terça-feira, 31 de maio de 2011

É isso aí !

É ISSO AÍ
Composição: Damien Rice (vers.: Ana Carolina)

É isso aí!
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí!
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua
Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar
É isso aí!
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade
É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores
Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar
É isso aí!
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade
É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores
Eu não sei parar de te olhar
Eu Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar.

Show Ana Carolina - DEMAISSSSSS!!!!

Seja...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

40 ANOS VIM TE BUSCAR !!

Ontem fiz 40 anos... deliciosos 40 anos e muitooooo bem vividos!! Recebi de uma amiga muito querida, a Dani Baltoré, foi um presentão de aniversário - ainda mais escrito por um homem.
Dedico este texto 'a TODAS as mulheres que estão chegando aos 40 e as que já correm com as lobas... auuuuuuuuuuuu!!!!!

Tome a mesma mulher aos 20 e aos 40 anos.
No segundo momento ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro.

Ela perde o frescor juvenil, é verdade.
Mas perde também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma, de um homem.

Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20, só que é compensado por outros atributos encantadores de que se reveste a mulher de 40.
Como se conhece melhor, é muito mais autêntica, centrada, certeira no trato consigo mesma, e com seu homem.

Aos 40, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e com seu cheiro cíclico.
Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível.
Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando que for feio e baixo-astral.

Ela só quer é ser feliz !!!
Se o seu homem não gostar do jeito que ela é, que vá procurar outra. Ela só quer quem a mereça.

Aos 40 anos, a mulher sabe se vestir.
Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar o que não interessa mostrar.
Sabe escolher sapatos, tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo.
Gasta mais porque tem mais dinheiro. Mas, sobretudo, gasta melhor.

E tem gestos mais delicados e elegantes.
Aos 40, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar.
E finge indiferença com mais competência quando interessa repelir.
Ela não é mais bobinha. Não que fique menos inconstante.

Mulher que é mulher, se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor.
Mas, aos 40, ela já sabe lidar melhor com este aspecto peculiar da condição feminina.
E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiam - e quem mais estiver por perto - irremediavelmente.

Aos 20, a mulher tem espinhas. Aos 40, tem pintas, encantadoras trilhas e de pintas.
Que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos.

Aos 20 a mulher é escolhida. Aos 40, é ela quem escolhe.
E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem.
Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo.
Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata.

A mulher aos 40, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome.
Aos 40, ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada.

Aos 20, ela rói unhas. Aos 40, constrói para si mãos plásticas e perfeitas.
Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave.
Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável.

Acontece também alguma coisa com os cílios, o desenho das sobrancelhas.
O jeito de olhar fica mais glamuroso, mais sexualmente arguto.

Aos 40, quando ousa no que quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio.
No jogo com os homens, já aprendeu a atuar no contra-ataque.
Quando dá o bote, é para liquidar a fatura.
Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado.

Mostra sua força na hora certa e de modo sutil.
Não para exibir poder, mas para resolver tudo a seu favor, antes de chegar o ponto de precisar exibi-lo.

Consegue o que pretende sem confrontos inúteis.
Sabiamente, goza das prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher.

Se você, anda preocupada porque não tem mais 20 anos - ou porque ainda tem mas percebeu que eles não vão durar para sempre - fique tranqüila :
É precisamente aos 40 que o jogo começa a ficar bom.
Adriano Silva - Diretor da Revista Super Interessante

sábado, 21 de maio de 2011

Eu acredito nisso!

Agradece...


Razão e emoção são interdependentes


Adicionar legenda
Diante de uma decisão, é melhor seguir a lógica ou o coração? Como veremos, o melhor é perceber que estas experiências são interdependentes...

Recentemente, ao ler o livro O Momento Decisivo, o funcionamento da mente humana no instante da escolha, de Jonah Lehrer (Ed. Best Business) esclareci uma suspeita antiga: a de que nós, seres humanos, somos emocionais por excelência! A neurociência está nos provando que a idéia de que somos seres racionais era falsa...

Desde os tempos da Grécia antiga, afirmava-se que a qualidade que torna o ser humano superior aos outros animais é a sua habilidade de racionalizar. Creio que até aí tudo iria bem se não fossem os preconceitos que se criaram em relação à sua natureza emocional.

Platão, no século IV a.C, apregoava que o homem deveria suprimir sua sensibilidade, suas emoções, pois elas o impedem de agir moralmente, ou seja, racionalmente. Para ele, filosofar era agir puramente de forma racional!

