, não exagere nos temperos nem misture mais de quatro tipos de alimentos por vez nesse começo.

1 a 2 anos 


Andar com firmeza
É fácil para quem tem domínio, mas para a criança funciona como uma engrenagem: ela precisa manter a coluna ereta, ter noção de espaço, controle muscular e equilíbrio além de movimentar os pés. Por exigir tanto é que os especialistas estimam que apenas 20% dos bebês caminham com firmeza quando completam 1 ano. Os primeiros passos sem apoio, em geral, acontecem por volta dos 15 meses. Isso não vale para prematuros, que costumam andar tardiamente, nem para bebês obesos que, como mostram as pesquisas, têm dificuldade porque o excesso de peso compromete a coordenação motora. Para todas, porém, a regra é tentar, sempre. Como a curiosidade dele agora é maior, mostre interesse e vasculhem, juntos, cada canto da casa, permitindo que ele descubra novas texturas com os pés e as mãos. Se cair ou tropeçar, o alerta deve vir em tom carinhoso para não desestimular.


Falar as primeiras palavras
Quem não se orgulha das primeiras sílabas que o filho babulcia? Segure suas expectativas: o repertório de palavras gira em torno de quatro no primeiro ano, e, aos 18 meses, ele diz algumas frases. Uma pesquisa inglesa mostrou que aprender a falar é mais difícil para os meninos. O estudo, feito com crianças entre 1 e 3 anos, mostrou que a fala está relacionada com a capacidade de controlar emoções, um campo dominado pelas mulheres. A criança aprende a falar ouvindo conversas, tentando imitar os sons e praticando. A ideia não é falar “nenenês”. Ao contrário. Converse com carinho, naquele linguajar meio cantado, mas não infantil. Pesquisas mostram que esse jeito natural de falar ajuda a criança a ensaiar as primeiras palavras. Se ele disser algo errado, não corrija, apenas repita do jeito certo.


Desmamar
Se seu filho está para completar 2 anos e ainda mama no peito, é hora de começar o desmame (vai ser um desafio também para você). Alguns bebês começam a rejeitar o peito e os especialistas garantem que o leite materno agora tem um valor nutricional menor, já que a criança tem uma alimentação variada. “A amamentação perde o sentido quando ela começa a ficar independente. É hora da mãe valorizar outros momentos com o filho para não retardar a sua busca por autonomia”, diz a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP) e colunista da CRESCER. Faça o desmame aos poucos. Retire a mamada do horário em que ele sente menos falta e, depois, as seguintes. Se ele apontar ou pedir pelo peito, dê suco ou leite em um copo ou até um pedaço de pão e tente distraí-lo com um brinquedo.


Superar os ataques de birra
Você já viu aquela famosa cena de uma criança se jogando no chão e pensou que isso não ia acontecer com você? É melhor não ter convicções sobre isso – os pequenos adoram testar o limite dos pais. A birra aparece quando a criança fica irritada ou porque não consegue se expressar direito (ela não tem maturidade para falar bem) ou porque não tem capacidade emocional para lidar com uma frustração. Independente do motivo, enfrentar um escândalo é superdifícil. Na hora da crise, tente desviar o foco da atenção da criança e, como ela está nervosa, evite conversar. Depois, dê um abraço para mostrar que está tudo bem e, com calma, fale com ela.


Criar anticorpos contra as infecções
Inúmeras pesquisas mostram que se sujar ajuda a fortalecer o sistema imunológico. A mais recente delas, da Universidade da Califórnia (EUA), revelou que as bactérias consideradas normais, que vivem na superfície da nossa pele, evitam inflamações quando a criança se machuca. E é nessa idade, quando a criança começa a ter mais contato com o mundo, que esse sistema de proteção trabalha mais. Quando seu filho vai para o berçário, por exemplo, é bem provável que pegue um resfriado de um amigo. Aos poucos, o organismo vai se defendendo melhor – mas não se esqueça das vacinas. 

2 a 3 anos 


Abandonar as fraldas
Vai ser um duplo desafio: para a criança, que vai aprender a fazer isso direito, e para você, que precisa ter (muita) paciência para lidar com todo tipo de imprevisto – como uma escapada de xixi no chão da casa da sogra. Se dependesse só do desenvolvimento fisiológico, a retirada das fraldas poderia ser aos 18 meses, quando a criança já tem controle dos músculos e dos nervos do ânus e da uretra. Mas, para dar certo, ela também precisa ter maturidade emocional para essa transição, geralmente alcançada aos 2 anos. Tirar antes do tempo pode causar problemas, como fazer xixi ou cocô na roupa sempre ou, depois de alguns anos, ter enurese noturna (xixi na cama). Como saber se chegou a hora? Seu filho vai dar alguns sinais. A fralda começa a ser um desconforto, ele chama para avisar que fez xixi ou cocô e agacha para fazer força na hora de evacuar. Aí você pode começar o “treinamento” pela fralda do xixi, de dia. Vale usar desde o vaso com adaptador até o penico. Leve seu filho para usar o banheiro com você e pergunte se ele está com vontade de fazer xixi. Quando essa etapa der certo, comece com a fralda do cocô e, por fim, com a noturna. Todo o processo leva, em média, um mês – e pode incluir resistência e choro.


