terça-feira, 29 de março de 2011

Filme: "As Mães de Chico Xavier"



As mães de Chico Xavier conta a história de Ruth (Via Negromonte), cujo filho, drogado, se suicida; Elisa (Vanessa Gerbelli), cujo filho de 5 anos morre num acidente; e Lara (Tainá Muller), que lida com a gravidez indesejada. A dor das protagonistas é suavizada pelo contato com o médium e suas cartas psicografadas do além. O roteiro, de Emanuel Nogueira e Glauber Filho (também diretor, junto com Halder Gomes), foi livremente inspirado no livro Por trás do véu de Ísis, de Marcel Souto Maior, autor da biografia de Chico Xavier. O filme é uma reportagem sobre a psicografia, com menos investigação e mais drama.

O diretor de As mães de Chico Xavier, Glauber Filho, diz que hesitou em escolher Nelson Xavier para viver, de novo, o papel do médium mineiro. “Depois percebi que ele é o único ator capaz de interpretar o Chico com fidelidade”, afirma. O diretor conta uma história curiosa: quando Chico Xavier, o filme, entrou em cartaz, ele acreditava que o ator já tinha vivido o papel na TV, tamanha a identificação com o personagem. Nelson Xavier, que já fez mais de 80 personagens na TV e no cinema, entre eles o cangaceiro Lampião e Pedro Arcanjo de Tenda dos milagres, diz que experiências nas filmagens da biografia do médium mudaram sua vida. “Sinto a presença de Chico quando faço seu papel”, diz.

As 8 dúvidas mais freqüentes sobre os Florais

EU SEMPRE TIVE DÚVIDAS SOBRE FLORAIS, GOSTO MUITO DOS RESULTADOS, E ACHEI ESSE TEXTO MUITO LEGAL!!

As 8 dúvidas mais freqüentes sobre os Florais
Por Thais Accioly


Ao longo destes últimos meses tenho recebido inúmeros e-mails com perguntas sobre o uso das essências florais, o que muito me alegra.Resolvi, então, selecionar apenas algumas, oito delas, as mais freqüentes, para compartilhar com vocês, neste momento.
Mais para frente pretendo responder através do site Vida Nova muitas outras questões, que me chegam via e-mail, ampliando a possibilidade de oferecer informações para um universo maior de pessoas, sobre a cura através das essências florais.

1. Podemos preparar fórmulas com mais de cinco essências florais?

O limite ideal para se preparar uma fórmula com essências florais para si ou para alguém é a necessidade daquele que vai fazer uso dessa fórmula.
Há pessoas que, por exemplo, necessitam de 3 essências, outras de 24 essências numa mesma fórmula. Não existe uma regra fixa.
A confusão sobre quantas essências florais utilizar em cada fórmula surgiu por causa da interpretação extensiva feita a partir de alguns estudos do Dr. Bach no início de sua pesquisa.
Quando ele tinha poucas essências florais desenvolvidas, e pesquisadas, ele criava fórmulas para seus pacientes com 6 essências, 9 essências florais. Porém ao finalizar seu trabalho, percebemos que não havia regra fixa, ora ele criava fórmulas com poucas essências, ora com muitas essências florais.
A necessidade do paciente é que determinava quantas essências entrariam na fórmula de florais.
Depois de Dr. Bach, diversos outros pesquisadores produziram novas essências florais, e criaram fórmulas compostas às vezes com poucas essências e às vezes com muitas essências florais, dependendo do tema proposto a ser tratado.
Portanto a resposta para essa pergunta é sim, pode-se preparar uma fórmula de florais com diversas essências. O importante é que se saiba o que se está fazendo, ou seja, que se conheça os efeitos das essências florais que se está usando, e que estão interagindo em sinergia, e também a questão que se está tratando.

2. Como as essências florais atuam?

Elas atuam num nível sutil de nosso ser, no nível de nossa alma. Segundo Patrícia Kaminski e Richard Katz, em seu livro O Repertório de Essências Florais, da editora TRIOM, as essências florais "são altamente diluídas, sob um ponto de vista físico, porém contêm um poder sutil... pois incorporam os padrões energéticos específicos de cada flor. Seu impacto não é o resultado de alguma interação bioquímica direta na fisiologia do corpo. Pelo contrário, as essências florais atuam através dos vários campos de energia humana, os quais por sua vez influenciam o bem estar mental, emocional e físico."
Assim, as essências florais não atuam através da bioquímica de nosso corpo físico. Eles são tão diluídos do ponto de vista físico, que se poderia pensar que não passam de placebo.
Todavia trazem em seu conteúdo padrões vibracionais da planta que lhe deu origem, e esta energia contida no floral é que propicia a cura de estados emocionais, mentais e espirituais negativos, distorcidos, ou adoecidos. E é claro que quando estamos em harmonia emocional, mental e espiritual nosso corpo físico reage a este padrão de equilíbrio, harmonizando-se também.
As essências florais ampliam a capacidade de comunicação entre a alma e a personalidade, desbloqueando e limpando este canal de comunicação, aproximando-nos assim de nossa verdadeira natureza, e através dela criando-se a possibilidade de passarmos a ter e manter uma sintonia mais fina, sutil e amorosa com a natureza da Terra, o que por si só promove imenso bem estar e saúde.

3. Por que os florais têm a capacidade de modificar as pessoas?

Os florais não têm em si o poder de transformar as pessoas. Este poder de transformação e de mudança é nosso. Nós é que somos os artífices de nossas vidas e das mudanças que operamos em nós mesmos.
Mas eles auxiliam nos processos de mudança e transformação do nosso ser.
Como comentava na resposta à pergunta anterior, os florais desbloqueiam os canais de comunicação entre a personalidade e a alma, ajudando-nos a entrarmos em contato com aquilo que somos e desconhecemos, ajudando-nos a acessarmos virtudes, qualidades, dons, talentos que estavam adormecidas.
De posse do nosso próprio bem, do melhor que possuímos temos mais força para mudar.
Por exemplo, uma pessoa negativa, pessimista, escolhe tomar uma essência floral como a Gentian do Dr. Bach, e esta é uma essência floral que auxilia no desenvolvimento da fé, da esperança, da certeza do bem. O que ocorre é que em contato com esse padrão vibratório mais elevado da essência floral, que estimula um estado de alma mais positivo similar ao da essência floral usada, a pessoa pode entrar em sintonia com as qualidades que possuía sem saber, e que têm o mesmo padrão vibratório da essência floral Gentian que são a fé, a esperança, e a certeza do bem, dissipando assim o negativismo.
Dr. Bach dizia que os florais nos ajudavam a corrigir falhas de nossa personalidade, e que estas falhas eram a causa de nossas doenças, e que quando assim fazíamos nossa saúde física e mental poderiam retornar. Pois os florais trazem um estado de harmonia a todo nosso Ser.
(referência: texto Liberte-se, escrito em 1932 por Dr. Edward Bach).

4. É aconselhável se auto indicar essências florais? Como fazê-lo? Como saber qual essência floral é a mais indicada?

Qualquer pessoa pode auto indicar essências florais, desde que ela busque se auto conhecer, e descobrir em si aquilo que se apresenta disfuncional, ou seja, seus defeitos de personalidade ou seus conflitos, para então escolher uma ou mais essências florais que estimulem o aparecimento da qualidade oposta àquela falha.
Na escolha da essência floral mais indicada, não se leva em consideração o tipo de doença que se traz no corpo físico. Deve-se buscar somente o estado mental, ou seja, como a pessoa sente e vê a vida, e que lhe cause conflitos, gere desarmonias ou sofrimento.
Lembrando sempre que ao corrigirmos estes padrões negativos de personalidade nosso corpo encontra um melhor ponto de equilíbrio. Pois, nossa mente interage o tempo todo com nosso corpo criando saúde ou doença, sistematicamente.
Então ao nos observarmos e descobrirmos aquilo que em nós é negativo devemos buscar entre as descrições das qualidades de cura das essências florais, aquela ou aquelas que mais nos auxiliarão.
Algumas pessoas gostam de usar processos intuitivos para encontrar a essência floral mais indicada, o que é válido, desde que se tenha habilidade e desenvoltura em usar a intuição, e também que não se pretenda interromper ou substituir o esforço mental e espiritual necessário ao processo de auto conhecimento.
É muito importante no processo de auto escolha das essências florais que se conheça o sistema de cura que a terapia floral oferece, pois a terapia floral é um processo de cura com estágios de desenvolvimento.
Caso você não se sinta à vontade para escolher para si mesmo os florais mais indicados, é hora de procurar um Terapeuta Floral.
E isto nos remete à próxima pergunta:

5. Que tipo de profissional está capacitado para indicar essências florais?

O terapeuta floral é o profissional capacitado para lhe acompanhar numa jornada de cura com as essências florais.
E não dá para confundir um terapeuta floral, com alguém que leu um livro sobre a cura com as essências florais, ou que fez alguns cursos, mas não tem formação adequada para fazer um acompanhamento terapêutico.
Qualquer pessoa, como já disse, pode se auto indicar, ou seja, escolher para si mesmo, e para aqueles com quem convive e ama, as essências florais adequadas, mas não podemos considerar esta pessoa um terapeuta floral, só porque ela conhece algumas essências florais, ou algum sistema de essências florais.
Um terapeuta deve entender do desenvolvimento humano, da alma humana, deve ter noções de ética profissional, de atendimento pessoal, precisa saber sobre a linguagem específica das flores e da cura através das flores, bem como conseguir ler na história de vida pessoal, de seu paciente, o que está subentendido, o que está nas entrelinhas, para compreender o trajeto de cura pelo qual a pessoa esta caminhando, ou seu trajeto de desenvolvimento. Além de estar trilhando seu próprio caminho de desenvolvimento pessoal.
Portanto, é claro que fazer um curso de final de semana, por exemplo, sobre um sistema de essências florais, pode capacitar alguém a escolher as essências para si mesmo e para os que ama, mas um curso como este, isoladamente, não dá condições de acompanhar terapeuticamente o trajeto de cura emocional, mental, espiritual, ou relacionado às energias de uma outra pessoa.