Esta forma de pensar ganha uma nova força na França, no século XVII, com René Descartes, considerado o primeiro filósofo moderno. Ao contrário dos gregos antigos, que acreditavam que as coisas são simplesmente porque são, Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Assim, surgiu sua famosa frase: Penso, logo existo. Mais uma vez o homem é estimulado a pensar, verificar, analisar, sintetizar, enumerar, e para tanto era preciso deixar as emoções de lado.

O ponto é que nosso cérebro emocional vem sendo depreciado no Ocidente há mais de dois mil e quatrocentos anos! As nossas emoções foram se transformando numa espécie de bode expiatório de todas as más decisões tomadas.

Desta forma, crescemos aprendendo a abafar nossas emoções, quer dizer, de uma forma ou de outra, nos foi ensinado que as emoções não eram confiáveis! Na hora de tomar uma decisão, nos era sempre recomendado: Pense bem, controle suas emoções, seja superior a elas!

Mas, esta idéia de que as emoções deviam ser deixadas de lado foi por água a baixo, em 1982, pelo neurocientista português Antonio Damásio, com seu paciente chamado Elliot.

Elliot havia extraído um pequeno tumor do córtex cerebral. Apesar de estar fisicamente bem e seu QI não sofrer alterações, passou a ter um comportamento um tanto limitador: não conseguia tomar decisões. Desde as tarefas mais rotineiras como escolher que roupa iria vestir. O fato é que sua vida ficou totalmente arruinada: perdeu o emprego e sua mulher pediu o divórcio.

Damásio notou que Elliot estava emocionalmente distante de tudo e todos, assim como de si próprio. Sua fala era calma, porém, indiferente. Não demonstrava qualquer sentimento de frustração, impaciência ou tristeza. Surpreendido, Damásio questionou a premissa da racionalidade humana, isto é, de que uma pessoa sem emoções seria capaz de tomar as melhores decisões!

Foi, então, com base no estudo deste doente e de muitos outros, que Damásio começou a compilar um "mapa do sentimento", localizando as áreas específicas do cérebro que são responsáveis pela geração de emoções. "Um cérebro que não consegue sentir, não pode decidir", concluiu.

Aproximar-se e reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles e expressar as emoções é uma forma de desenvolvermos nossa inteligência emocional: saber reconhecer e validar sentimentos e pensamentos presentes nas escolhas e decisões.

Muitas vezes usamos de um mecanismo de defesa chamado racionalização, para não encarar os problemas de frente: criamos desculpas racionais para nossas dificuldades emocionais. Uma maneira fácil para distinguirmos se estamos tendo um pensamento racional, ou fazendo uma racionalização, é notar a diferença entre os dois: o pensamento racional BUSCA razões boas enquanto que a racionalização CRIA boas razões...
Ao sentir nossos sentimentos, aumentamos a consciência dos estados sensível de nossa mente. Este é um processo íntimo que requer uma atitude introspectiva. No momento em que expressamos nossos sentimentos, eles se manifestam como emoções.

Na medida em que aprendemos a prever as consequências de nossas escolhas, podemos nos responsabilizar por elas. Desta forma, analisamos nossos sentimentos. Ganhamos autoconfiança e coragem.

No entanto, podemos refletir o quanto quisermos e pudermos, mas, quando chega o momento de decidir, não há como evitar o frio na barriga diante do salto no escuro... Primeiro, porque toda experiência é única - não temos como buscar garantias nas experiências alheias e depois, só quando nos tornamos o novo é que sabemos que cara ele tem!


Bel Cesar é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano. Trabalha com a técnica de EMDR, um método de Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares. Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O livro das Emoções, Mania de sofrer.

Troca troca!

Achei muito "criativa" esta campanha...

O nó do afeto

Em uma reunião de Pais, numa Escola da Periferia, a Diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-Ihes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.

Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar a entender as crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou a explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana.

Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando ele voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho a que tentava se redimir indo beijá?lo todas as noites quando chegava em casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.

E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes, de se comunicarem com o filho.

Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente. E o mais Importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.

Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo a um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso. Para que haja a comunicação, é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro. A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.

E você... já deu algum nó no lençol de seu filho, hoje?


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Os pais também precisam de limites???

O estilo de vida de pais e mães das novas gerações – e a pressa em resolver tudo – impacta na educação das crianças? O novo livro da filósofa Tania Zagury abre essa discussão
Muito boa a deste mês
Limites importantes são aqueles que têm um sentido educacional e social e que não implicam sacrificar as necessidades da criança aos desejos dos pais.” Esse é um dos alertas que a filósofa e professora Tania Zagury faz em seu novo livro Filhos: Manual de Instruções, voltado para os pais das chamadas gerações X (que nasceram entre 1960 e 1980) e Y (entre 1980 e 2000, ou até 2010). A obra se preocupa em dar dicas para serem aplicadas na realidade em que as famílias vivem hoje. Conciliar filhos, casamento, trabalho, casa, academia, jantar com amigos, tempo para si mesmo – e dar conta de tudo para ontem – exige ainda mais equilíbrio e bom senso dos pais. Para Tania, eles precisam, de uma vez por todas, entender que a vida muda mesmo. “Zelar pela integridade física e emocional dos filhos é um dever dos pais. Abrir mão de alguns interesses pessoais em prol do bem-estar da criança é parte desse conjunto”, afirma.