Correr – e muito mais
Depois de tantos tropeços, desquilíbrios e muito bumbum no chão, seu filho vai conseguir se equilibrar em um pé só, pular, correr, subir e descer escadas, escalar cadeiras e o sofá. A parte do cérebro responsável por isso, chamada mielina, praticamente não existe no recém-nascido, mas com 2 anos ela está bem desenvolvida por todo o cérebro, e atinge seu ápice aos 5. Uma pesquisa da Universidade de Montreal (Canadá), mostrou que o pai dá mais liberdade e permite que as crianças explorem mais o ambiente, enquanto as mães tendem a ser superprotetoras. Claro, você precisa incentivá-lo, mas sem deixar de mostrar o perigo.


Aprender a dividir
“Somos programados biologicamente para ser egoístas. Faz parte do nosso instinto”, afirma Rita Calegari. É isso mesmo. A gente deixa de ter esse tipo de comportamento para viver em sociedade. Uma pesquisa suíça feita com 229 crianças, entre 3 e 8 anos, mostrou que as menores são as que mais têm dificuldade para compartilhar. Eles entregaram doces para cada uma delas e observaram como as guloseimas seriam divididas. As mais novas não deram um pedaço para ninguém. Uma das explicações é que, para aprender a emprestar, é preciso praticar, e isso acontece com o tempo. A convivência com outras crianças é importante, mas outras situações ajudam também. Você pode propor um dia para que os amigos do seu filho façam trocas de brinquedos e ainda separar, com a ajuda dele, roupas para doar.


Explorar o próprio corpo
A saída das fraldas dá a liberdade que a criança precisava para começar a conhecer o próprio corpo. Ela vai querer andar pelada, pode fazer as primeiras perguntas sobre sexo e começar a se tocar. Dar bronca ou repreender não é um bom caminho porque ela pode associar o sentimento de prazer e satisfação com complexo de culpa, e entender que é algo que não deve ser feito nunca. O ideal é explicar para o seu filho o que é público e o que é privado, ou seja, que algumas coisas não podem ser feitas na frente de todo mundo e responder apenas ao que ele perguntar. O interesse é passageiro e não tem nenhum tipo de conotação sexual.


Entrar na escola
Se o seu filho ainda não está no colégio, chegou a hora disso acontecer. Lá, mais que um lugar de estudo, é um espaço para outras trocas acontecerem. A criança interage mais, tem noções de responsabilidades e cria vínculos. O principal desafio é ser aceito pelo grupo e, você sabe, não é fácil. Ele tem que vencer a timidez, aceitar novas ideias, ter responsabilidades etc. E, nessa história, ainda tem a sua adaptação. Você vai aprender a lidar com a culpa que pode aparecer por ficar longe dele, a confiar na escola e se sentir seguro para transmitir essa sensação ao seu filho. Uma pesquisa norte-americana, feita com mais de 1.300 crianças, mostrou que aquelas cujos pais se envolviam e se interessavam pela vida escolar tinham um comportamento melhor. Ou seja, sua participação é fundamental.

3 a 4 anos 


Comer sozinho
A época da bagunça e da sujeira já passou – agora, a comida (ou boa parte dela) sai do prato para a colher e, de lá, direto para a boca. Ainda não é hora de usar garfo e faca porque a coordenação motora fina do seu filho, responsável por esses movimentos, precisa se desenvolver mais para controlar os talheres com segurança. Prefira colheres e pratos de plástico. Durante as refeições, olhando como você usa os talheres, ele tem a oportunidade de imitar e, assim, aprimorar os próprios movimentos.


Tentar entender tudo
Ele vai querer saber tudo sobre todas as coisas. A fase dos porquês é sinal de amadurecimento. A criança só faz perguntas quando assimila uma informação e tem curiosidade para saber mais sobre ela. Se você não souber responder – como quando ele vem com uma pergunta sobre os dinossauros – peça ajuda dele para encontrar a resposta. Ele vai adorar!