6. Qual é a duração do tratamento?

Depende do que se está tratando e de quem se está tratando. Pois, quem determina o ritmo do tratamento é o paciente.
Casos crônicos, ou seja, estados mentais negativos, ansiedades, medos, culpas, tristezas, que carregamos por anos, tendem a levar mais tempo para serem tratados, do que algo que acabou de surgir na vida de uma pessoa.
Lembro-me do caso de uma moça que tinha medo de dirigir carro, e que tomou por apenas um mês as essências florais, e logo se sentiu mais confiante, superando seu medo de dirigir.
Existem outros casos de pessoas que tem medos como o acima descrito e que pode requerer meses de tratamento, às vezes até associado a tratamento psicológico, para a sua superação.
Por isso volto a dizer, depende exclusivamente do caso e da pessoa a serem tratados.

7. Como preparar os florais para o uso via oral? Onde comprar as essências florais?

As farmácias de homeopatia via de regra preparam as fórmulas de florais. Basta levar o nome dos florais que deseja que sejam manipulados e elas preparam o vidro de floral para uso pessoal.
Mas você também pode comprar as essências florais de estoque, e prepará-las você mesmo.
Os florais de estoque estão à venda nas importadoras e nas distribuidoras de florais.
Caso você queira manipular sua própria fórmula de florais, em casa, deve primeiro escolher qual ou quais essências irá tomar, e é claro ter essas essências florais de estoque em casa, e então pingar duas gotas de cada essência floral de estoque no vidro de 30 ml, acrescentando 70% de água, ou o equivalente a mais ou menos 20 ml de água, completando-se o preparado com 30% de conhaque, ou 10 ml.
E está pronto para uso. Normalmente o uso é via oral, 4 gotas 4 vezes ao dia.

8. Além do conhaque quais outros conservantes são utilizados, para o uso via oral?

O brandy ou conhaque têm sido utilizados desde os tempos do Dr. Bach, como conservante, pois tem se mostrado eficaz em preservar o conteúdo líquido do vidro com os florais preparados para consumo.
Todavia, podem ser utilizados outros produtos como conservante, como glicerina vegetal ou vinagre de maçã. No nordeste, por exemplo, em algumas regiões usa-se o melado da cana de açúcar.
Em alguns casos, quando a pessoa não pode ingerir conhaque ou glicerina vegetal, e não gosta de usar o vinagre de maçã, faz-se o floral sem conservante, somente com água, e isto significa que ele deverá ser conservado em geladeira, com um prazo de validade reduzido, normalmente, para uma semana.

Minha Mãe, quanta saudade...


Minha Mãe, Lourdes Maria (Luly)

Mãe, vc partiu pra sempre, mas deixou-nos iluminados pela sua presença imorredoura em nossos corações. Estamos muito tristes com o adeus, mas fomos privilegiados por compartilhar a sua existência, acalentados por seu afeto, confortados por sua dedicação. Os muitos momentos de grande felicidade que compartilhamos são um legado perene que cultivaremos com os cuidados do amor, honrando sua memória. Sempre estivemos ao seu lado e nos conforta a digna suavidade de seus últimos momentos. Você nos deixou com um leve e doce sorriso esboçado no rosto lindo, como quem vê a luz e segue em paz seu caminho para a nova e eterna morada Mãe querida !!!!!
Muita Saudade Mãe.
Te amo pra sempre!

A inveja

A inveja é um sentimento negativo, que deixa claro que o invejoso se sente inferior ao invejado. Ela pode ter diversos motivos: econômicos, sociais, amorosos, mas, de fato, a inveja se transveste numa desculpa qualquer. Ela é cultivada em nossa sociedade através desta busca incansável do melhor, para nós. Sempre ser o melhor, comer melhor, ter o melhor parceiro, os melhores filhos, e, nesta busca, nos deparamos com outros que tem coisas diferentes de nós e o que pinta? - Opa! Este daí está melhor do que eu! Ai nasce a inveja.



Mas o caminho de cada um é diferente. Como é possível ter inveja de algo que não deve acontecer conosco (ou, pelo menos, não no momento), algo não próprio para nossa vida?? Uns casam, outros não, uns tem filho, outros não, uns ficam ricos, outros não. Apenas é assim e tudo tem um porquê. "Tudo nos é licito, mas nem tudo nos convém" (1 Cor, 6:12).



E podemos sempre contar com a abundância de Deus! Se ela nos falta é porque algo nos falta. Como poderíamos nos aplicar em um trabalho que é importante se tivermos família, ou se tivermos filhos? Como nos livrar do pecado capital da luxúria ou da gula com muito dinheiro? Muito mais difícil!! Por este motivo, não se deve almejar o que o outro tem. Este comportamento só dá mostras de quão vazio é o ser e, na insistência deste sentimento, as coisas podem piorar, deveras, se perdendo até mesmo o que se conquistou com muita luta!



A inveja abre espaço para outros tipos de sentimentos negativos, como a falsidade, a maldade, a traição, a cobiça, que, são alimentados dia após dia, iniciando obsessões espirituais, doenças mentais e físicas, inimizades, solidão (tanto social como da alma), e, por fim, a lei de retorno, pois "a semeadura é livre, mas a colheita, obrigatória". O desejo pelo que o outro tem, e a sensação de felicidade que faz "a vitória" em possuir o que o invejado tem é resultado de crenças limitadas, de uma auto-estima insignificante, a qual necessita de ajuda terapêutica e de muito amor.



As pessoas têm medo da inveja, mas, a verdade, é que não se deve ter medo, ou acreditar que doenças ou fatos negativos possam nos atingir. Nós não devemos dar forças a estas energias negativas, cuidar, desde o nascimento do pensamento até nossos atos, assim diminuindo pouco a pouco nossas más ações, dando menor abertura a esta ligação energética, o que ocorre quando fofocamos, ou falamos de nossas vidas com estas pessoas, porque, também, não há sentido em alimentar este tipo de sentimentos, mesmo quando alguns se achem poderosos por serem invejados.


Banho de arruda, patuá de sal grosso, talismã benzido, velas, orações, parafusos e pregos dentro de um vidro coberto na sala, ajudam a afastar esta influência mas não a impedem se a pessoa não pensar e agir corretamente.


Desejar o bem, inclusive àqueles que crêem ser nossos inimigos ou que desejam nosso mal/cobiçam nossa vida. Ninguém pode tirar o que na verdade nunca foi nosso, o que foi só um empréstimo de Deus, e quando o invejoso tem satisfeita sua vã felicidade só aumenta sua vasta escuridão da alma. Mas se o invejado for luz, ele continuará a iluminar a escuridão e, assim, sempre poderá contar com a abundância de Deus.
 
(Tatiana Ito Coimbra)

Para a noite de hoje...

Tenha fé!

Alma amiga e boa, tua fé te guia, salva e perdoa. Tudo tem o seu propósito de ser, inclusive a tua missão neste orbe, conectado à dimensão do sofrimento. Não podes perder a crença no teu deus e naquele que em ti habita, que te guia pelas sendas do caminho, orientando-te à verdadeira liberdade.
Amiga alma, tua ações são únicas e transformadoras por onde quer que vás. Como sabes, não somos imunes às intempéries da vida; não estamos isentos dos compromissos, e nem impunes em nossos atos: tudo tem o seu preço. Cabe-nos escolher acertadamente.
É no momento da escolha que determinamos o caminho a seguir, pois ao escolhermos, manifestamos processos genéticos alojados na programação da nossa alma, que nos direcionam às conquistas exitosas, personificadas no amor, na paz, na liberdade e na integração com o nosso criador; ou à aquisição de compromissos sofríveis, difíceis de ser removidos em pouco tempo.
Tenha fé, alma boa, não te entregues aos perigos da estrada, e nem deixe de confiar no que está além do horizonte. Siga com decisão forte e consciente de que, ao chegar, terás o merecido descanso e a necessária recompensa.
Lembre-se que o rio despeja as suas águas no mar por ter chegado ao seu destino final. Quando o Sol aparece para iluminar as regiões do globo, seus efeitos sobre a vida ficam evidentes pelo vicejar de novas sementes no solo, através das reações químicas, a fornecerem vitaminas e energia para os organismos.
A chuva cai sobre o solo ressecado, fornecendo-lhe hidrogênio e oxigênio para reagirem com seus elementos físico-químicos. As plantas florescem, servindo de sombra e alimento para os demais seres. Quando a lua brilha, enchendo a noite de beleza e harmonia, as estrelas agradecem pela oportunidade de nunca ficarem sozinhas na abóboda celeste.
O mar nos enche de esperança e fantasia, com os movimento de suas ondas, e a existência parece se renovar mais e mais pela força dos ventos, penetrando em nossos pulmões.
Em sua tarefa, as forças da natureza estão em alinhamento com a grande inteligência divina, que as programou para favorecer, milimetricamente, a manifestação da vida. Antes de desistir, pense na sua importância para a criação e não ceda aos obstáculos. Vença-os! Cumpra a sua missão.
Assim como o rio, o sol, a chuva, a lua e o mar, devemos seguir o nosso caminho, rumo ao destino principal, apesar das dificuldades, ou mesmo, subordinados a elas.
Somos viajantes neste universo infinito de experiências, e somos testemunhas dos luares belos não só deste planeta, mas de tantos outros pelos quais passamos; e dos quais, nem sempre soubemos cuidar. A grande mente divina assim nos fez para que pudéssemos aprender a sorrir depois de superar as lágrimas e as dores contidas em nós, ou continuadas nos outros.
Deus, na sua infinita sabedoria, nos quer felizes porque somos suas células, pululando neste imenso organismo vivo, cheio de vida, fortalecendo a própria vida. Deus nos quer bem! Entretanto, nossa matriz nos leva a rumos quase sempre tortuosos e complexos de serem trilhados. Pensando fazer o melhor para si, muitos assinam contratos em branco com situações, lugares e outros seres, querendo obter a realização dos seus prazeres imediatos.
Sem perceber, o indivíduo se insere num ciclo vicioso de temor e de terrorismo contra si e contra a obra da criação. Mas Deus está atento e sabe o quanto e quando deve interferir. Ele nos permite decidir e, como um pai, nos monitora a fim de detectar até onde podemos chegar.
Quando as sombras te atingirem impiedosamente, chamando-te para com elas ir, pense na beleza do mar sob o Sol, com suas ondas que vêm e voltam, e sempre voltam. Se a noite parecer mais longa do que devia ser em teus sonhos, instrua-te com as estrelas a emitirem suas luzes há milhares de anos, mesmo quando não existem mais.
Ao passares por vales escuros e frios, sentindo medo do que está por vir, confia naquele que te criou e inspirou a vida das tuas células, para que pudesses sentir a manifestação da essência por toda a criação. Não desanimes, estou contigo! Tua vida não é de mais ninguém além de ti. Cuida dela!
A caminhada é longa e, por isso, não se deve parar. Mas tenho uma notícia boa para ti. Deus está contigo, e sempre esteve. Os portais estão abertos, esperando a tua chegada para que, do altar das vitórias, possas dizer: _eu venci porque caminhei sem cessar; fui mordido por cães selvagens, atacado por feras e quase dizimado; mas não desisti da jornada difícil a mim indicada.
O deserto assusta, mas, mesmo nele, existem oásis verdejantes e propícios ao teu descanso e alimentação. A obra da criação não transcorre à revelia do seu mentor, tudo está onde devia estar: a sabedoria está à tua frente, ao teu lado e dentro de ti.
A criação significa a manifestação da sabedoria que habita em todos os entes do universo. Nada é criado sem o poder sábio do seu idealizador. Somos todos uns nos outros, perpassando e se interpassando pela difusão da grande energia divina.
Que a grande presença do Eu Sou irradie luz, amor e muita energia a todos os seres do Universo. Mesmo para as criaturas que não desejam obter a força diretamente da fonte original e preferem roubá-la dos humanos.
Que a Grande Mente Cósmica ative em nossas células o propósito divino das realizações em toda a vida e possibilite a todos entenderem os sagrados mecanismos da dinâmica divina das nossas verdadeiras conexões e centelhas.
Ninguém precisa acordar, pois a grande maioria não está preparada e nem disposta a recobrar os sentidos (infra)dimensionais. Entretanto, é importante dizer que muitos estão imersos num oceano de ilusões, recheado de perigos suficientes para mantê-los escravizados mental e espiritualmente por milhões de anos terrestres.
Boa parte dos humanos vive como se nada estivesse a acontecer consigo, ou ao seu redor. Mas, do lado de lá, temos conhecimento do turbilhão de conflitos, dúvidas e questionamentos insuflados em toda a manifestação da 3D, com o objetivo de minar as verdadeiras crenças e as realidades.
Que o pai, que está em todo o universo, nos permita adentrar neste reino de sabedoria e de amor transcendental, prevalente em toda a manifestação celestial. Que nessa jornada, o mal não nos domine eternamente, para que possamos chegar fortalecidos e galgar degraus de liberdade e paz interior.
Que a Grande Força do Criador do Universo acenda em todos a vontade de questionar e de se incomodar com o sofrimento, com a tristeza, com a fraqueza, com as ilusões, com os medos, com as culpas, com os flagelos para que, desses aprisionamentos, eles se libertem para todo o sempre.
 
