Estou louca para comprar este livro...
por Luciana Borges - 5 de agosto de 2010
Livro “A Vida Secreta de Marilyn Monroe” remonta com detalhes o ambiente que moldou a personalidade da estrela.
por Luciana Borges - 5 de agosto de 2010
Não haverá biografia, estudo ou investigação que esgote o mistério em torno da trajetória de ascensão e queda de Norma Jeane Mortensen, a mulher mais sedutora de toda a história do cinema ocidental. A vida de Marilyn Monroe, que morreu em circunstâncias até hoje pouco esclarecidas no dia 5 de agosto de 1962, será fonte infinita de especulação, curiosidade e encantamento.
Marilyn inaugurou no cinema o estereótipo da loira intelectualmente desfavorecida e disponível sexualmente. Acabou presa a essa imagem durante anos, por mais que lutasse por outro tipo de papel. Os estragos dessa verdadeira “forca artística”, bem como o caminho difícil que Norma Jeane traçou até se tornar o rosto mais popular do mundo estão em uma recente e volumosa obra dedicada a esmiuçar todas as relações da atriz com o mundo.
“A Vida Secreta de Marilyn Monroe” (Ed. Planeta, 459 pgs), escrito por J. Randy Taraborrelli (autor de livros sobre Elizabeth Taylor, Frank Sinatra e Michael Jackson), é pretensioso. Afinal, depois de tantas e tantas biografias (autorizadas ou não) que contam histórias sobre Miss Monroe, muito do que um dia foi verdade e do que já se inventou sobre ela acabou misturado. Achar, portanto, verdadeiros “segredos”, é algo bem difícil já que a própria Marilyn era uma notória contadora de mentiras. Ora omitia fatos de seu passado, como o fato de sua mãe viver internada em clínicas para doentes mentais, ora distorcia momentos de sua infância nos quais afirmava ter sido abusada sexualmente, algo que nunca ficou comprovado.
Qual seria, então, o grande trunfo de mais esta obra sobre Marilyn Monroe? Se você for aficionado por ela como eu, Taraborrelli te ajudará a “ligar os pontos”. Os primeiros três grandes capítulos são fundamentais para isso. Mergulham de forma profunda na infância e na adolescência de Norma Jeane, a começar por caracterizar as personalidades absolutamente instáveis que a circundavam - sua avó, Della Monroe, e sua mãe, Gladys.
NASCE UMA ESTRELA
Já os curiosos devem se deliciar com os capítulos seguintes, que narram, passo a passo, sua transformação de modelo cobiçada a atriz de Hollywood. Estão lá os primeiros e medíocres filmes de sua carreira, os quais apenas usavam sua excelente e sedutora forma física, a batalha que travava com a Fox, estúdio para o qual trabalhou praticamente a vida toda, e seu momento de virada, quando surgiu como mera coadjuvante no filme “A Malvada” (1950), estrelado por Bette Davis e Anne Baxter, e brilhou para as câmeras. J. Taraborrelli costura sua versão da história com mais e mais entrevistas, vagando do que acontecia nos bastidores, como o primeiro contato de Marilyn com barbitúricos, calmantes e pílulas para dormir, a real conquista do sucesso em “Os Homens Preferem As Loiras” (1953) e “O Pecado Mora ao Lado” (1955).
Em muitos momentos, é difícil não se sentir tocado pela maneira como o autor descortina a infelicidade crescente de Marilyn, incompreensível à medida que se tornava cada vez mais rica e poderosa. As relações amorosas sempre catastróficas, o ciúme de seus dois últimos maridos – Joe DiMaggio, o jogador de baseball que desejava mantê-la longe da carreira, e o dramaturgo Arthur Miller, que, segundo retrata Taraborrelli, desenvolveu um rancor patológico pelo sucesso da mulher – complicadas pelo uso de drogas e pelo excesso de bebida estão entre os pontos mais dramáticos dessa trajetória..
Marilyn inaugurou no cinema o estereótipo da loira intelectualmente desfavorecida e disponível sexualmente. Acabou presa a essa imagem durante anos, por mais que lutasse por outro tipo de papel. Os estragos dessa verdadeira “forca artística”, bem como o caminho difícil que Norma Jeane traçou até se tornar o rosto mais popular do mundo estão em uma recente e volumosa obra dedicada a esmiuçar todas as relações da atriz com o mundo.