CRESCER: Você abre o livro dizendo que ele não é para pais com preguiça ou com vontade de sair para a balada, ou que querem soluções mágicas para criar os filhos. Por que foi firme nessa introdução?

Tania Zagury: Fiz isso porque o formato do livro poderia levar a uma interpretação desse tipo. Como procurei facilitar a leitura, alguns desavisados poderiam achar que é para alguém que está com preguiça de ficar com a criança. É para tirar a ideia de que ele vai ser uma varinha de condão, que basta ler e tudo acontecerá por milagre. E não vai.

C.: O que a educação dos pais de hoje difere daquela dos baby boomers, ou seja, os pais ou avós desses pais, e qual o impacto na vida das crianças?

T.Z.: Os baby boomers foram uma geração nascida após a Segunda Grande Guerra [entre 1946 até 1960-64] e quis mudar o mundo para melhor. Esses pais deram para os seus filhos a liberdade que não tiveram, principalmente a individual, o direito ao próprio prazer. Isso fez com que as gerações X e Y se tornassem mais voltadas para si mesmas, enquanto os baby boomers eram mais voltados para a conquista do grupo. Junto também aconteceram as mudanças na sociedade, que priorizou o consumo, a urgência, a rapidez. Até nas relações, não há muita persistência, porque é “preciso ser feliz logo”. E isso reflete na educação que dão aos filhos. Eles estão preocupados, têm um amor enorme, até desmedido, mas também não querem se aborrecer tanto. Para a criança não ter um chilique, dá tudo o que ela quer.

C.: E essa característica imediatista dos novos pais torna mais difícil para eles educar os filhos?

T.Z.: Sim. Nada é fácil em educação. Eu sinto que, para o pai imediatista, é duplamente complicado, porque, além de ele ter de vencer a criança na oposição ao que ela não quer, ele tem de vencer a sua tendência a ceder para não se aborrecer. É claro que é preciso escolher batalhas diárias. Se a criança chega em uma idade em que começa a escolher sua roupa, e ela não ficou muito linda, essa batalha não precisa ser discutida. Agora, se não quer escovar o dente, aí tem de brigar. O que se faz nos primeiros anos de vida do filho é fundamental para que ele seja uma pessoa produtiva, capaz de crescer na vida. Para isso precisa entender que tem horas que precisa obedecer.

C.: No livro há um capítulo de como conviver com as diferentes mídias de forma saudável. Deixar o filho assistindo a um DVD parece comodismo. E naqueles momentos que os pais precisam de um tempo para executar outras tarefas, como cuidar de um filho menor que está chorando?
T.Z.: Você pode inteligentemente unir as duas coisas. Ou seja, durante a meia hora ou uma que precisa, por exemplo, para cuidar do filho menor, pode colocar sim um DVD para o outro assistir ou jogar algo que você sabe o que é, que você escolheu. E sempre que puder, envolva-o no que está fazendo.

C.: Você acredita que a culpa dos pais hoje, por passarem menos tempo com os filhos, faz com que algumas regras e limites não sejam tão firmes?

T.Z.: Muitos se sentem culpados, então relevam tudo para não discutir com o filho no tempo que têm ao lado deles. Na verdade, isso precisa ser revisto, porque se deixar a criança fazer tudo, imagina como vai ser depois? Ao mesmo tempo, a culpa pode ser um instrumento para nos tornarmos ótimos pais. Transforme essas duas horas que você passa com seu filho em enorme prazer. Isso não quer dizer ir ao shopping e comprar tudo, e sim ficar em casa mesmo, para jogar um jogo, fazer uma refeição juntos, assistir a um filme de que ele gosta muito e criar o hábito de conversar. Essas duas horas diárias e os fins de semana são mais do que suficientes desde que qualitativas.

C.: E se depois de ler o livro, uma mãe com um filho com 4 ou 5 anos percebe que poderia ter feito muita coisa diferente? Dá tempo de reverter?