(Gesiel Albuquerque)

domingo, 27 de março de 2011

Amor é...


" Amor é quando a gente mora um no outro! "
- Mário Quintana -

Sabedoria chinesa

Como lidar com o sentimento de culpa

A nosso favor ou contra nós, em algumas alturas da nossa vida apodera-se de nós um sentimento de culpa. Se a interpretação da culpa nos servir, nos engrandecer e for adaptativa e adequada funcionará certamente como um elemento para o nosso desenvolvimento pessoal. No entanto, muito de nós sentimo-nos culpados com bastante frequência levando-nos para caminhos auto-depreciativos e destrutivos. É uma parte natural da vida e realmente desempenha uma função adaptativa que nos ajuda a aprender com as experiências dolorosas ou assustadoras. Apesar da crença comum em contrário, a experiência da culpa não é totalmente negativa, improdutiva e destrutiva. Saiba como lidar com o sentimento de culpa, aprendendo a retirar o que lhe serve, a minimizar os danos e a enfrentar a vida por outra perspetiva.


“Culpa”é o termo que usamos para os sentimentos negativos que repetidamente sentimos quando cometemos um erro que consideramos grave, ou quando fazemos algo que gostaríamos de não fazer ou de não ter de o fazer.

A mente ativa a preocupação, revê vezes sem conta as escolhas ou ações e os resultados envolvidas, experienciamos um enorme sentimento de remorso que, para muitos parece um misto de náusea e um senso palpável de arrependimento muito significativo.

SENTIMENTO DE CULPA: PARA O BOM OU PARA O MAU

Estes desconforto de “opiniões” são percepcionados como indesejáveis, pensamentos intrusivos que geralmente não exercem uma função adaptativa. E muitas vezes eles não são. Mas, em alguns casos eles são realmente adaptativos, assim como praticamente todos os mecanismos físicos e mentais nos nossos corpos. Se adoptarmos uma perspectiva evolutiva, os sentimentos de culpa e remorso têm funções adaptativas, têm um elevado valor de sobrevivência na maioria das situações. No entanto, apesar disso para alguns de nós, e devido a uma avaliação desadequada e exacerbada das situações, a culpa e remorso, viram-se contra nós, tornam-se num terrível problema que assombra a vida e suga a energia e bem-estar.

A reter: A culpa e o remorso podem trazer-nos esclarecimento, mas aplicado de forma inadequada, podem causar-nos complicações. A culpa pode ser saudável, mas igualmente destrutiva.

Aquilo que dizemos a nós mesmos de forma repetida e recorrente vais ficando enraizado na nossa mente. O que dizemos a nós mesmos e a forma como dizemos, na verdade, pode ter efeitos enormes. É como se algumas partes do nosso interior, os processos mentais inconscientes ficassem mais sintonizados com o que dizemos a nós mesmos em silêncio ou em voz alta. É importante ter cuidado acerca da forma como você diz as coisas para si mesmo quando está a passar por dificuldades, lutas ou arrependimentos. Deve tentar ter o mesmo cuidado a falar para si, tal como teria se falasse com um amigo que está a passar por dificuldades ou que tenha feito algo do qual não se orgulhe.

Para aprofundar mais este assunto, pondere: Deixe de dizer desculpe, eu não sei, eu não consigo.

A CULPA COMO UM PROCESSO MENTAL DE ENORME POTENCIAL

Após um acontecimento significativamente assustador, embaraço ou doloroso, depois de uma grande dor, um medo, um trauma, um grande erro ou o que quer que o tenha magoado, o cérebro automaticamente inicia uma revisão repetitiva dos elementos envolvidos. Quando este processo é ativado, quando ocorre nas nossas mentes é iniciado por processos inconscientes e vivenciamos isso conscientemente através de sentimentos indesejáveis e fora do nosso controlo. Esta revisão de experiências significativas são apenas pensamentos indesejados ou memórias indesejáveis, quando não há sentimento de culpa. Quando existe um sentimento de culpa ou arrependimento, é porque se accionou o processo repetido de revisão da situação e consequentemente do sentimento recorrente de culpabilização.

Configurar alarmes e alertas da situação

Os nossos cérebros estão preparados para analisar as experiências consideradas intensas e “registando-se” na memória todos os sentimentos desconfortáveis e negativos como elementos, que podem servir como marcadores no futuro, para “lembrar-nos ” de experiências passadas, na esperança de podermos agir de forma mais adequada na próxima vez. Por exemplo, ao caminharmos por uma parte específica da cidade, se formos ameaçados ou atacados, provavelmente posteriormente teremos de lidar com um monte de memórias indesejada, da próxima vez que começarmos a ir novamente nessa direção, mesmo que realmente não nos lembre-mos do que tinha acontecido, uma espécie de alarme soará na mente.

A reter: A culpa pode motivar e estimular uma revisão completa de erros, aumentar a vigilância e cautela no futuro, dar uma sensação de ser responsável e promover a aceitação social e de estima.

No entanto o sentimento de culpa pode torná-lo emocionalmente desequilibrado, deixá-lo transtornado, diminuir a sua auto-estima, destruir a sua esperança, fazê-lo sentir-se estúpido, estragando a sua vida e eventualmente das outras pessoas significativas para si. O sentimento de culpa pode ainda fazê-lo ficar agarrado ao passado, impossibilitando que continue a levar a sua vida para a frente e a viver no presente.

Avaliar as situações com precisão

Ao avaliar com precisão os erros e situações negativas nas quais nos encontramos ou estamos atravessando, leva-nos a atravessar por um período de tempo onde as memórias e pensamentos emergem nas nossas mentes espontaneamente, acompanhado de sentimentos de angustia, acionando-se alarmes de alerta na forma de preocupações. Isso pode ser bom ou pode ser mau, dependendo de como fazemos uso da experiência sentida. Será que a culpa contribui para sermos mais inteligentes? Não. Não, porque o ser humano tem a benção da linguagem e do pensamento complexo. Com uma linguagem que pode manipular conceitos e interpretar situações e emoções como nenhum outro ser vivo. O sentimento de culpa (destrutiva) deve-se ao processo de revisão e ensaios, que é implementada com a nossa decisão de escolha, depois de algo negativo ter acontecido. Mas o que nós ensaiamos na nossa mente, faz a diferença entre tornarmo-nos mais inteligentes e funcionais ou tornarmo-nos menos capazes e inadequados.

Nós, seres humanos podemo-nos tornar mais ou menos inteligentes (com respostas mais ou menos adequadas aos nossos objetivos), porque podemos escolher os elementos que estamos a ligar (“emparelhar”) no nosso processo de raciocínio (forma de pensar). Por exemplo, analise a situação em que alguém depois de ficar acordado a noite toda, vai conduzir, adormece e tem um acidente. Se ele usa o processo natural de culpa para ruminar e recriminar-se acerca de ser irremediavelmente estúpido, e um falhado, ele está a queimar o cérebro desnecessariamente.