“A Vida Secreta de Marilyn Monroe” (Ed. Planeta, 459 pgs), escrito por J. Randy Taraborrelli (autor de livros sobre Elizabeth Taylor, Frank Sinatra e Michael Jackson), é pretensioso. Afinal, depois de tantas e tantas biografias (autorizadas ou não) que contam histórias sobre Miss Monroe, muito do que um dia foi verdade e do que já se inventou sobre ela acabou misturado. Achar, portanto, verdadeiros “segredos”, é algo bem difícil já que a própria Marilyn era uma notória contadora de mentiras. Ora omitia fatos de seu passado, como o fato de sua mãe viver internada em clínicas para doentes mentais, ora distorcia momentos de sua infância nos quais afirmava ter sido abusada sexualmente, algo que nunca ficou comprovado.
Qual seria, então, o grande trunfo de mais esta obra sobre Marilyn Monroe? Se você for aficionado por ela como eu, Taraborrelli te ajudará a “ligar os pontos”. Os primeiros três grandes capítulos são fundamentais para isso. Mergulham de forma profunda na infância e na adolescência de Norma Jeane, a começar por caracterizar as personalidades absolutamente instáveis que a circundavam - sua avó, Della Monroe, e sua mãe, Gladys.
Capa do livro
Também delineia a figura de Ida Bolender, a vizinha que criou Marilyn por quase toda a infância e uma das poucas mulheres fortes de sua vida. Através de inúmeras entrevistas com parentes, amigos e todo tipo de gente que conviveu com as pessoas-chave desse início, o autor traça um completíssimo quadro de como Norma Jeane cresceu, como seus traumas surgiram e se solidificaram transformando-a numa mulher paradoxal que conseguia ser incrivelmente obstinada ao mesmo tempo em que mantinha uma insegurança profunda capaz de impedi-la de se sentir amada.NASCE UMA ESTRELA
Já os curiosos devem se deliciar com os capítulos seguintes, que narram, passo a passo, sua transformação de modelo cobiçada a atriz de Hollywood. Estão lá os primeiros e medíocres filmes de sua carreira, os quais apenas usavam sua excelente e sedutora forma física, a batalha que travava com a Fox, estúdio para o qual trabalhou praticamente a vida toda, e seu momento de virada, quando surgiu como mera coadjuvante no filme “A Malvada” (1950), estrelado por Bette Davis e Anne Baxter, e brilhou para as câmeras. J. Taraborrelli costura sua versão da história com mais e mais entrevistas, vagando do que acontecia nos bastidores, como o primeiro contato de Marilyn com barbitúricos, calmantes e pílulas para dormir, a real conquista do sucesso em “Os Homens Preferem As Loiras” (1953) e “O Pecado Mora ao Lado” (1955).
Em muitos momentos, é difícil não se sentir tocado pela maneira como o autor descortina a infelicidade crescente de Marilyn, incompreensível à medida que se tornava cada vez mais rica e poderosa. As relações amorosas sempre catastróficas, o ciúme de seus dois últimos maridos – Joe DiMaggio, o jogador de baseball que desejava mantê-la longe da carreira, e o dramaturgo Arthur Miller, que, segundo retrata Taraborrelli, desenvolveu um rancor patológico pelo sucesso da mulher – complicadas pelo uso de drogas e pelo excesso de bebida estão entre os pontos mais dramáticos dessa trajetória..
Marilyn e Arthur Miller, seu terceiro e último marido: os tempos de paz foram bem poucos, diz a biografia
Passadas mais de 350 páginas, o leitor chega nos dias finais de Marilyn Monroe, quando já vivia atormentada por depressões fortíssimas, havia sofrido dois abortos, estava divorciada do terceiro marido e envolvida de maneira obscura com Bobby e John Kennedy. Freqüentava psiquiatras todos os dias da semana e havia tentado o suicídio ao menos três vezes. É perto dos dias derradeiros da atriz que a obra perde seu poder de precisão, talvez devido a dificuldade de tirar dos figurões os mesmos detalhes encontrados no começo. E como se sabe, os últimos dias de Marilyn Monroe rendem, sozinhos, outra obra completa. Se depois de toda essa viagem pela existência da mulher que se tornou uma lenda como nenhuma outra (e aqui, o clichê vale) – complemente sua leitura com “Marilyn: Últimas Sessões”, um misto de romance e biografia que trata somente da relação da atriz com seu último psicanalista, Dr. Ralph Greenson, aquele que a encontrou morta em sua cama há 48 anos.
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