T.Z.: Sempre dá tempo de mudar. Até o fim da adolescência dá tempo de consertar o que de repente vemos que fizemos de um jeito não tão ideal. Claro que, quanto mais tarde, mais demorado é o processo. Mas depende também de uma mudança de atitude dos pais, que não podem ir e vir na maneira que estão educando os filhos, senão eles ficam sem referência. Educar dá trabalho, é difícil, é repetitivo, mas o bom é que dá para você reverter sempre, desde que quem educa esteja firmemente imbuído nesse propósito.

Filhos: Manual de Intruções
(Ed. Record, R$ 29,90), de Tania Zagury

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ah, o amor!

Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização,  seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme  que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente.
Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando sempre faltam 5 minutos para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada em especial.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é Fevereiro...
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente,  mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em outra ápoca do ano.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
 Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não.
Amor é um exagero... também não. 
É um "desadoro"... Uma batelada? 
Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero,  um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? 
Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação,  esse negócio de amor não sei explicar...

Adriana Falcão

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Deixe a raiva secar

Uma historinha bem didática sobre a raiva para seguirmos a risca... e exercitar-mos!


Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Julia sua amiguinha, veio bem cedo convida-la para brincar.
Mariana não podia porque ia sair com sua mãe naquela manha. Julia, então, pediu a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme pôr aquele brinquedo tão especial.
Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.
Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou: Esta vendo, mamãe, o que a Julia fez comigo?
Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão. Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Julia pedir explicações. Mas a mamãe, com muito carinho, ponderou:
- Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa?
Ao chegar a sua casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra do que a vovó falou? Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar. Pois e, minha filha! Com a raiva e a mesma coisa.
Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu ir para a sala ver televisão.
Logo depois alguém tocou a campainha. Era Julia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
- Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atras da gente?
Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Ai ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado.
Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim.
Não foi minha culpa.
Não tem problema, disse Mariana, minha raiva ja secou. E, tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto para contar historia do vestido novo que havia sujado de barro.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

E ponto final.

Nossas desculpas para nunca começar...

Muitoooooo bom este artigo da minha Nutricionista Gi... duvido quem nunca, mas nunquinha usou UMA destas desculpas, ALGUMAS ou TODAS... hehehehe



Converso tanto com os pacientes sobre esse "estalo" que os levaram a buscar finalmente, um tratamento de reeducação alimentar. Sei que é um assunto delicado e pode "doer" falar diretamente sobre isso (a tal conversa interna). Mas como profissional, preciso alertar você para que se motive a iniciar também (não importa quantas vezes já tentou e fracassou).


Já na primeira consulta eles e elas relatam que ficavam todo tempo arranjando desculpas (para eles mesmos) para não tomar essa de decisão de vir - e com isso, adiando o desejo de ficarem satisfeitos, em paz com os exames de saúde, com a balança e o espelho. Ou seja: BEM consigo mesmo!

Hoje vou falar dessas desculpas para "começar" e posteriormente farei um texto sobre as desculpas que arranjamos para "continuar" o tratamento (pois virão as dificuldades típicas de qualquer mudança de hábito). Talvez você se identifique, e perceba se está adiando algo por pura falta de consciência de sua própria justificativa. Mudar dá medo. Fomos treinados para a estabilidade.

Obviamente é muito importante avaliar cada caso individualmente no consultório. Mas anotei aqui, as mais comentadas desculpas e minha opinião sobre cada uma delas:


- Agora não é meu momento!! Tudo bem, entendo que você se respeite. Mas se pergunte: "Quando chegará esse meu momento? Quando estiver com 80 anos?" Talvez você corra o risco de continuar esperando "o momento" que pode nunca chegar. Muitas vezes, percebo que "esse momento" vem de forma brusca e triste quando o filho comenta "minha mãe é gorda" ou quando o marido reclama que ela não se cuida mais ou quando a pessoa mesmo nota que não consegue mais nem amarrar o cardaço que soltou.

- Meus filhos são pequenos, não tenho tempo!! Priorize um pouco de tempo para você, peça ajuda ao maridão, à mãe. Organize a agenda. Tente caminhar na esteira do prédio, na quadra. Emagrecer não é tão complicado assim: e vem com a tomada de pequenas decisões na hora de ir ao supermercado, montar o prato ou escolher o cardápio no restaurante. Todo mundo precisa comer não é? São trocas simples e você mesma verá que não toma tempo. Tenho muitas pacientes que emagrecem sendo profissionalmente ativas, com bebês de colo ou com uma agenda bastante cheia.