A ideia fundamental, é a de que nada lhe serve estar a usar o seu cérebro para pensar/ruminar de forma depreciativa acerca de si mesmo. Ele vai tornar-se mais incapaz do que antes do acidente. Ou, se perante as mesmas circunstâncias, ele usa o processo de culpa e recriminação por ter esquecido o pé de coelho da sorte (ou qualquer outra coisa associada à sorte), ele não vai ser mais esperto e raciocinar de forma mais adequada, provavelmente irá prejudicar-se ainda mais (isto assumindo que o pé de coelho não dá sorte.) Ou, se ele usa medicamentos, álcool, drogas, hipnose ou qualquer um dos milhares de distrações possíveis para evitar qualquer sentimento de culpa, ele não vai ser mais inteligente. Perder a oportunidade de aprender algo realmente importante através da experiência terrível que foi acidente de carro, é o que o sentimento de culpa promove, porque irá aumentar a probabilidade de fazer a mesma coisa de novo, como fez antes do acidente.

Mas, se ele usa a culpa para censurar-se por não dormir o suficiente e, em seguida pensar em ir dirigir sonolento, da próxima vez que esses elementos ocorrerem juntos, ele vai ficar nervoso antes de entrar no carro devido à ideia de ir dirigir, ou ele pode até ficar nervoso na noite em que tiver de permanecer acordado até tarde. Assim, ele pode ter espatifado um carro, mas ficará muito menos propenso a cometer esse erro novamente. Pelo menos ele retirou algo de positivo e construtivo do seu infortúnio (aprendeu que irá proteger-se em situações semelhantes no futuro). Esta é sem dúvida uma forma de pensamento positivo perante uma situação catastrófica.

O TERRÍVEL PESO DA AUTO-PUNIÇÃO


Algumas pessoas sentem que devem punir-se com a negação ou com a auto-sabotagem, como punição, quando se sentem “culpados”. Elas não acreditam que os sentimentos de culpa são castigo suficiente para o seu mal-estar.

Às vezes, retardar uma recompensa ou uma coisa boa, pode ajudar a sentir-se menos culpado. Na verdade, isto não passa de uma ilusão. A auto-punição, na grande maioria das vezes pode machucar ainda mais a pessoa que vive com o sentimento de culpa. Na medida em que a punição sobrecarrega a mente com o sentimento negativo, toda a aprendizagem a partir da experiência e do sentimento de negatividade será distorcida ou perdida. As únicas coisas que realmente são prejudicadas quando a punição é demasiado dura, são o auto-respeito e consciência. Diminuir o auto-respeito fará aumentar probabilidade da pessoa não se preocupar em magoar-se. Diminuir a consciência é o mesmo que diminuir a inteligência. Não se tem uma atitude muito inteligente (adequada) sendo hostis para nós mesmos, isto faz com que o nosso padrão mental fique alterado e nos turve a mente.

Quando não aprendemos com os erros

Porque razão por vezes não conseguimos aprender com alguns erros que cometemos na vida? A razão para tal, é que deixamo-nos turvar por erros de raciocínio. Viramo-nos contra nós numa altura em que mais nos deveríamos ajudar. Reconhecer o erro só é benéfico, se depois conseguirmos manter um equilíbrio emocional que jogue a nosso favor. É necessário que nos coloquemos num estado onde possamos accionar todos os nosso recursos para agir, minimizando o erro, evitando que volte a acontecer, ou antecipando novas situações para que não volte a ocorrer.

Frequentemente atendo pessoas em terapia que se queixam de que as suas vidas parecem estar a desmoronar-se. Elas relatam ter mais problemas com a vida à medida que o tempo vai passando. Dizem-me que acham que deveriam ter aprendido alguma coisa com a vida e com os erros que cometeram. E na verdade todos nós deveríamos, mas como as coisas não acontecem como queremos, o melhor que podemos fazer é, quando tomamos consciência disso, procurar uma forma de não continuar a fazer o que temos vindo a fazer até à data.

Quando nos viramos contra nós, muitos são os problemas emocionais que podem emergir, dificultando-nos o raciocínio. No entanto, alerto para o facto de existir uma mistura de comportamentos e atitudes que aumentam a vulnerabilidade aos problemas psicológicos:
■Auto-punição. Um sentimento de raiva e frustração auto-dirigido, que emerge de se pensar que os sentimentos de culpa não são suficientemente punitivos.
■Auto-avaliação depreciativa. uma avaliação negativa acerca de si mesmo, depreciando o seu carácter e inteligência ao invés de avaliar a situação e comportamentos que levaram ao problema.

Os problemas tornam-se preocupantes por mau uso do sentimento de culpa. Quando nos fundimos a alguns dos nosso sentimentos, e passamos a agir exclusivamente de acordo com eles, corremos o risco de tomar decisões que nos prejudicam porque agimos em modo emocional, deturpando as avaliações e consequentemente os passos para a solução.

Curiosidade: Os ratos e coelhos ou outros animais, executam as suas vidas com base nas emoções. Nos seres humanos as emoções e os sentimentos podem orientar e ajudar, mas não são o pensamento lógico. As emoções na grande maioria das vezes são accionadas de forma inconsciente no nosso cérebro. Elas ajudam, informam, direccionam e sugerem. Facto, que reforça a necessidade e utilidade de aprender a gerir as emoções.

Mas também temos linguagem e pensamento lógico. Temos outras áreas no nosso cérebro onde processamos pensamentos muito complexos, onde podemos manipular ideias complexas de forma complexa. Os sentimentos raramente são mais precisos do que um pensamento lógico e estruturado, embora muitas pessoas possam julgar que são, porque são mais fortes e fazem-se sentir no nosso organismo provocando mal-estar, ou pelo contrário enorme satisfação. Os sentimentos são formas rudimentares de informação (ainda que muito necessária), porque eles são gerados por áreas do nosso cérebro que são primitivas. Os sentimentos por vezes são formas muito subtis de informação, são formas imprecisas que nos podem colocar em apuros, se não forem descodificadas pela consciência. Os sentimentos para nos servirem de forma apurada devem passar pelo filtro do nosso pensamento lógico.

CULPA, APENAS UM SENTIMENTO E NÃO UMA EXPLOSÃO DE INFORMAÇÃO

Ter um sentimento de culpa não implica necessariamente que você tenha de se sentir culpado. A culpa é simplesmente um sentimento, uma experiência mental e física que ocorre no nosso corpo (experiência interna), um programa do nosso cérebro que é executado em resposta a um resultado negativo percebido de alguma natureza. Não é um monte de informações refinado, na verdade é uma informação subtil que emerge de uma reação, não muito mais que isso. É um sinal enviado ao cérebro, ou criado no próprio cérebro que permite accionar um conjunto de processos mentais para pensar de novo sobre as coisas. A experiência de culpa (a culpa descabida e incapacitante) na nossa mente, tem a ver com um processo de ruminação, devido à constante atenção que damos ao assunto que nos perturba e preocupa, criando-se um ciclo vicioso sobre um conjunto de pensamentos que se ligam entre si, mas que no entanto não levam à construção válida de uma resposta ou resultado que ajude na resolução do problema.

Um exemplo de sentimentos de culpa onde não há nada para se sentir culpado é a tristeza como reação à culpa que muitas pessoas experimentam quando morre (neste caso, de acidente) um ente querido. O sobrevivente fica obcecado com as coisas possíveis que poderia ter feito de maneira diferente, e eventualmente evitado a morte. (“Se eu não estivesse no trabalho, ele não teria morrido.” “Se eu me tivesse certificado que tivesse tomado o café da manhã, ele poderia ter tido reacções mais rápidas.” “Se eu não tivesse comprado aquele vestido preto , isso não teria acontecido. “O sobrevivente também pode ficar obcecado com a sensação de que havia um erro que ele ou ela fez, e que o outro era incapaz de identificar. (“Eu sei que havia algo que eu deveria ter feito diferente, mas eu não consigo descobrir o quê.”) Um problema semelhante ocorre quando um indivíduo está envolvido num grave acidente que não tinha nada a ver com o que o indivíduo estava fazendo (ou seja, , um avião cai em casa durante a madrugada, um rajada balas que são disparadas por um atirador enlouquecido num restaurante). Seria normal (mas inadequado) ficar obcecado com a experiência, revendo um e outra vez os acontecimentos e ações antes da catástrofe, mesmo que se reconheceu que, logicamente, não poderia haver nada para se sentir culpado.

O que exemplifiquei, não pretende transmitir a ideia que o sentimento de culpa não possa existir ou que seja um “pecado” quando o sentimos, nada disso. Obviamente que perante determinados cenários catastróficos ou negativos, e em reação a eles, se possam gerar determinados sentimentos de culpa. No entanto, importa referir que na grande maioria das vezes, esse sentimento é muito destruidor, não trazendo alívio nenhum à dor já infligida pelo acontecimento negativo. A reação de culpa é como que uma “fuga” interminável, não dá descanso, não orienta, não permite a reestruturação, devido ao constante sentimento de remorso. Este remorso, consome os recursos mentais, impedindo que a pessoa consiga pensar de forma clara e baseada em factos concretos.

SINTONIZE-SE, ACEITE E APRENDA COM O SENTIMENTO DE CULPA

Tenha cuidado, muito cuidado naquilo que vê de errado. As circunstâncias podem ser várias, mas é de sua conveniência esclarecer acerca do quê, e porque é que deve sentir-se culpado, ou se você deve sentir-se culpado acerca de tudo, ou até se é a única pessoa culpada. Ainda que faça mais sentido falarmos de responsabilidade. Uma excelente estratégia de clarificação, embora não infalível, de verificar se você acha que deve sentir os sentimentos de culpa, é perguntar a um amigo: Como é que ele lidaria com a situação se fosse com ele, e estivesse a sentir-se dessa forma?

Você acha que o seu amigo sentir-se-ia culpado como seu comportamento, e em caso afirmativo, por quanto tempo? Se você está esperando mais de si mesmo ou a ser demasiado duro, ou mais crítico do que você pensaria ser adequado para um amigo, pare com isso.

