Para que serve o tédio? Nada, é claro. Se você acha que esse sentimento é o pior do mundo, há quem discorde. Peter Toohey, autor do novo livro “O Tédio: Uma História Animada” (tradução livre para “Boredom: A Lively History”), argumenta que pode haver alguns benefícios surpreendentes em experimentar o tédio. Se você não consegue imaginar quais, leia essa entrevista:
O que poderia ser um benefício do tédio?
Peter Toohey: O tédio é primo da repulsa. Quando as pessoas estão entediadas, elas ficam meio desgostosas, dizem que “não aguentam mais” ou que “estão cheias”. Então, o que o tédio é projetado para fazer é protegê-lo contra determinadas situações que possam ser prejudiciais. Ele faz você mudar sua situação. É um aviso para agir. Uma das vantagens mais evidentes é que muitos ligam o tédio à criatividade. Você tem que chegar a miséria absoluta para algo sair de seu cérebro. Um monte de gente fala sobre o valor do devaneio, do sonhar acordado; isso pode ser o produto de situações entediantes ou meio chatas, e suas melhores ideias podem surgir daí.
Qual a sua definição de tédio?
PT: Eu acho que é o que eu sugeri: uma sensação leve de desgosto. As pessoas ficam desgostosas com o tédio. Ele é causado por circunstâncias temporariamente inevitáveis ou previsíveis. Se imagine preso em uma sala de aula ouvindo uma longa palestra. Mas é temporário, e isso não vai lhe causar um grande dano. O oposto do tédio é estar completamente envolvido em uma atividade que lhe absorve.
Algumas pessoas pensam que o tédio é um problema moderno. Isso é verdade?
PT: Eu não penso assim. Se o tédio é uma emoção, então ele está lá por um bom propósito evolutivo. Todos nós vamos senti-lo, alguns menos do que outros. Ele é um produto do esclarecimento, e aparece nessa palavra pela primeira vez no século 17. Não se falava muito sobre isso na Grécia ou em Roma, mas há exemplos. Há uma inscrição em uma cidade italiana onde a população local agradece a uma personalidade por salvá-la do tédio eterno, em latim. Isso no século 2.
Será que algumas pessoas são mais propensas ao tédio?
PT: Dizem que sim. Isso está ligado ao nível de dopamina, um neurotransmissor (ligado tanto ao tédio quanto a excitação). Quando a dopamina é baixa em uma pessoa, um de seus sintomas é o tédio. Além disso, há um teste chamado “teste de propensão ao tédio”, usado por psicólogos o tempo todo, no qual as pessoas que têm baixa pontuação têm baixos níveis de dopamina.
Existem dicas para superar o tédio?
PT: Não. Há a dica “mantenha-se ocupado”. Isso é bom, mas se você estiver realmente entediado, você não consegue se manter ocupado. Há uma relação estabelecida entre a monotonia e a plasticidade do cérebro: a monotonia é ruim para a neuroplasticidade. Mas como você incentiva a plasticidade do cérebro? Parece que a melhor maneira de fazer isso é o exercício aeróbico. Talvez uma quantidade justa de exercício na vida de uma pessoa pode torná-la um pouco a prova de tédio. É triste, né?
O que poderia ser um benefício do tédio?
Peter Toohey: O tédio é primo da repulsa. Quando as pessoas estão entediadas, elas ficam meio desgostosas, dizem que “não aguentam mais” ou que “estão cheias”. Então, o que o tédio é projetado para fazer é protegê-lo contra determinadas situações que possam ser prejudiciais. Ele faz você mudar sua situação. É um aviso para agir. Uma das vantagens mais evidentes é que muitos ligam o tédio à criatividade. Você tem que chegar a miséria absoluta para algo sair de seu cérebro. Um monte de gente fala sobre o valor do devaneio, do sonhar acordado; isso pode ser o produto de situações entediantes ou meio chatas, e suas melhores ideias podem surgir daí.
Qual a sua definição de tédio?
PT: Eu acho que é o que eu sugeri: uma sensação leve de desgosto. As pessoas ficam desgostosas com o tédio. Ele é causado por circunstâncias temporariamente inevitáveis ou previsíveis. Se imagine preso em uma sala de aula ouvindo uma longa palestra. Mas é temporário, e isso não vai lhe causar um grande dano. O oposto do tédio é estar completamente envolvido em uma atividade que lhe absorve.
Algumas pessoas pensam que o tédio é um problema moderno. Isso é verdade?
PT: Eu não penso assim. Se o tédio é uma emoção, então ele está lá por um bom propósito evolutivo. Todos nós vamos senti-lo, alguns menos do que outros. Ele é um produto do esclarecimento, e aparece nessa palavra pela primeira vez no século 17. Não se falava muito sobre isso na Grécia ou em Roma, mas há exemplos. Há uma inscrição em uma cidade italiana onde a população local agradece a uma personalidade por salvá-la do tédio eterno, em latim. Isso no século 2.
Será que algumas pessoas são mais propensas ao tédio?
PT: Dizem que sim. Isso está ligado ao nível de dopamina, um neurotransmissor (ligado tanto ao tédio quanto a excitação). Quando a dopamina é baixa em uma pessoa, um de seus sintomas é o tédio. Além disso, há um teste chamado “teste de propensão ao tédio”, usado por psicólogos o tempo todo, no qual as pessoas que têm baixa pontuação têm baixos níveis de dopamina.
Existem dicas para superar o tédio?
PT: Não. Há a dica “mantenha-se ocupado”. Isso é bom, mas se você estiver realmente entediado, você não consegue se manter ocupado. Há uma relação estabelecida entre a monotonia e a plasticidade do cérebro: a monotonia é ruim para a neuroplasticidade. Mas como você incentiva a plasticidade do cérebro? Parece que a melhor maneira de fazer isso é o exercício aeróbico. Talvez uma quantidade justa de exercício na vida de uma pessoa pode torná-la um pouco a prova de tédio. É triste, né?
por Natasha Romanzoti
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fico muito feliz com seu comentário!!! :)