Passar um dia na casa do amigo
Se você costumava deixar seu filho ficar o dia todo na casa de avós e tios, vai ser mais fácil permitir que passe algumas horas na casa de um amigo. Como ele já está acostumado, vai se sentir superseguro. Mas, se essa for a primeira vez que ele vai passar o dia longe, o ideal é que seja na casa de pessoas que a criança tenha alguma familiaridade e que você conhece e confia. Se vocês combinarem que ele também pode dormir lá e, à noite, ele chamar por você, os pais do colega podem avisar e você fala com ele por telefone. Diga que está tudo bem, que é uma experiência nova e que amanhã vocês se encontram. Se a situação for mais delicada (quando ele está chorando muito), o melhor é ir buscá-lo. Conversem no dia seguinte e diga que ele pode tentar de novo. Afinal, da próxima vez pode dar certo.


Dormir na cama dele a noite inteira
As visitas ao seu quarto ainda são frequentes? Então é hora de mostrar que ele precisa aprender a dormir na cama dele a noite toda. Primeiro, estabeleça uma rotina. Um estudo norte-americano, conduzido pelo Instituto de Pesquisa Internacional SRI, mostrou que as crianças que têm horários predeterminados para dormir e descansam bem, desenvolvem melhor a linguagem e demonstram mais facilidade para lidar com números. Para incentivá-la, peça ajuda para uma minimudança na decoração do quarto. Durante o dia, faça brincadeiras ali dentro também para ela se familiarizar com o ambiente. O mesmo deve acontecer à noite. Crie uma rotina gostosa para a hora de dormir – vale contar uma história, ouvir uma música que ele goste. Nas primeiras noites, fique com ele até que adormeça. Deixe uma luz azul acesa se isso trouxer mais tranquilidade para o seu filho. Aí, você vai saindo aos poucos. No começo, vai ser difícil. Ele pode chamar pelo seu nome, ter dificuldade para dormir e, se isso acontecer, ele vai levantar e ir até a sua cama. Por isso, suas noites de sono vão ser agitadas nessa fase. Para entender que precisa ficar no quarto dele, você vai ter de levantar e levá-lo de volta.


Desenhar até os detalhes
O desenho acompanha o desenvolvimento da criança como uma espécie de radiografia. Com 1 ano, ela faz um emaranhado de linhas, traços leves, pontos e círculos. Dois anos depois, espere pelas primeiras formas, como cabeça e braços em uma boneca e telhado em cima de uma casa, por exemplo. Para que isso aconteça, seu filho precisa de referências. Você pode levá-lo a exposições e museus, mostrar livros, fotografias ou contar uma história e pedir que ele desenhe. Quando estiverem em um passeio, chame atenção para os detalhes das coisas, como o formato da nuvem, do banco de uma praça. E, claro, deixe sempre à mão da criança papéis com texturas diferentes e todo tipo de material para colorir. 

4 a 5 anos 


Falar mais e melhor
Aqueles comentários “parece conversa de gente grande” vão ficar cada vez mais frequentes. A criança já conhece e entende o significado de cerca de 1.500 palavras. Com esse repertório, ainda que modesto (para ter domínio sobre uma língua estrangeira, por exemplo, precisamos conhecer cerca de 35 mil palavras), ela consegue contar e criar histórias inteiras, a narração é mais rica e até os personagens ganham personalidade. Toda essa habilidade para criar um mundo de fantasias aparece no dia a dia do seu filho. Espere por observações atentas (ele pode falar que seu sapato é muito bonito, por exemplo) e questionamentos abstratos (“por que bicho de estimação morre?”). Como você imagina, a capacidade de aprender aumenta com o treino. Quanto mais você falar com ele, pedir detalhes das histórias, ler livros e ouvir músicas, maior vai ser o repertório da criança. Vícios de linguagem e erros na flexão dos verbos ainda são comuns e devem ser corrigidos com naturalidade. Se você notar qualquer problema de fala, como trocar o “l” pelo “r”, procure um fonoaudiólogo.


Viajar ao mundo do faz de conta – e voltar!
Os seres fantásticos vão sair do livro, dos brinquedos e, claro, da televisão para entrar com tudo na vida do seu filho: ele vai adorar fingir que é um personagem – e isso é ótimo! A fantasia estimula a imaginação e a criatividade porque transporta a criança para um mundo onde tudo é possível. Estudos mostram que o faz de conta auxilia no desenvolvimento cognitivo. Você precisa estar atento a quem são os personagens que seu filho quer ser no mundo imaginário. Se forem sempre muito violentos, é legal mostrar outras opções. Os especialistas garantem que, com 5 anos completos, a criança consegue diferenciar bem o que é real e o que não é. Quer saber mais sobre o assunto? Leia a reportagem “Pelo direito à fantasia”, nesta edição.