- Gosto muito de comer!! Enquanto somente a gula for ser guia terá que arcar também as consequências desta decisão. Entenda que devemos comer algumas coisas por prazer e outras porque precisamos. Aos poucos você irá gostar também dos alimentos que fazem bem à saúde. Compreenda também, que existem outros prazeres além da sensação de "estômago cheio": ler um bom livro, um cinema, atividade física, sair com os amigos, namorar... etc etc etc. Reeducando a alimentação você não deixará de comer, nem será proibido de nada. Só vai aprender a ter mais consciência do que é certo e do que é errado para você. E quiser saborear algo mais calórico, vai saber quando e quanto comer, sem nenhum prejuízo à saúde e a boa forma.

- Me gosto do jeito que sou!! Tudo bem, parabéns, mas tente não mentir para você mesma: principalmente na hora em que tiver que comprar roupa ou ir para a praia.


-Sou gordinha e feliz!! Parabéns também!! Não é só magro que tem direito de ser feliz, obviamente, nem só branco, nem só negro. TODOS SOMOS MERECEDORES DA FELICIDADE. Mas não te engane: seja feliz com seu corpo de verdade!! E compreenda que estar no peso ideal não é meramente questão estética - praticamente todas as doenças tem relação com o excesso de peso. O objetivo da reeducação alimentar é melhorar a saúde: a adequação do peso vêm como consequência deste processo.


- Não tenho tempo de fazer atividade física!! E quanto tempo por dia você passa na frente da tv? (Sabe se a Norma saiu da prisão?) E diz que não tem tempo para caminhar. Com atividade física seus objetivos chegam mais rápidos - além da sensação gostosa das endorfinas após o treino.

- Não gosto de frutas e saladas!! O fato de não gostar não quer dizer que não pode aprender. Carregamos traumas alimentares desde a infância e muitos "não gostam", mas nunca provaram. Sei que é impossível alguém ser saudável ou se manter assim sem comer nenhuma salada ou fruta. Precisamos muito das vitaminas e minerais naturais e eles influenciam em todo nosso corpo. No tratamento você vai tentar aos poucos, vamos incluir frutas cozidas no microondas ( imagine uma banana com canela) ou frutas em sucos e vitaminas, legumes no feijão e um molho especial para a salada ficar realmente deliciosa. Duvido que você não aprenda a gostar e depois me conte como não consegue mais viver sem.

- Não tenho dinheiro para fazer acompanhamento com a nutricionista!! Quantos sapatos, calças ou bolsas você compra em um ano? Isso sem falar no carro: lustra, lava, revisa, paga imposto, reclama e fica triste pelo risco, fora a gasolina... Um tratamento que irá te fazer bem custará bem menos do que isso. Fora a economia que fará deixando de beliscar o dia todo e de ir a rodizios. Tratar sua saúde é investimento e não um gasto.


- Meu problema é hormonal! Somente 1% da população não emagrece por disfunção hormonal. Investige para verificar realmente em qual grupo você se encaixa. E mesmo assim, alguém com hipotireoidismo controlado emagrece tanto quanto alguém com função tireoidiana normal. Parecido com a desculpa do Ronaldo (jogador de futebol, no momento de sua aposentadoria) quando afirmou que engordou pela sua tireóide alterada.

- Gosto muitissimo de doces, sou chocólatra!! Muitas vezes a vontade de doces está relacionada com o desequilíbrio na alimentação ou nas reservas de vitaminas e minerais. E é preciso correção por um profissional que realmente entende do assunto. Ou então essa vontade toda pode ter forte relação com a ansiedade/compulsão - ver frase abaixo.

- Sou ansiosa, desconto tudo na comida!! Muitas pessoas falam assim e outras nem percebem o quanto sua ingestão alimentar é muito maior quando estão nervosas ou tristes. Excesso de comida pode ser falta do que fazer, falta de afeto, carinho ou compreensão como falei no texto da semana passada. Procure se conhecer mais, entender seu "apetite" e procure ajuda psicológica: uma nutricionista não resolverá esse problema e o trabalho em equipe é necessário. "Descontar" na comida pode ser reconfortante no inicio mas na realidade é muito danoso e não resolve o problema que causou a "fome". Pelo contrário, só aumenta o problema.

- Semana que vem (ou segunda-feira ou no inicio do ano) eu começo!! Esqueça, você nunca vai começar deste jeito: quem quer mesmo começa em uma sexta-feira - inclusive minha agenda de sexta é cheia! Pare de adiar e procure não desistir no primeiro final de semana. Se você parte do princípio que a sua vontade de emagrecer é maior do que a vontade de comer tudo e em quantidades enormes, vai conseguir sim!!!

- Meu marido/filhos gostam de jantar toda noite!! Aprender jantares gostosos e saudáveis é possível. No Curso de Gastronomia saudável tenho dado muitas idéias. Por mais que chegamos cansados, sem tempo e com muita fome em casa, dá para preparar algo rápido ou se planejar para deixar descongelando.