Um filho que se vê forçado a colocar os pais num lar de idosos por terem necessidades médicas, e que como alternativa, seria tê-los em casa e deixá-los morrer por causa da má assistência médica, pode sentir um profundo sentimento de culpa (que não é saudável nem ajudará à situação). Seria desapropriado sentir-se culpado por não ser enfermeiro ou não ter ganhado na loteria para que pudesse ter sido capaz de contratar enfermeiros para prestarem cuidados ao pais em casa.

O SENTIMENTO DE CULPA APROPRIADO

Quando os sentimentos de culpa são apropriados, vivê-los pode não parecer em nada que nos atrapalhem ou nos retirem clareza de pensamento. Esses sentimentos, podem fazer de você uma pessoa melhor, mais consciente, mais inteligente e mais capaz de evitar consequências idênticas no futuro. A auto-punição aplicada de forma prática num grau adequado e de forma saudável, é enriquecedora para si e para aqueles ao seu redor. Por outro lado, a auto-punição que serve e tem como fins a punição de si mesmo é disfuncional, contraproducente, perigosa e prejudicial para si e para os outros.

Como qualquer punição, os sentimentos de culpa e/ou as maneiras de agir consigo devido a sentir-se culpado, são demasiado intensas, então os sentimentos de culpa podem causar danos. A consequência a longo prazo do abuso prolongado imposto por alguém ou por si mesmo, é que você torna-se despreocupado, passando a agir de forma cada vez mais hostil consigo e com os outros (especialmente aqueles se preocupam com você). Você fica mais confuso e menos capaz de aprender com os erros, sentido-se cada vez mais “estúpido” e fora de controlo.

A perda de auto-respeito é prejudicial

Quando perdemos o respeito por nós mesmo, seja por algo que fizemos e nos sentimos culpados e diminuídos, seja porque sofremos consequências impostas por outros, como maus tratos, vergonha extrema, exturpação, desrespeito, na grande maioria das vezes o nosso comportamento sofre mudanças bruscas e desajustadas em resposta à situação traumatizante. Sentimo-nos tão mal, e ficamos com uma ideia tão deturpada de nós, que tendencialmente agimos contra nós. Provavelmente porque, os sentimentos experienciados geram confusão e raciocínios distorcidos, levando a comportamentos baseados em sentimentos desajustados e irrealistas.

Quando a culpa é apropriada, pondere dizer a si mesmo o seguinte: ” Toda a vez que me sentir culpado, tenho de me relembrar que é um sinal de alerta, que é um sinal que me informa que tenho de repensar o que fiz, e o que posso fazer para de forma funcional minimizar os danos e/ou evitar que sucedam no futuro”.

Atenção: Mesmo que se sinta culpado, não é sinónimo que você tenha de fazer coisas que lhe sejam prejudiciais e não sejam do seu interesse. O sentimento deve ser analisado de forma construtiva, reorientando o seu foco atencional para uma atitude positiva e construtiva.

QUANDO A CULPA É DISFUNCIONAL OU PERMANECE MUITO TEMPO

Quando os sentimentos de culpa não estão em de sintonia com a lógica de pensamento, são persistentes e não parecem diminuir, pode ser uma experiência muito frustrante e negativa. Esta situação é desconfortável, e na grande maioria das vezes pode corroer a auto-estima, motivação, produtividade e saúde. Pode ser uma causa de depressão e ansiedade e de comportamentos de auto-sabotagem. Pode sentir-se cada vez mais impotente, hostil para si mesmo e sem esperança.

Procurar ajuda profissional nestas situações de pensamento incapacitante e auto-destruidor, é a melhor coisa que pode fazer. Algumas sessões com um terapeuta, podem contribuir muito para o alívio do seu mal-estar, pode evitar viver com essa terrível dor emocional e/ou auto-sabotagem e raiva auto-dirigida.

Alguns tipos de medicamentos para a ansiedade, num primeira fase também podem ser úteis, principalmente porque podem ajudar a reduzir os sintomas físicos de mal-estar.

No entanto, importa alertar para o facto de que usar medicação ou qualquer tipo de programa de auto-ajuda para forçar-se a si mesmo a parar de pensar de forma depreciativa ou de sentir-se culpado, pode ser contraproducente se isso for contra as suas crenças e coisas em que acredita. Qualquer pessoa que se sinta incapaz de abandonar os sentimentos de culpa incapacitantes depois de uma quantidade razoável de tempo, deve pelo menos procurar um ou dois amigos para discutir a situação. Se isso não for suficiente deverá ponderar a possibilidade de procurar ajuda profissional (consultas de psicologia), para abordar o problema.

Se você acha que está em dívida para com o mundo sentido-se culpado sobre algo que você fez, a auto-sabotagem não é apropriada. Embora possa funcionar como um alívio temporário e sentir-se melhor no momento, esse tipo de comportamento só prejudica e prolonga o sofrimento. Se você sente o peso da responsabilidade através do sentimento de culpa, você precisa cuidar bem de si mesmo, para que possa ser capaz de ter comportamentos e atitudes positivas. O comportamento auto-destrutivo, é uma forma distorcida de processamento mental. Não faz bem a ninguém, nem em nenhuma circunstância.

Por Miguel Lucas.
Licenciado em Psicologia, exerce em clínica privada.
É também preparador mental de atletas e equipas desportivas, treinador de atletismo e
formador na área do rendimento desportivo.
É autor da Escola Psicologia.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Saiba identificar sua fome...


Dra Gismari Bertoncello
Nutricionista Clínica e Personal Diet
Formada pela UFSC e especialista em Nutrição Clínica de UGF/RJ
Consultório - Centro / Fpolis
Fone: 3225-0017

sexta-feira, 18 de março de 2011

O poder do otimismo


Nem todo dia o sol amanhece brilhando, é verdade. Mas, por mais nublada que esteja a realidade, se esforçar para ver uma luz no fim do túnel tem efeito transformador sobre a saúde, os relacionamentos e o sucesso profissional. Coloque em prática o pensamento positivo e comece 2011 com o pé direito.


Todo mundo tem dias em que acorda de baixo-astral, achando que alguma coisa vai dar errado, e outros em que parece que nada vai impedir a nossa felicidade. É humano, normal e bem comum nessa época de recomeço: juntamente com as expectativas e o frescor de um novo ano, vem o medo de não dar conta de realizar o que a gente quer, de não dar tempo, não dar certo... Qual o segredo para driblar a insegurança e não desanimar no meio do caminho? Pensar positivo e ir em frente. Mas calma lá: não se trata de cruzar os dedos e repetir como um mantra que tudo vai acabar bem. É preciso agir. “Em vez de apostar no otimismo como uma solução mágica, você deve transformar o pensamento em motivação para realizar seu desejo. Arrumar um namorado, emagrecer ou fazer a viagem dos seus sonhos”, por exemplo, fala a psicóloga Angelita Corrêa Scárdua, de Vitória.

Fé no futuro
Sejamos realistas: problemas sempre vão existir. A maneira como você os enfrenta é que faz toda a diferença. “Enquanto o pessimista acredita que é a pessoa mais azarada do mundo e que tragédias só  acontecem com ele, o otimista vê o conflito como parte da vida e procura nele uma oportunidade para crescer”, explica a especialista em comportamento humano Roselake Leiros, da CrerSerMais, em São Paulo.
Ok, há situações que parece impossível encarar de um jeito positivo. Como ser demitida, por exemplo. No entanto, em vez de se isolar com vergonha da situação ou medo de gastar as economias, uma atitude otimista seria aproveitar o tempo livre para estudar e se preparar para uma próxima oportunidade de trabalho. Ou fazer como a escritora Gisela Rao, 46 anos, de São Paulo, quando foi mandada embora. “Peguei o dinheiro da indenização e realizei meu sonho antigo de conhecer Roma”, conta. “Na volta, havia várias propostas de trabalho me esperando.” Gisela é otimista de carteirinha: até criou um blog (www.vigilantesdaautoestima.zip.net) para espalhar o pensamento positivo entre as internautas. “Quando você se coloca em primeiro lugar e tem coragem para fazer o que acredita, só atrai coisas boas”, diz.

Otimismo no DNA?
Por que algumas pessoas encaram a vida com leveza enquanto, para outras, é duro não pensar que, em algum momento, algo vai desandar? A genética tem parte da resposta.
Um estudo de 2009 realizado pela psicóloga britânica Elaine Fox, da Universidade de Essex, revelou que pessoas que carregam um determinado gene associado ao transporte de serotonina no cérebro têm mais predisposição a focar nos aspectos positivos da vida, já que o neurotransmissor é responsável por regular o humor e a sensação de prazer. De acordo com o levantamento, quem não conta com o tal gene do otimismo apresenta maior potencial para sofrer de depressão. Mas isso não é desculpa para cruzar os braços e esperar que o universo faça sua parte. Mesmo com o aval da ciência, os especialistas concordam que a genética pesa pouco na formação da personalidade otimista.
O que conta mesmo é o compromisso de cada um com a felicidade. Para a banqueteira Tatá Cury, 44 anos, de São Paulo, ele é prioridade. Depois de sofrer um acidente que lhe rendeu quatro meses na UTI e mais de 100 pontos na barriga, ela ainda teve que enfrentar o fim traumático do seu casamento e da sociedade com o ex-marido no negócio que abriram juntos. Ela sofreu, mas tirou tudo de letra: levantou o empreendimento, casou de novo e escreveu um livro de receitas – de pratos e de otimismo. “Quando fico desanimada, penso na família, na equipe e nos amigos incríveis que tenho e percebo que não há motivo para alguma coisa dar errado”, fala.