Ter paciência para montar quebra-cabeças
Quando o cérebro recebe o estímulo para um desafio, faz novas sinapses (a comunicação entre os neurônios), cria uma solução a partir desses novos caminhos e, então, tem a recompensa, que é o prazer de desvendar o mistério. Não, não é uma prova de lógica. Isso é o que acontece quando seu filho brinca com jogos como quebra-cabeças, de memória e blocos de montar. Essas atividades estimulam as áreas associativas do cérebro, ligadas à percepção visual, motora e tátil. Ele entende a noção de parte e de todo, treina o raciocínio lógico, explora a coordenação motora e aprimora o conhecimento de espaço. Além, claro, de treinar a paciência.


Perder um jogo – e saber lidar com isso
Todo mundo diz que o importante é competir. Fácil falar, mas como explicar isso para uma criança que está chorando porque foi o último colocado em uma brincadeira? Felizmente, dizem os especialistas, os jogos são um exemplo simples para falar sobre isso com a criança. Você pode mostrar que até quem sempre ganha, às vezes, não consegue vencer. E isso não quer dizer que aquela pessoa deixou de ser boa nem que o resultado vai ser o mesmo na próxima rodada. Quando for jogar com ela, valorize a diversão em vez da competição e mostre que é preciso se esforçar para vencer. Se você deixá-la ganhar sempre, a criança fica com a falsa impressão que não existe a possibilidade de perder. Aprender a lidar com a frustração é um aprendizado para a vida toda.


Cuidar da higiene pessoal
Aceite: seu bebê está crescendo. Ele não usa fraldas e pedidos como “mãe, pai, acabei o xixi, vem me limpar” vão ficar ainda mais escassos porque agora seu filho tem um pouco mais de autonomia para fazer as coisas sozinho. Ele consegue ir ao banheiro, se limpar e até tomar banho sem a sua ajuda, o que não significa sem supervisão. No começo, atente-o para os detalhes: lave atrás da orelha, você esqueceu de esfregar o pé, mais atenção para as partes íntimas. Até ele completar 8 anos, faça uma checagem pós-banho. Já da escovação dos dentes você não pode descuidar até... ele ter pelo menos 12. 

5 a 6 anos 


Compreender a noção de tempo
“Hoje já é amanhã?” A pergunta soa estranha, e é mesmo, mas esse tipo de questionamento revela que está tudo bem com os pensamentos do seu filho: mostra que ele está tentando entender algo ainda muito confuso, a passagem do tempo. Esse tipo de entendimento, antes muito instável para a criança, agora começa a fazer sentido. Ela, aos poucos, entende quanto falta para o aniversário, a diferença entre os dias da semana, os meses e os anos, o que é pouco tempo e o que é muito. Quando você diz que em instantes vai servir o jantar e, por isso, ela precisa guardar os brinquedos, está mostrando que as atividades têm uma duração e um momento para acontecer. Outro jeito legal de ensinar a noção de tempo é fazer uma contagem regressiva para uma data especial.


Ser independente do melhor amigo
Os especialistas estimam que, a cada 15 alunos de uma sala, pelo menos três vão eleger um colega para receber o título de “o melhor amigo”. O que na vida adulta pode significar uma grande amizade, na infância é apenas um sinal de que as afinidades estão aparecendo. Na maior parte das vezes, as crianças têm os mesmos gostos, as famílias partilham valores semelhantes e eles já são grandes amigos na sala de aula. Pesquisas recentes mostram que a amizade influencia até nos hábitos alimentares – se o amigo do seu filho gosta muito de salada, por exemplo, ele pode passar a comer também. Às vezes, pode surgir aquele papo de que são namorados, mas quando você investiga um pouco mais, vê que não passa de uma amizade. A grande questão é que um não pode ser dependente do outro. Se seu filho tem um melhor amigo mas também brinca com os outros, não há problema. Mas se ele se afastar dos demais, peça ajuda do professor que pode, por exemplo, incentivar trabalhos em grupo com outros colegas.


Crescer muito de uma hora para outra
Se você marcava o crescimento do seu filho em uma parede da sua casa, vai perceber que de uma semana para outra ele vai ganhar muitos centímetros. O período de crescimento mais acentuado vai de 2 a 7 anos, mas dos 5 aos 6 acontece o que os médicos chamam de primeiro estirão. De repente, as calças ficam curtas, as blusas parecem ser do irmão mais novo e as conhecidas dores de crescimento podem aparecer toda vez que o músculo não conseguir acompanhar o ritmo de desenvolvimento do osso. Se seu filho sentir dor, mas não há inchaço nem vermelhidão, acalme-o e explique que isso acontece porque ele está crescendo. Se outros sinais aparecerem, converse com o pediatra.