- Já sou um caso perdido. Vou fazer cirurgia de redução de estômago. Eu acho essa a pior - ainda mais quando você nem é indicação. A pessoa inicialmente acha mais fácil mas não compreende que mais cedo ou mais tarde terá que reeducar a alimentação, comer pouco e fracionado. É por esta falta de tratamento nutricional e psicológico que mais ou menos 30% das pessoas com gastroplastia acaba recuperando todo o peso emagrecido.

- Já fui na nutricionista, endocrinologista, já tomei remédio e não emagreço. Provavelmente não procurou o profissional certo para você e nem aderiu ao tratamento como devia. Pode ter sido uma consulta muito rápida, uma descrição superficial da sua parte quanto às suas dificuldades ou outro motivo. A personalização do cardápio e atendimento humanizado sempre é fundamental. Tente denovo. Até conseguir!

* Autoria: Gismari Bertoncello

" Jamais seja um obstáculo para si mesma!"

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Para sempre

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo -

de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

José Saramago


Certo e o errado: equilíbrio da vida!!!

Por Patrícia Quaresma Ragone, psicóloga e pedagoga, especialista em Terapia Cognitiva.
Matéria da Revista Psique, número 49.

Família é a chave de tudo. O núcleo familiar consiste no pilar sobre o qual a criança e o adolescente irão desenvolver e edificar seus esquemas cognitivos, sejam estes funcionais ou não. As mudanças na sociedade contemporânea afetam a família, inclusive na sua prórpia concepção. O que definirá uma família como tal é a responsabilidade e o compromisso assumido perante a criança.

Se a família apresenta diversos arranjos, isso não exclui a preocupação com a sua funcionalidade. A questão central continua a ser: como auxiliar os pais na criação dos filhos. Para responder a essa questão busca-se apresentar aos pais uma nova forma de ver como as pessoas empregam o pensar para resolver os problemas ou, mesmo criá-los ou agravá-los. Tudo isso embasado na Terapia Cognitiva.

Sabemos que a forma como se educa um filho reflete-se no modo como ele se comportará e nos aspectos que valorizará em sua vida futura. Isso ocorre por meio de aprendizagem de idéias, crenças e valores que ditam as regras do pensar e do agir da criança nas diferentes situações de seu dia a dia. Por isso, os pais têm grande responsabilidade na criação dos filhos e uma forma de contribuir positivamente é analisar o estilo de educação que se transmite a eles.

A postura pessimista ou otimista dos pais terá uma relação direta diante das situações. A idéia não é mascarar o fracasso ou o erro, e sim propor uma nova maneira de refletir sobre a situação.

Diante de um momento ruim, os pais otimistas terão a capacidade de mostrar ao filho que os maus eventos são passageiros. São esses pais otimistas que ajudam os filhos a relativizar situações, a ganhar flexibilidade de pensamento e, assim, desenvolver esquemas mentais mais funcionais de autoestima, competência e adequação social.

Estimular atitudes positivas, definir limites e aplicar uma punição, enfim, ser pai comporta uma infinidade de ações que, muitas vezes, são realizadas sem que se percebam seus impactos na formação dos filhos. Tomar decisões no momento de educar a criança ou adolescente não é um processo fácil, principalmente quando se trata de recompensar ou punir os filhos.

Dúvidas sobre a maneira mais adequada de corrigir um comportamento ou, ao contrário, estimulá-lo são frequentes. Como fazer com que os filhos ajam de uma maneira ou de outra? Para a maioria, a resposta seria impor limites que, se ultrapassados, precisariam ser novamente impostos por meio de pun~ição. O que se ignora, nesses casos, é o poder do reforço.

O reforço é uma estratégia comportamental básica que geralmente produz resultados rápidos para a obtenção de comportamentos-alvo desejavéis. Ele pode ser implementado de várias formas, como dar alguma coisa (elogio, abraço, atenção), o que seria um reforço positivo, ou tirar ou proibir algo, o que constituiria assim um reforço negativo.

Ao elogiar, os pais precisam entender que os reforços verbais devem ser imediatos e isentos de críticas. Se a intenção é recompensar o filho, não tem sentido o reforço vir acompanhado de algum julgamento. O objetivo é incentivar a prática de um comportamento desejável, e não julgar a criança ou adolescente.

É importante que os pais entendam que, ao empregar com frequência esses esforços ao comportamento desejável, eles estarão contribuindo para a diminuição dos comportamentos indesejáveis e, portanto, aos poucos, deverão gastar menos tempo e esforço com a punição.