Melhor do que remédio
Não bastasse o lucro emocional de escolher ver a vida pelo lado bom, a ciência já provou que, com isso, você também sai ganhando em saúde e longevidade. A conclusão é da pesquisadora Hilary Tindle, da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Na pesquisa conduzida com mulheres em 2009, ela descobriu que as mais otimistas e felizes tinham menos risco de desenvolver doenças do coração, pressão alta e diabetes. O porquê: “Pessoas mais positivas lidam melhor com o stress, tendem a se cuidar mais e responder melhor a tratamentos médicos”, explica Hilary no estudo. “Elas se exercitam com mais frequência, fumam menos e têm um estilo de vida que reflete na saúde.”
Você também fica mais bonita quando está de bem com a vida. É que, mantendo distância do stress e da tristeza, você evita as alterações hormonais e a geração de radicais livres que aceleram o envelhecimento e resultam no aparecimento de rugas, manchas, oleosidade e perda de elasticidade cutânea. Fora as doenças manifestadas na pele e associadas às emoções, como psoríase e alergias.

Causa (não efeito) do sucesso
Suas chances de ir mais longe na carreira, assim como nos anos de vida, é outra consequência do pensamento positivo. “A disposição para experimentar coisas novas e solucionar problemas e a autoconfiança são características típicas da pessoa otimista e bastante valorizadas no ambiente profissional”, fala Angelita. “E, como ela tende a ser mais sociável e produtiva, também tem mais chances de ser bemsucedida no trabalho.”
Sempre vai haver quem diga que só consegue ser feliz e positiva quem tem um emprego legal, com um salário bacana e um chefe camarada. Um estudo da Universidade de Riverside, nos Estados Unidos, no entanto, defende o contrário: estar de bem com o mundo é causa, e não consequência, do sucesso. “Quem está satisfeita com a própria vida e cultiva ideias positivas tem mais energia para correr atrás do que quer e acreditar que é capaz de superar os obstáculos do caminho”, observa Angelita Corrêa Scárdua.

Quando o otimismo é demais
Pensamento positivo não faz mal a ninguém, certo? Quase sempre a regra é essa, mas, quando ele é exagerado e não vem acompanhado de ação (e uma dose de pé no chão), pode se tornar um problema. Como no caso daquela amiga que insiste em dizer que as brigas no casamento, que duram
anos, são apenas uma fase. Ou a outra, que vive endividada, mas não deixa de gastar fortunas em sapatos, como se não houvesse nada errado. “O otimismo excessivo é uma estratégia de defesa de quem, no fundo, não quer enfrentar o problema real”, fala Angelita Scárdua. “Alimentando a ilusão de que a crise não existe, você adia  a solução do problema e só faz o conflito crescer.”

Exercite seu poder positivo
Ponha em prática nossas ideias para ver a vida com mais alegria:
1. Tome posse de suas conquistas
Recebeu um elogio do chefe? Não pense que ele só está de bom humor ou tem segundas intenções. Aquele gato a convidou para sair? Não ache que ele não  tem companhia melhor, mas que está, sim, a fim de ver você. Você merece tudo de bom.
2. Acumule as alegrias
Assista uma comédia romântica, veja um programa bobo na tevê, escute uma música dançante, fale besteira com as amigas. Abrir espaço para o divertido da vida ajuda a levar as coisas menos a sério e afastar atitudes negativas.
3. Troque ideias
Dividir seus pontos de vista e escutar opiniões diferentes sobre um mesmo tema são maneiras de se conhecer melhor, valorizar-se e ver a vida sob outra perspectiva.
4. Evite palavras negativas
Cuidado com frases do tipo: “Não tenho mesmo sorte com os rapazes”, “Era muito bom para ser verdade” ou “Eu não mereço tudo isso”. Por mais que sejam da boca para fora, elas acabam convencendo seu cérebro e, aos poucos, destruindo a sua autoconfiança.

(por Márcia Di Domênico / Revista Boa Forma)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Somos...


Somos donos de nossos atos, mas não donos de nossos sentimentos; Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos; Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos... Atos são pássaros engaiolados, sentimentos são pássaros em vôo.


(Mário Quintana)

Saques e saquê

Tem uma música do Capital Inicial cujo refrão pergunta “O que você faz quando ninguém te vê fazendo?” A partir daí, a letra fala de meninas que posam nuas na frente do espelho e de garotos que dão uns amassos nas namoradas sem que os pais delas percebam. Mas é uma pergunta interessante não só para os adolescentes, e sim para todos nós. O que faríamos se ninguém pudesse nos ver? Para além das fantasias sexuais, a resposta pode revelar também nosso caráter.

Jornalistas que estão no Japão têm revelado seu pasmo diante da tragédia provocada pelo terremoto e pelo tsunami, só que a perplexidade deles não se resume às consequências gravíssimas que todo mundo viu pela tevê: eles estão pasmos também com o comportamento do povo japonês, que não está saqueando lojas destruídas e tampouco casas abandonadas às pressas pelos seus conterrâneos. Não é surpreendente?

Ninguém deveria ficar surpreso com atitudes corretas, mas ficamos, porque a gente se acostumou a ver cenas de pessoas que aproveitam circunstâncias de vulnerabilidade para invadir supermercados, levando tudo o que podem, sem pensar um segundo que aquela mercadoria tem dono, ele apenas não está de vigília. É o que você faria também se ninguém pudesse te ver?

Quando um caminhão tomba na beira de uma estrada, surgem criaturas de tudo quanto é lado para recolher a carga espalhada pelo asfalto, e acabamos considerando isso uma espécie de redistribuição de renda. Afinal, são pessoas necessitadas que estão se virando como podem etc etc. Com gente olhando ou sem gente olhando, a surrupiada acontece liderada por papai e mamãe e imitada pelos filhinhos.

Nos dias posteriores à enchente em São Lourenço do Sul, percebi que a cobertura jornalística destacava também a proteção que o Batalhão de Operações Especiais estava oferecendo aos moradores que tiveram que deixar suas residências. Brigadianos fizeram plantão noite e dia para evitar saques.

Ou seja, se não houvesse um policial em frente a uma casa que teve as janelas e portas desobstruídas pelas águas, um sujeito qualquer poderia entrar e levar o que encontrasse. Não é que a Brigada estivesse evitando crimes cometidos por assaltantes profissionais: estava evitando também o impulso de pessoas de bem que não resistem em tirar alguma vantagem quando ninguém está de olho.

Quem é que determina o limite do que se pode e o que não se pode fazer quando não há vigilância? Esse limite é determinado pela cultura e pela educação de um povo. Respeito à propriedade alheia é algo que devemos ter em todas as circunstâncias – todas. Se a propriedade deixou de ficar definida, ainda assim a pilhagem segue sendo uma atitude pouco nobre. Mas há culturas e culturas. Na terra do saquê, não há saques. Em outras, onde o exemplo de gatunagem vem de cima, a ocasião faz o ladrão.
 
MARTHA MEDEIROS

Uma verdade!

Cure sua vida

Quero lhe expor um dos mo­tivos que me fazem saber que as doenças podem ser vencidas com a simples troca de padrões mentais.


Anos atrás recebi um diagnóstico de câncer vaginal. Devido ao meu passado, que inclui um estupro aos cinco anos de idade e uma infância cheia de maus-tratos, não foi surpresa eu manifestar a terrível doença nessa parte do corpo. Como já era instrutora de cura mental há vários anos, tomei cons­ciência de que me estava sendo dada a oportunidade de pra­ticar e provar a verdade dos meus ensinamentos. Como qual­quer um que fica sabendo que está com câncer, de início entrei em pânico absoluto, mas logo ele foi substituído pela convicção de que o processo de cura mental funcionava. Consciente de que o câncer é provocado por um profundo ressentimento, guardado por um longo tempo até ele praticamente começar a comer o corpo, eu soube que teria muito trabalho mental à minha frente. Percebi que, se me submetesse a uma operação para me livrar da doença sem eliminar o padrão mental que a estava causando, o câncer voltaria. Quando esta ou qualquer outra doença reaparece, não é porque os médicos não "tiraram tudo", mas sim porque o paciente não modificou seu modo de pensar e continua recriando o mesmo mal. Também sabia que, se fosse capaz de eliminar por completo o modelo mental que criara a condição chamada "câncer", eu nem precisaria de ajuda profissional. Portanto, barganhei por mais tempo. Meu médico, a contragosto, me concedeu três meses, deixando bem claro que eu estava pondo a vida em perigo pela demora.


Imediatamente comecei a trabalhar com meu instrutor para eliminar velhos padrões de ressentimento. Até aquela época eu desconhecia que guardava dentro de mim um profundo rancor. Como somos cegos aos nossos modelos mentais! Seria preciso um longo exercício de perdão.


Outra coisa que fiz foi consultar um nutricionista para desintoxicar completamente meu organismo.


Assim, cuidando da limpeza mental e física, em seis meses consegui mostrar aos médicos o que eu já sabia: eu não apresentava mais nenhum tipo de câncer. Ainda guardo o resultado dos primeiros exames, que deram positivo, para me recordar o quanto pude ser negativamente criativa.


Hoje, quando um cliente me procura, por mais terríveis que possam ser seus males, sei que, se ele estiver disposto a fazer o trabalho mental de modificar os velhos padrões e per­doar, praticamente qualquer mal pode ser curado. A palavra "incurável", tão assustadora para muitos, na verdade quer di­zer apenas que determinada doença não pode ser curada por métodos "externos" e que precisamos nos interiorizar para efe-tuar a cura. A "condição" anormal que aparentemente veio do nada voltará para o nada.

Louise L. Hay

Há trinta anos, quando Louise Hay observava como as pessoas permitiam que as doenças e circunstâncias dolorosas controlassem suas vidas, ela prometeu a si mesma ajudá-las a ver que a raiz de suas dores brotava de seus próprios pensamentos negativos. Então, ela se sentou e descreveu em um caderninho azul como os nossos padrões e crenças mentais tinham o poder de contribuir para as doenças em nosso corpo. Este caderninho se tornou o livro título deste artigo, foi publicado em 1984, traduzido para 29 línguas e que já vendeu mais de 35 milhões de cópias em todo mundo.