Aceitar regras
Além de todos os benefícios que você sabe que a prática de exercícios proporciona, ela também pode dar abertura para você falar com seu filho sobre compromisso, disciplina, limite e trabalho em equipe. Em um jogo de futebol, a criança aprende a dividir e passar a bola, a ajudar um companheiro que está sendo marcado por alguém do outro time, entende que só pode usar o pé – nunca as mãos–, reconhece que com treino ele pode melhorar o desempenho etc. Se seu filho tem dificuldade para aceitar regras, peça para ele criar um jogo sem nenhuma regra. Aos poucos, ele vai perceber que algumas coisas não funcionam sem normas e vai entender por que elas são necessárias.


Passear de bicicleta sem apoio
Chegou a hora de tirar as rodinhas – e lidar com a certeza de que seu filho vai cair muitas vezes antes de conseguir andar com equilíbrio. Se ele não tinha pedido para tirar, você pode propor. Nada de superaventuras nas primeiras tentativas. Comece por um terreno plano (e a criança equipada com capacete, joelheira e cotoveleira) e, aos poucos, aumente o desafio. Segure no banco e peça para o seu filho dizer quando pode soltar, isso traz mais confiança. Quando ele cair... bem, respire fundo – se for preciso, aparente uma tranquilidade que você não sente naquela hora – e diga que vocês vão tentar, juntos, de novo. E sempre valorize as conquistas dele, nem que seja as marcas roxas que vão aparecer com os tombos. 

6 a 7 anos


Atravessar a rua sem dar a mão para você
Como assim, sozinho?! Calma. No começo, parece impossível, ainda mais para quem mora em grandes metrópoles. Mas vocês podem começar juntos por uma rua não muito movimentada e, de mãos dadas com ele, explicar que é preciso olhar para os dois lados, esperar todos os carros passarem, o sinal ficar vermelho, dar mais uma espiadinha para então atravessar, sempre na faixa de pedestres. Ele pode ficar inseguro ou querer sair correndo. Por isso, sua presença e paciência são fundamentais para evitar acidentes e dar as orientações certas. Quando ele estiver pronto e confiante para soltar as mãos, você pode acompanhar a travessia junto com ele ou esperar do lado oposto da rua.


Ir para o acampamento
Malas prontas, é hora de ir para o passeio com a escola ou com os amigos. Explique tudo o que acontece por lá e como pode ser legal participar de gincanas, conhecer outras crianças e ficar acordado até tarde. Quando está longe dos pais, tem que partir dele a iniciativa de interagir. Se o seu filho não quiser ir, tente entender o porquê da recusa. Fale que, se ele sentir saudades, pode pedir para o monitor ligar para você. Em geral, eles ficam apreensivos no começo, mas depois é pura diversão.


Ficar banguela
Todos os 20 dentes de leite do seu filho são trocados entre os 5 e os 7 anos. Os da frente ficam moles e caem primeiro, formando a famosa “janelinha”. Algumas crianças podem se sentir feias por estarem banguelas, mas a maioria fica ansiosa e quer logo que os dentes caiam, principalmente se os amigos já estiverem passando por isso. Explique que, assim que esses caírem, chegam os permanentes, mais fortes e bonitos – a brincadeira da fada dos dentes também pode ajudar. Não force a queda do dente mole ou arranque. Se estiver incomodando, leve seu filho ao dentista. Este é um bom momento para avaliar a necessidade de usar aparelho. Observe se os dentes novos estão nascendo malposicionados, se há espaço para todos e dê atenção especial a eles durante a escovação.


Não brigar dentro da escola
As confusões com os colegas ficam mais frequentes porque cada um quer fazer do seu jeito e um provoca o outro. Problemas de comportamento podem ser ainda um alerta de que algo não vai bem, como um desinteresse pelas aulas ou até um problema emocional, como lidar com a chegada de um irmãozinho. Se não for nada grave, deixe que ele resolva sozinho. Se o caso for mais complicado, você e a escola precisam entrar em um acordo e ter o mesmo discurso na hora de conversar com a criança. Se cada um fala de um jeito diferente, ela fica confusa, não sabe identificar o próprio erro nem encontra uma solução.


Conseguir ler tudo
Abrir um livro e poder decodificar aqueles sinais antes tão estranhos. É com 7 anos que a criança está lendo e escrevendo. Se isso acontecer mais cedo, tudo bem, mas não há por que se preocupar antes dessa idade, segundo os especialistas. Ter confiança na escola, nos professores e acreditar na proposta pedagógica vão ajudar você a lidar com a ansiedade para que ele leia logo. Livros infantis também ajudam muito e, segundo uma pesquisa do Instituto Pró-Livro, as crianças estão lendo mais: a média de leitura de cada uma subiu de 1,8 livro por ano em 2000 para 4,7 livros em 2008. Em casa, peça ajuda dele com a lista de compras, para ler o que está escrito em uma embalagem e, se vocês tiverem um animal de estimação, seu filho pode ler para ele! Os bichos são ótimos ouvintes e ficam horas escutando a mesma história.