O envolvimento dos pais na formação dos filhos, inclusive no que se refere ao incentivo aos comportamentos desejavéis, requer, ainda, momentos de integração familiar. A criança e o adolescente precisam sentir que os pais gostam de sua presença, se interessam por eles e preocupam com seu bem-estar. Sentimentos assim ativam os esquemas funcionais de estima, adequação e competência. A presença dos pais em apresentação de danças, competições ou eventos promovidos pela escola é fundamental para despertar no filho tais esquemas.

Na atualidade, a falta de tempo constitui um problema para a realização das atividades que integram a família. Cada núcleo familiar deve criar os próprios momentos: um almoço no domingo, uma conversa na hora de dormir, um final de semana juntos.

Davi -1 ano e 4 meses
No dia a dia, há momentos em que não cabe alternativa senão a de ordenar e se fazer obedecer. Mas, mesmo nesses momentos, é necessário saber a forma mais adequada de dar uma ordem, uma instrução ou até mesmo efetuar uma punição. Inicialmente, os pais devem ter certeza de que as regras expostas aos filhos estã claras e, portanto, não são arbitrárias.

As crianças e adolescentes precisam identificar os limites: o que se pode ou não fazer e quais as sanções no caso da infração dessas regras. A figura de autoridade fundamental para fazer com que as regras e limites sejam incorporados, especialmente entre os seis e dez anos de idade, período em que as crianças desenvolvem a moral, incluindo noções de valores ligados à ética, a ideia de certo e errado, de verdadeiro e do falso.

Ao dar uma ordem, deve-se evitar palavras que possam ser confundidas com pedidos ou súplicas. Isso reduz a possibilidade da criança acreditar que pode escolher entre seguir ou não a ordem dada. Uma vez estabelecidos os limites, os pais não podem ficar passivos diante da transgressão. Ignorá-los seria passar uma mensagem ao filho de que ele não precisa obedecer a ninguém. Alguns passos podem ajudar, são eles:

Dar comandos específicos incluindo espaço de tempo para o cumprimento do que foi mandado.

Uma vez cumprida a ordem, para que tal comportamento se repita é necessário recorrer aos reforços. Se a criança ou adolescente não obedecer, caberá aos pais utilizar técnicas de punição com vistas a corrigir ou evitar o comportamento indesejável. O que os pais devem lembrar é que, para cada idade há uma estrutura cognitiva correspondente, e isso deve ser levado em conta ao se exigir determinado comportamento, estabelecer regras e dar ordens.

Não se deve ensinar às crianças que bater nas pessoas é um método aceitável de resolver os problemas da vida, por isso o castigo físico é totalmente desaconselhado, assim como as agressões verbais. Ao se dirigirem aos filhos de forma agressiva, além de minar a qualidade da relação entre eles, desviam o conteúdo da mensagem para a forma como ela está sendo transmitida. As crianças aprendem muito mais com o comportamento dos pais.

É preciso frisar que algumas regras são absolutas – não roubar, não fazer o mal, não destruir – portanto, devem ser respeitadas por todos. Os comportamentos estão muitas vezes associados aos estágios de desenvolvimento da criança e do adolescente. Identificando cada etapa, os pais poderão contribuir para o aprendizado do filho.

FILHOS ADOLESCENTES


João Pedro
 A comunicação entre pais e adolescentes pode se tornar mais problemática. Para comunicar com o mundo suas ideais e valores, os adolescentes mudam seu jeito de se vestir, de se pentear, colocam piercings, brincos, tatuagens. Cabe aos pais tentar entender o que eles estào querendo dizer sem ficarem presos necessariamente à questão da aparência.

Outro ponto que os pais devem ficar atentos é a relação àquela disposição de isolamento da família. Essa indisposição não é de caráter pessoal e permanente. A postura típica do adolescente não necessariamente significa que este queira desacatar os pais, mas que aquilo faz parte do silêncio de que ele necessita, e deve ser tomada em caráter transitório.

Os adolescentes precisam se distanciar temporariamente dos vínculos primários para ver o quão estão prontos para alçar voo próprio. O problema é justamente a interpretação que os pais fazem desse comportamento. Se estes entendessem que essa fase não é de caráter definitivo, que a postura do filho não constitui um ataque pessoal, mas tem, inclusive, causas hormonais e psicológicas, ficariam menos incomodados, e os conflitos nas famílias ocorreriam em menor escala e por menos tempo.

Ser pai não é ser 100% responsável pelo sucesso ou fracasso dos filhos. Assim, deve-se definir quais são as preocupações produtivas, eliminando as improdutivas. As preocupações produtivas são aquelas que o pai define como meta para o filho. É tudo aquilo que se consegue transformar em alternativas e em soluções que geram crescimento.