Sua mensagem simples é: "O corpo, como tudo na vida, é um espelho de nossos pensamentos e crenças internos. Cada célula de nosso corpo responde a cada pensamento que pensarmos e cada palavra que pronunciarmos."

quarta-feira, 16 de março de 2011

Limites - Içami Tiba

Entrevista feita pela repórter Rosângela Santos com o psiquiatra e educador Içami Tiba - Blog Papo de Mãe - http://www.papodemae.com.br/


RS: Como educar os filhos nos dias de hoje?
IT: Hoje, para se educar, os pais precisam se preparar porque não adianta ser pai e mãe biológicos, pois isso não capacita pais para educarem. Então, a melhor maneira de educar é os pais aprenderem como se educa conforme a idade. Hoje, existe uma literatura muito vasta, basta que os pais coloquem como prioridade. Pode ser assistindo a um programa como este (Papo de Mãe), pode ser lendo livros... Em todos os jornais, pelo menos uma vez por semana, tem destaque uma parte para educação. Tem revistas... Então só não lê, só não se atualiza, quem ainda não entendeu que precisa colocar isso como prioridade.

RS: Antigamente era mais fácil educar?
IT: Não. Antigamente, não se educava também. Exigia-se e escravizava-se. Se a gente tivesse sido educado, nós saberíamos como educar. Educação é uma competência. É como um líder: um líder ensina o outro a ser líder também. Uma pessoa que é chefe ensina o outro a ser chefe. Nós aprendemos a ser chefes e não líderes. Mas hoje estamos numa outra época, em que os filhos aceitam muito a liderança, só que ela é rotativa, não é de uma pessoa só. Se o filho entende de internet e o pai não entende, então quem vai liderar este tema vai ser o filho, e todos na família ganham com isso. Ficou de ponta cabeça. O pai antes era o provedor, o sabedor de tudo, o que vai resolver tudo. Hoje não é mais assim... Às vezes, o pai está doente, não sabe que doença tem e o filho identifica porque o pai do amigo teve e dá uma força. Aquela relação vertical hoje se horientalizou para a família. A educação seria algo assim: um grupo de pessoas empenhadas no bem estar da família. Isso vai reverter num bem estar da sociedade com grandes olhos para o bem estar do planeta.

RS: Na sua opinião, quais são os maiores desafios que os pais enfrentam hoje?
IT: Primeiro ponto: a falta de conhecimento educativo. Segundo: é que as opções são muitas e os pais estão meio perdidos em qual é o melhor caminho. Terceiro: os filhos não são mais os mesmos. Antigamente, antes da era da internet, de crianças indo cedo para a escola, era fácil passar valores para os filhos porque eles conviviam com as famílias intensamente, sem interferência externa. Hoje, a interferência começa muito cedo com babá, TV, escola... Então, quando a criança começa a entender as coisas, ela já está incorporando junto com valores familiares outros valores. Aí a criança começa a contestar o que os pais fazem...

RS:Quando é que os pais devem impor limites às crianças?
IT: Desde que nascem porque nós precisamos de um limite biológico. O parto é o sinal de que pais não podem aceitar uma criança folgada que queira ficar 10 meses na barriga. E é assim também quando se começa a amamentar. A criança tem que ter ritmo de alimentação e não se alimentar quando quer. Não quer mamar, mas fica usando o seio como chupeta. Isso não pode! Então, tudo tem que ter ritmo. Chama-se ritmo biológico. A partir da compreensão da criança... Nós temos que ver qual competência a criança tem para fazer. Não adianta pedir algo muito elaborado, que ela não tenha idade para fazer. Mas é a partir das coisas simples que ela fizer, isso vai alimentando o ego dela, dando uma auto-estima suficiente de que “eu sou capaz”. Ela vai acreditando e vai crescendo cada vez mais competente. Agora, se nós fazemos por ela, ela aprende a depender, e estamos aleijando essa força da auto-estima que viria desde o comecinho. Ela fica numa espécie de “bolha”, que vai crescendo dentro da própria pessoa e isso muda tudo na vida. Determina se vai ter uma boa auto-estima ou uma auto-estima fraca.

RS: O “não” que vira “sim” prejudica muito as crianças?
IT: Prejudica muito. Muito porque não formamos cidadãos. Então formamos regras sociais à nossa maneira desde que não sejamos pegos. Em casa a mãe diz “não”. Aí a criança não faz nada até que a mãe ou o pai fala “sim” e derruba tudo. É o último dominó que derruba todos os “não” ditos até então. O que criança aprendeu? Existe regra? Existe sim, mas basta insistir que eu consigo. Isto é o grande drama do Brasil: todas as pessoas que furam as regras são as pessoas que uma hora acham que vão conseguir o que querem! Para a criança não tem pequeno ou grande. Nós é que dimensionamos. Quando ela quer uma coisa, quer no seu ser absoluto, pois ela não tem noção de grandeza, nem de responsabilidade. Isso se chama educação: passar esses valores, essas noções, para que criança crie dentro de si aquela condição de saber “isso eu posso fazer, isso eu não devo”.

RS: O que representa a falta de limites para o futuro da criança?
IT: Estraga a vida porque ela não vai conseguir acompanhar tudo o que precisa de limites. Por exemplo: na escola, ela precisa de limites. Quem não tem limites não se adequa à escola. Tem horários, lição de casa, provas. Ela vai querer estudar numa hora que é recreio e na aula vai querer ter recreio? Não tem condições. Na vida é assim! E ela acaba encontrando um jeito porque a criança precisa encontrar o ritmo dela. Isto acaba sendo deixar tudo para última hora porque, na última hora, todo mundo ajuda. E no social, ela vai sempre achar que existe uma lei que vai ajudar os que faltam porque aqueles que cumpriram se ferraram e o que bancou o espertinho e deixou por último, saiu beneficiado. Por isso que essa cultura brasileira interfere na família. Por isso temos que mexer da família para fora. Esses comportamentos que a gente condena são comportamentos que são reforçados fora de casa porque é em casa que aprendemos. Por isso faço tanta questão de dizer que é em casa que temos que educar as crianças.

RS: O amor em excesso pode estragar uma criança?
IT: Não. Existem pais que amam demais os próprios filhos, porém o que estraga são os comportamentos inadequados e não o excesso de amor. Daí mistura os dois juntos e fala que excesso de amor atrapalha. Não é não. Amor precisa existir. As crianças precisam, no início da vida, serem mais importantes que os próprios pais para os pais. Eles mesmos têm que colocar os filhos em primeiro lugar. Se o bebezinho está chorando, tem que ser atendido rápido. Não tem que deixar chorar meia hora - a não ser que seja por outro motivo que posso até explicar depois. Fora isso, o choro de recém nascido é desesperador para a própria criança porque ela não tem noção de tempo e sofre horrores. Parece que mundo vai acabar... Existe confusão entre a sensação de amor e o comportamento que os pais tomam. O que atrapalha não é o excesso de amor, elas precisam mesmo de amor, mais do que os adultos. Então, fora desse período, precisam aprender que amor tem que ser dividido entre as pessoas e não mais pra um do que pra outro, tem que dividir. O comportamento inadequado é quando nós usamos “em nome do amor” para fazer algo para o filho. No fundo, estamos aleijando a capacidade dele. Esse tipo de excesso faz mal. Em vez de desenvolver, a aleijamos na área que eles têm condições. Por peninha, muitas vezes, porque não se tolera que filho não faça. Se os pais não fizerem, o filho aprende. Não é excesso de amor que deseduca. O que deseduca são os excessos que os pais cometem quando fazem pelo filho o que ele é capaz de fazer. Daí os pais começam a se justificar, a colocar culpa em outra coisa e dizem que ele (o filho) já nasceu assim. Ninguém nasce assim. Nós é que educamos. Todos vão se corrigir quando tomarem consciência do quanto podem mudar. Por que nós ensinamos a nossos filhos que eles estejam sempre certos e os outros errados??? O filho bate com a cabeça na mesa e a mãe diz: “mesa feia!” e bate na mesa. O que a mãe está dizendo é que a mesa está errada e que ela se colocou no caminho da criança que estava inocentemente correndo pelo mundo? Não existe isso. Deve-se dizer: “então filho, tome mais cuidado, e agora chora porque dói mesmo”. Pronto e acabou. Ele nunca mais vai bater a cabeça na mesa. Senão, o colega que é ruim, a babá que não presta, a empregada que é não sei o quê, a escola, o patrão que não serve...

João Pedro e Davi
RS: Um filho é diferente do outro?
IT: Graças a Deus são diferentes. Quando o mais velho nasce, todo mundo está olhando para ele. Quando o segundo nasce, tem um dedo enfiando no olho dele. Por mais que pais queiram, nunca os filhos serão iguais. A parceria é desigual. O mais velho manda no mais novo e mais novo dá este poder. O mais velho tem idéias. Se o mais velho sabe fazer ele faz, se o mais novo não sabe, não vai fazer. Erram os pais quando, por exemplo, já na adolescência, o mais velho com 13 quer sair e o menor com 11 não tem com quem ficar. Aí a mãe fala “só sai se levar o menor”. Estraga os dois! Porque o de 11 ainda está na confusão, o de 13 com malícia. O de 11 funciona como o “bobo” da turma e vai levar porrada e o de 13 vai “pagar mico” . O mais velho tem que frenquentar a tuma dele e o menor a dele - que vai se divertir com outros assuntos. O grande segredo é tratar os filhos de jeito diferente. Na vida, a gente aprende com as diferenças, veja este exemplo: faz de conta que eu tenho um cachorro. Eu o agrado e ele olha pra mim e faz tudo pra mim como se eu fosse um rei. Daí eu tenho um gato, também agrado, faço tudo e o gato olha pra mim e diz “eu devo ser o rei”. Então, minha atitude depende da recepção que outro tem. Se um me maltrata porque eu fiz o bem, eu tenho que corrigir? Então, não é como os pais gostariam que fosse: falam uma coisa e querem que todos os filhos respondam igual. Isso não acontece...

RS: É correto premiar o filho quando ele faz algo certo?
IT: O filho merece tem, não merece não tem. Não importa. Cumpriu a tarefa? Tem. Não cumpriu? Não tem. Agora, tarefa não se premia não! Tarefa é obrigação. Porque se a gente premia a tarefa, daqui a pouco ele não faz nada porque não ganha nada... Você pede, ele não faz, e ainda diz “não ganho pra isso”.