7 a 8 anos 


Valorizar o dinheiro
As crianças percebem, desde muito pequenas, que o dinheiro é algo necessário, mas nessa idade elas entendem melhor o valor das notas e moedas, as diferenças entre caro e barato e a realidade econômica da família. Seu filho precisa saber o que você pode e o que não pode comprar. Se ele pedir um brinquedo que não cabe no orçamento, dê algumas opções: ele pode ganhar no aniversário, usar a mesada para ajudar na compra (você pode dar uma parte da mesada toda semana e a quantia não deve ser alta)e, se não der mesmo, falar que aquele é caro demais e que vocês não podem arcar com o custo – mostre tudo o que é possível comprar com aquela quantia.


Assumir que contou uma mentira
Até os 5 anos, a criança ainda confunde fantasia com realidade, mas aos 7 pode ter certeza: ela sabe quando está contando uma mentira. Em vez de confrontá-la, simplesmente, procure entender por que ela agiu assim. Normalmente, as crianças mentem quando sentem medo ou sabem que fizeram algo errado, e aí ficam apreensivas com as consequências. A confiança entre vocês precisa ser construída em um ambiente de conforto e segurança, por isso seja compreensível e explique que, quando ela mentir, vai ser repreendida com um castigo ou uma advertência. Ao mesmo tempo, valorize quando ela diz a verdade para aprender que pode pedir desculpas por algo que fez. Uma última observação (que seu filho não precisa saber): uma pesquisa canadense mostrou que saber mentir é um sinal de inteligência. Os processos cerebrais envolvidos na mentira seriam um indicador de que a criança conseguiu alcançar um estágio importante de desenvolvimento.


Entender temas difíceis
Prepare-se para ouvir perguntas mais elaboradas. “Deus existe?” Ou: “Cigarro faz mal?” Seu filho é capaz de articular ideias, apresentar argumentos e compreender as suas explicações, então, deixe o canal de comunicação aberto. Crie um ambiente de confiança e credibilidade. Antes de responder, pergunte o que ele já sabe e o que deseja entender exatamente para não correr o risco de se antecipar nas respostas. Se não souber responder, seja sincero, busque a solução e converse com ele depois. Se você não der retorno, ele vai procurar a resposta com outras pessoas – e aí surge o risco dele ouvir todo tipo de coisa.


Fazer provas importantes
O ensino fica cada vez mais aprofundado e as avaliações, formais. Ter responsabilidade com provas e lições pode deixar a criança com medo de não conseguir cumprir as obrigações escolares. Dúvidas como: “E se eu não passar de ano?” Ou: “Não sei fazer essa conta”, são normais. Então, procure ajudá-lo a se organizar para estudar melhor. Você não vai fazer a lição por ele, mas pode propor um plano de horas de estudo, com dias e horários estipulados, e providenciar um lugar adequado para isso. Um ritual de passagem também ajuda: saia com ele para escolher um caderno bem legal ou uma escrivaninha para o quarto. Essas aquisições ligadas ao estudo podem situá-lo nessa nova fase escolar.


Cuidar das próprias coisas
Seu filho já sabe que não pode faltar à aula e tem que arrumar o quarto: faz parte do que os especialistas chamam “idade da razão”. Ele percebe o certo e o errado e entende por que pode (ou não) fazer tal coisa. Nessa fase, ele realiza sozinho pequenas tarefas, cuida dos seus brinquedos e roupas e seu senso de responsabilidade, individual e coletivo, surge a partir das orientações que recebe dos pais. Vale dar o exemplo (como arrumar as coisas no escritório), cobrar que as regras combinadas sejam seguidas (fazer a lição antes e brincar depois) e explicar o porquê, respeitando o tempo da criança. 


Fontes: Álvaro Modernell, especialista em educação financeira (SP); Cláudio Santili, ortopedista infantil da Santa Casa (SP); Conceição Campanário, pediatra do Hospital Sabará (SP); David Elias Rosenbaun, pediatra do Hospital Infantil Sabará (SP); Dóris Rocha Ruiz, odontopediatra da Unifesp (SP); Edimara de Lima, psicopedagoga e diretora pedagógica da Prima Escola Montessori (SP); Julia Kater, pedagoga e psicomotricista, da Casa Movimento (SP); Lara Cristina Antunes dos Santos, neuropediatra do Ambulatório de Desvios da Aprendizagem da Unesp de Botucatu (SP); Lenira Facin, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR); Lucília Santana Faria, pediatra do Hospital Sírio Libanês (SP); Luiz Guilherme Florence, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Maria Rita D’Angelo Seixas, psicóloga da família e professora de terapia familiar da Unifesp (SP); Mauro Muszkat, neuropediatra; Rita Calegari, psicóloga infantil do Hospital São Camilo (SP); Saada Ellovitch, neuropediatra do Hospital Samaritano (SP); Thelma Scott, coordenadora pedagógica do Colégio Sidarta (SP)

Fernando Pessoa


"É fácil trocar as palavras,


Difícil é interpretar os silêncios!