Já as angústias surgem com as preocupações improdutivas. Preocupar-se se o filho será uma pessoa feliz, se será aceito pelos colegas é algo desnecessário naquele momento de vida.

Os pais não devem ter medo de serem pais, esse comportamento está trazendo enormes prejuízos para a família. Criar filhos não deve ser encarado como algo muito complexo, mas de forma simples. Deve-se trabalhar com a perspectiva do erro e do acerto, de ter sempre o dia seguinte para recomeçar. Além de perderem o medo de errar, porque isso faz parte da vida.

Aceitar-se como ser humano implica, que ser pai não é anular-se. Para serem pais funcionais é necessário não esquecer seus sonhos pessoais, manter interesses próprios e, em nenhum caso, se comportar como escravo dos filhos. Acreditar no seu poder como pai ou não mãe não significa ter completa segurança que seu filho seguirá uma ordem totalmente estabelecida. Na verdade é acreditar que você forneceu a ele a base psicológica para que ele consiga ter discernimento e siga o caminho certo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tempo

10 atitudes para criar filhos mais felizes


O que de fato funciona quando se trata de educar crianças?
Pesquisadores comparam o que especialistas aconselham; o que parece funcionar?
E o que os pais fazem de fato?

Por Robert Epstein, professor de psicologia e pesquisador da Universidade de Harvard.

João Pedro 14 e Davi 1 ano 4 meses
Se criar filhos é obviamente uma prática tão antiga quanto a própria humanidade, então porque tanta culpa, discussão e dúvida sobre esse assunto? Por que será que mesmo discordando da forma como que fomos educados, volta e meia nos surpreendemos tratando nossos pequenos praticamente da mesma maneira ou lutando para fazer tudo exatamente ao contrário? Os pais costumam se empenhar para cumprir a função de educadores da melhor maneira que conseguem – pelo menos na maior parte do tempo. E certamente pensam, muitas vezes, que seria mais fácil se seus filhos tivessem vindo ao mundo com um “manual de instruções”.


Para o bem ou para o mal, não há livrinho de receitas, mas da mesma maneira que diariamente, usamos a medicina com cautela para tomar decisões sobre como cuidar de nossa saúde, também podemos usar informações reveladas pelas pesquisas para nos tornar pais melhores. Algumas delas, parecem óbvias, por exemplo, que quanto melhores as relações afetivas na família, mais chances de que as crianças se tornem adultos felizes, saudáveis e bem-sucedidos.

As 10 atitudes que produzem bons resultados na educação foram relacionadas em ordem de importância, são elas:

1. AMOR E CARINHO.
É indispensável apoiar e aceitar dos filhos, entendendo que são pessoas com idéias e gostos próprios, e respeitar essas diferenças, demonstrando afeto e usufruindo dos períodos passados juntos.

2. ADMINISTRAÇÃO DO ESTRESSE
Praticar técnicas de relaxamento e esportes e investir na própria psicoterapia favorece a capacidade de entender melhor o que sentimos e as chances de cuidar bem das crianças.

3. HABILIDADE DO RELACIONAMENTO
Aqueles que mantêm uma relação saudável com o cônjugue ou com outras pessoas importantes em sua vida demonstram a importância de manter relações afetivas verdadeiras.

4. INCENTIVO À AUTONOMIA E À INDEPENDÊNCIA
Apesar de ser difícil para alguns pais encontrar a medida, é fundamental tratar nossos filhos com respeito e estimulá-los a se tornar pessoas confiantes e com iniciativa.

5. ACOMPANHAR A APRENDIZAGEM.
Ao valorizarem a curiosidade dos filhos e sua disposição para aprender, os pais lhe prestm enorme benefício.

6. PREPARAÇÃO PARA A VIDA
É um ato de amor conversar com os pequenos sobre temas delicados como medos, sexo e morte em linguagem acessível, bem como prepará-los para assumir responsabilidades.

7 ATENÇÃO AO COMPORTAMENTO.
Reforçar positivamente as boas atitudes e recorrer ao castigo somente quando outros métodos, como conversas, já falharam mais de uma vez.

8. SAÚDE
Bons pais propiciam um estilo de vida saudável e estimulam bons hábitos como exercícios regulares, higiene e alimentação adequada para seus filhos.

9. ESPIRITUALIDADE
Apoiar o desenvolvimento da religiosidade e a preservação da natureza, o respeito ao outro e às difernças, evitando a disseminação de preconceitos e intolerância.

10. SEGURANÇA
É fundamental o empenho constante para proteger os filhos das situações de risco e manter-se vigilante quanto as suas atividades e amizades.

Revista Mente e Cérebro, edição 215, 2010.



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