RS: Castigo resolve?
IT: Não. Se castigo resolvesse todos os filhos seriam maravilhosos porque eu nunca vi uma criança que não tenha sido castigada. O que educa é corrigir o erro na base da consequência. Todo mundo fala: “errar é humano” ou “errando é que se aprende”. Isso é mentira. É corrigindo o erro que a gente aprende. Se não aprender, tem que aplicar consequências. Mostrar o que ele provocou por não ter feito algo. Então vai corrigir pra não fazer outra vez. Temos uma coisa que odiamos: corrupção, desvio de verbas... coisas que horrorizam, mas onde isso começou? Dentro de casa! Quando o filho de 6 anos pega dinheiro pra comprar lanche e vai lá e compra figurinha... Chega em casa e os pais ainda ajudam a colar no álbum! O que aconteceu? Os pais endossaram o desvio de verbas! Ele usou o que não podia. O dinheiro era para o lanche e não pra ele gastar com figurinha.

RS: O que pais devem fazer nessa hora?
IT: Devem dizer: “olha, você errou filho e você vai, durante uma semana, levar lanche de casa. Na próxima semana, a gente tenta outra vez. Se você acertar, aí vai ganhar dinheiro pro lanche, se outra vez gastar com o que não deve, vai ficar mais uma semana levando lanche de casa e ponto”. Ele aprende. Porque, caso contrário, depois sai de carro para ir até a padaria e dá volta pela cidade. Abusa do que não é dele. E quem ensinou??? Não adianta só o pai falar. Tem que ensinar. Filho faz o que aprendeu. E como aprendeu? Vendo!!! A transgressão é fácil. O “jeitinho” que se conseguem as coisas, a criança vê. A criança faz o que vê. Se o pai vai ultrapassar alguém no trânsito, ofende e xinga, pode estar certo de que a criança ali atrás já está com ódio do outro. É isso que ele está ensinando. Daí não adianta dizer que não pode xingar... Acha que por falar corrigiu o erro? Ele que não fale palavrão, ele que mostre o bom exemplo!

RS: Gritar resolve?
IT: Se gritar resolvesse, crianças seriam ótimas. Não tem mãe que não grite e nada irrita mais um filho do que uma mãe gritona! O pai é um trovão, filho não aguenta! Fale só uma vez. Se entendeu, entendeu. Se não entendeu, vai sofrer as consequências de não ter entendido para aprender a entender. Por exemplo, vou chamar você pra jantar e quero que você desça. Se não vier, vou fechar tudo e quando você quiser você vem, esquenta sua comida e deixa a comida em ordem, como encontrou. Caso contrário, não vai dormir. Aí ele (o filho) vem depois pra testar... Daí a mãe acaba fazendo miojo! Pra que fazer miojo???? Ele que se vire, ou então vai dormir sem comer. Se ele comeu, deixou bagunça na cozinha e foi dormir acorde ele com uma gotinha de água na testa e diga que só vai dormir depois que arrumar a bagunça! E deixe sem dormir uma noite. Isso não é castigo, é consequência. Se ele arrumar, pode dormir. Se não arrumar, não pode. Castigo é quando a gente dá uma surra que não tem nada a ver com arrumar ou não a cozinha.

RS: Tem que ter regras?
IT: Sim. Vai ter hora pra comer e se não veio fica sem comer. Ninguém morre por isso. O que eu acho é que isso não é excesso de amor, é moleza de pai e mãe. Seja firme uma vez e acabou. Ninguém gosta de dormir com fome!

RS: Quais são seus conselhos para prevenir o uso de drogas?
IT: A adolescência é um segundo parto. É nascer da família de criança para dar passos sozinho. Dentro da família, existe a ordem dos pais, ele recebe um sobrenome. Na adolescência, quer o nome dele, o apelido, vai atrás de identidade própria. E neste caminho, faz coisas boas e ruins. O acompanhamento dos pais vai selecionar o que é bom e o que não é bom. O que ele faz na rua, traz pra casa. Um bom exemplo é comparar com o piolho. Por melhor lugar que filho frequente, ele pode voltar com piolho. E não é porque pegou num bom lugar que vamos aceitar ter piolho em casa. Piolho significa um comportamento que eu não aceito e eu combato em casa! Se chega ele diferente e eu fico quieto, eu estou autorizando que ele traga para casa coisas erradas. Antigamente, achava-se que quem usava drogas tinha problemas. Hoje não é assim. O adolescente não tem problema, tem é curiosidade. Experimenta a droga. E a droga se experimentada, já altera a química na primeira experimentação. Você pode querer fazer outra vez se for gostoso porque cérebro está acostumado a repetir o que é gostoso. Então tem pessoas que tem que saber que droga é gostosa, mas não é para experimentar nem pra usar! Mas aí ele experimenta e diz “a vida é minha”. A vida não é dele não! Ele ainda está na fase que depende dos pais! Os pais assinam coisas. Se vier com este comportamento, os pais têm que combater. Pais sendo frouxos, vão piorar a situação. Se a gente não sabe o que fazer, então aprende uma coisa: se não sabe, vamos estudar para ver o que é! Temos que ter a posição de aprender sempre. Pais têm obrigação de, se não souber, partir para saber.

RS: Como combater as drogas?
IT: Basta não concordar, não endossar e não permitir. Não se usa drogas, assim como não se mata. Se você usar, vamos tomar medidas. Primeiro, vamos cortar suas saídas. Se ainda assim continuar, vamos cortar outras coisas. Aprender com a conseqüência desde pequeno. Você (filho) está decidindo que não pode sair porque abusou da sua liberdade. Só que tem que manter. Não pode abrir brecha. Não vai sair e ponto. Ou se estabelece limites fundamentais ou este país não vai mudar nunca!

RS: Tem pai que diz que vai deixar experimentar em casa, até álcool...
IT: É, dependendo da dose... quando altera o corpo, aí faz mal. A pessoa que bebeu uma vez... bebida é depressiva, deprime o controlador das vontades. A pessoa não consegue controlar a vontade de beber e passa do ponto. Tem pessoas que não podem beber porque passam do ponto. As que passam do ponto não podem beber. Temos que aprender a beber e tem que ser pouco. Não dá pra comparar bebida com droga. Mas o uso inadequado ou exagerado da bebida é droga sim. Quem bebe e dirige provoca problemas: se não morrer vai matar! Quanto mais beber, mais chance de acontecer tragédia. Pode ser fatal. As pessoas têm que se prevenir. Há 27 anos fui ao Japão com meus filhos e lá percebi que à noite tinha os japoneses que ficavam na cidade trabalhando. Eles saíam para beber e sempre tinha um bêbado e, o outro, quietinho esperando. Era um trato. No dia seguinte, era o outro que podia beber. Trouxe essa idéia para o Brasil: um não pode beber - é o que vai dirigir e que vai tomar conta dos que bebem! Houve época que morriam adolescentes como formigas nas estradas...

RS: Como evitar “más companhias”?
IT: Más companhias é como a história da mesa. O filho faz parte do grupo, é o “comportamento piolho”. Se eu não aceito, não permito, não entra em casa. Sair com essa turma? Não vai sair!!! Tem que ser desde o começo. Para os pais terem autoridade quando falam. É preciso nunca ceder quando uma decisão tiver sido tomada.

RS: É preciso estar sempre alerta?
IT: Sim. Basta acompanhar. O maior crime é dar celular pro filho ir para balada e daí filho não atende o telefone... Os pais ficam preocupados. Daí ele aparece de madrugada e o pai diz: “ai meu filho, ainda bem que você está vivo”. Que nada!!! Ele merecia uma “porrada”! Como, vai judiar do pai por não atender o telefone?? Diga: “você não vai mais sair porque vai ficar sem telefone. Vai ficar aí porque não é justo o que fez com a gente: não nos atendeu”. E não deixa sair uma semana. Como a idéia não é castigar, mas que ele aprenda, então: “Você quer sair? Vai sair, mas com uma condição: vai sair sem celular e vai ligar pra casa de uma em uma hora. Aí pode sair.” Porque em uma hora, qualquer droga que se use, você percebe por telefone. Por isso, os pais têm que estar atualizados. É mais importante buscar o filho na festa do que levar. Buscar dá trabalho, pegar o filho de fogo, é complicado. São as comodidades dos pais que facilitam vida do filho para que usem drogas. Há 18 anos escrevo livros para levar essas dicas aos pais. Um pai pode mudar o rumo dos filhos. Quem tem que orientar os filhos são os pais. A vida toda é um parto. São vários nascimentos ao longo da vida. Quando um parto vai bem, os outros também vão bem. O verdadeiro parto não é biológico: é o da independência. Começa quando se aprende a andar. Nesta fase, vai cair mesmo. Um parto bem feito é reconhecimento da capacidade. Mais tarde, vai ter que enfrentar o mundo sozinho. Pai não pode trazer nada pronto.

RS: Como o casal deve agir com os filhos?
IT: Acho que a mãe deveria trabalhar um pouco mais este lado porque ela não facilita. Ela está lá, cuidando dos filhos e diz pro marido “bem, me ajuda????” O quê??? Que ajuda nada!!!! Ele tem a parte dele na educação dos filhos. Isso não é ajuda para mulher. É obrigação de pai. Mas tem que ensinar o homem a fazer porque cérebro masculino é diferente do feminino. Com 3 filhos o pai fica louco, manda todo mundo ficar quieto, não consegue acompanhar. Homem é assim. Já a mulher consegue olhar os 3 fazendo coisas diferentes ao mesmo tempo e ainda falar no celular, comandando tudo, prestando atenção em tudo. Então é mesmo diferente. Por isso acho que para o pai é difícil chegar ao mesmo nível que a mulher que é mãe. Ele tem que ser pai, tem que saber ficar sozinho com os filhos pequenos. Mas hoje isso já está mudando. Uma coisa que antes nem se pensava era ver um pai trocar fralda. 50 anos atrás, pai só conversava com os filhos quando eles já falavam. Antigamente então, só quando crescia. Agora o pai já entra na sala de parto, corta cordão umbilical... Olha que evolução!!!!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...