É fácil caminhar lado a lado,

Difícil é saber como se encontrar!

É fácil beijar o rosto,

Difícil é chegar ao coração!

É fácil apertar as mãos,

Difícil é reter o calor!

É fácil sentir o amor,

Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?

Quem é que o saberá sonhar?

A alma de outrem é outro universo

Com que não há comunicação possível,

Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma

Senão da nossa;

As dos outros são olhares,

São gestos, são palavras,

Com a suposição

De qualquer semelhança no fundo."

(Fernando Pessoa)


sábado, 26 de maio de 2012

A arte de enfrentar os próprios fantasmas


Ir ao encontro de angústias e incertezas que nos apavoram pode ser a melhor forma de não paralisar e seguir em direção ao amadurecimento emocional
 
© EVERETT COLLECTION/SHUTTERSTOCK
É absolutamente normal sentir medo. Ele faz parte de um sistema natural de defesa, que vem evoluindo conosco já faz alguns milhares de anos e surge nas situações mais diversas e imprevistas. É paralisante, irracional e incontrolável. Desperta reações subconscientes e nos remete ao ancestral selvagem que habita em nossa mente – e ainda move (ou faz estancar) nosso corpo.

Diferentemente do que acontecia com nossos “ancestrais selvagens” ou ocorre comoutros animais, no entanto, os motivos dos medos  que experimentamos raramente se materializam, permanecendo mais em nosso imaginário do que na vida real. Essa “expectativa” de uma ameaça que nunca se concretiza pode se tornar patológica, dando vazão a transtornos cognitivo-emocionais. Explico: imagine a “pane” que acontece quando um fabuloso sistema biológico preparado para reagir lutando até a morte ou fugindo até esgotar sua energia muscular é continuamente ativado, mas não chega a se tornar necessário de fato. É mais ou menos como se um piloto estivesse parado com seu carro no sinal vermelho, o sinal de vez em quando desse “alerta” amarelo, ele se preparasse para sair do lugar, começasse a acelerar, esquentasse o motor e... nada, o sinal voltasse a ficar vermelho novamente. Repetidas ativações do sistema de defesa (sinal amarelo), sem nunca requerer a resposta motora (sinal verde) e sempre retornando ao ponto de partida (sinal vermelho), com imobilidade e muita expectativa: assim é o ciclo deflagrado no organismo numa situação de estresse crônico em contexto urbano moderno.

Esses ciclos de carga emocional acontecem de forma bastante semelhante à situação do piloto numa largada descrita acima. As pupilas se dilatam, a atenção aumenta, os batimentos cardíacos se aceleram, o corpo mobiliza energia, os músculos ficam tensos – e tudo absolutamente em vão. A expectativa do medo provoca estresse e dá vazão a sintomas somáticos, incluindo, por exemplo, a hipertensão.

Neste momento você poderia se perguntar: “Mas temos um sistema de defesa em nosso cérebro que serve para nos deixar estressados e doentes?”. Na verdade, não é bem assim. O que ocorre é um processo que chamamos de má adaptação. O mundo está mudando rapidamente à nossa volta, a população cresce exponencialmente, tudo a uma velocidade de renovação tecnológica sem precedentes, e você, no fundo (e no cérebro), continua sendo um homem (ou mulher) das cavernas!

 Esse ancestral, que tinha o cérebro muito parecido com o seu, vivia em constante confronto com perigos reais e corria risco de vida em várias situações; se “desse bobeira”, era devorado por algum grande predador ou tomava um bocado de pancadas de um rival ou competidor. Nesse caso, toda essa resposta emocional, o coração batendo tão rápido que parece querer sair pela boca, a preparação para a fuga ou para o combate iminente, era puramente justificada! Assim, extravasando a energia mobilizada, o homem primitivo não sofria de úlcera nervosa...

Em resumo, é fundamental enfrentar nossos medos e aprender a lidar com nosso cérebro de homem das cavernas que vive na selva urbana. Nem toda fumaça indica incêndio, e precisamos ficar alertas para não sermos ludibriados pelos bugs de nosso sistema operacional que já vem desatualizado de fábrica. A reprogramação mental – e emocional – é possível e bem-vinda. Em tempos de crise e quebra de paradigmas como o que vivemos atualmente, com o planeta se tornando um grande formigueiro, a mudança de nossa mente e nossas atitudes se faz extremamente necessária, incluindo aí o enfrentamento de fantasmas, angústias e incertezas que todos temos, em alguma medida. E não podemos nos dar ao luxo de alimentá-los, pois o medo é paralisante e nos faz desperdiçar muita energia. Melhor enxergar essas emoções como um sinal que aponta em direção a fraquezas e proporciona oportunidades de amadurecimento. Afinal, “não há coragem sem medo” (em inglês, “There cannot be courage without fear”), frase atribuída ao piloto de Fórmula Indy e designer de automóveis Eddie Rickenbacker. Ás da aviação americana durante a Primeira Guerra Mundial, ele foi consultor militar, empreendedor e sobrevivente de desastre aéreo, encarou seus medos e não os deixou impedi-lo de realizar seus sonhos.
REVISTA MENTE E CÉREBRO MAIO 2012.

Amigos!


YES!


Outro Tutorial Pretinho Básico


Ameiiiiiiii !!!!!!!
www.makeupanyway.com / por Vanessa Talarico.

O pretinho básico vai bem com tudo! E essa máxima se aplica também à maquiagem. O olhão preto é o mais pedido por mulheres que procuram maquiadores. Combina com todos os tipos de roupa, vai da balada ao evento formal. 

O melhor de tudo é que não é nada difícil de fazer. Sei que existem diversos tutoriais na blogosfera com esse tipo de make, mas como cada pessoa tem um jeito de fazer, seus truques e dicas, resolvi fazer também meu passo a passo. Espero que gostem!

1. Começo aplicando com pincel de esfumar redondo (Sigma E45) uma sombra marrom de fundo frio em toda a extensão do côncavo, desde o lado externo até o interno. Esfumo bem em movimentos de vai e vem. Esse passo é fundamental pois irá facilitar o efeito de transição da cor preta para a pele. É muito mais difícil obter um efeito esfumado só com a sombra preta. 

2. Para deixar a transição entre as sombras e a pele ainda mais suave, aplico logo acima da sombra marrom, uma sombra bege, quase cor da pele. Esfumo bem as duas. Usei o pincel 217 da Mac.

3. Passo sem precisção um lápis jumbo preto em toda a pálpebra móvel. Qualquer lápis preto macio pode ser usado. 

4. Espalho com o dedo, tomando cuidado para não subir para o côncavo. O jumbo cria uma base que intensificará o preto e permitirá maior durabilidade da maquiagem. 

5. Com o pincel (Sigma E55) , deposito a sombra preta em "batidinhas", sem esfregar, em toda a pálpebra móvel. Observem que aplico também no canto interno do olho. Usei uma sombra com micro brilhos, cujo efeito é bem discreto, mas ela pode ser substituída por uma sombra preta mate. 



6. Uso o pincel sujo com a primeira sombra marrom para esfumar bem a transição entre as duas cores. Nesse passo não tenha pressa, faça movimentos de vai e vem até que não seja mais possível definir onde termina uma cor e começa a outra. 

5. Delineio a linha d'água e toda a extensão da pálpebra inferior com um lápis preto. 

6. Com um pincel chanfrado (Klass Vough 11), aplico a sombra preta sobre o lápis e conecto a pálpebra inferior com a superior no canto externo do olho. 

7. Aplico sombra iluminadora logo abaixo do arco da sobrancelha. 

8. Corrijo as sobrancelhas. 

9. Para um olhar mais dramático, aplico cílios postiços. Esse passo é opcional.

10. Para esconder a cola, aplico delineador em gel bem rente aos cílios. Como a intenção é um look esfumado e não delineado, aplico mais um pouco de sombra preta para "apagar" a linha.

11. Aplico máscara de cílios na parte superior para unir os fios naturais aos postiços e também na parte inferior. 

Faço a pele sempre depois de terminar os olhos, pois esse tipo de make faz muita bagunça. Finalizo o look com um batom nude. E o olho preto esfumado está pronto!








Produtos utilizados:

Pele e lábios:
Base ColorStay Revlon
Blush Orgasm
Bronzeador Délice de Poudre
Corretivo Duda Molinos
Batom Mac Playing Koi

Olhos:
Paleta Champagne & Caviar Nyx (sombra marrom escura)
Jumbo Black Bean Nyx
Paleta Naked Urban Decay (sombras bege, preta e iluminadora)
Lápis Longa Duração Natura Una
Duo para Sobrancelhas Contém 1g
Delineador em gel Fluidline Blacktrack Mac
Máscara para cílios Colossal
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