A maternidade e a relação mãe-filho não estão desvinculadas da relação da mulher com o marido ou pai da criança. A figura do pai da criança deve fazer parte do mundo mantal da mãe, que assim inclui na relação mãe-filho, tanto de forma concreta como simbólica. Cria-se assim uma das condições básicas para o estabelecimento e a evolução saudável do Complexo de Édipo na criança. O pai junto da mãe, fornece ao filho uma “base segura”, uma estabilidade imprescindível para o desenvolvimento da saúde mental.
Bowlby afirma que a partir dessa base segura a criança – e posteriormente o adolescente – poderá explorar o mundo exterior e a ela retornar quando necessário. Ele compara esse papel da família com o de uma base militar, da qual parte uma força expedicionária cujo comandante só ousa ir avante e correr riscos quando confia na segurança da sua base. A confiança da criança e do adolescente na segurança da sua base familiar gera estabilidade emocional, o que lhe capacita aproveitar satisfatoriamente as oportunidades oferecidas pela vida.
Para Winnicott (1993), cabe à família fornecer a estabilidade necessária para o crescimento saudável da criança. Ela funciona como um “cimento” a partir da qual o indivíduo pode atingir maturidade emocional – que para Winnicott é sinônimo de saúde mental – em um caminho de transição entre o cuidado dos pais e da vida social. Os afastamentos em direção ao mundo externo precisam contar com o apoio da família e na verdade só ocorrem em relação às figuras externas dos pais, pois estas permanecem sempre vivas na realidade psíquica e interior de cada um. Quando há uma ruptura ou ameaça de desintegração na família, pode haver na criança um crescimento emocional prematuro e um estabelecimento precoce da independência. Isso, porém, não é saúde.
O valor do pai para a criança é compreendido em três campos principais:
Em primeiro lugar, pela relação entre os pais que, quando feliz, proporciona à criança segurança e fornece parte dos alicerces para o problema das relações triangulares.
Em segundo lugar, o pai é importante para proporcionar à mãe suporte para autoridade, sustentar a lei e a ordem que a mãe implanta na vida da criança.
Em terceiro lugar, a criança precisa do pai por causa de suas qualidades positivas e que o distinguem dos outros homens que, com a vivacidade de que se reveste a sua personalidade, enriquece o mundo da criança.
Sabemos que pai e mãe juntos, vão desempenhar as funções paternas e maternas para o filho, o que não quer dizer que esses papéis não possam ser alternados no dia a dia com a criança. Quando a mãe apresenta dificuldades no desempenho das funções maternas, o pai pode assumir a função de compensar o filho pelas deficiências da mãe, e vice-versa. No entanto, a compensação do pai não impede que a criança apresente os traços decorrentes da falta materna: carência afetiva, insegurança emocional, voracidade.
Uma relação amorosa feliz entre a mulher e o marido revela-se muito benéfica para a experiência da maternidade e para a relação mãe-filho. Um vínculo gratificante e afetivo como marido proporciona à mulher uma sensação de apoio e segurança, ajudando-a a enfrentar as dificuldades e angústias ligadas ao desempenho de seu papel materno. Nos casos em que o marido se mostra participativo e envolvido com seu papel, sua presença revela-se um fator integrador para a família, colaborando na criação das condições de uma vida familiar rica e saudável para seus membros. Esse fato depende tanto das condições psíquicas do marido quanto da mulher, que precisa “abrir espaço” para o mesmo na relação que ela estabelece com o filho.
Por outro lado, a relação infeliz entre o casal é causa de grandes conflitos na vida familiar, trazendo inevitáveis prejuízos para a criança. A criança é sensível às relações entre seus pais, e se tudo correr bem “entre as paredes do lar”, a criança se torna mais contente e mais fácil de conduzir, o que se constitui como “segurança social”. A infelicidade entre o casal traz reflexos para a experiência de maternidade e, entre eles, a mulher pode procurar compensar sua infelicidade conjugal por meio da relação com o filho. A mãe desloca para o filho parte do afeto que não encontra na relação com o marido, tentando dessa forma compensar suas carências e frustrações na vida conjugal. Essa situação pode levar a uma intensificação da relação dual entre mãe e criança, dificultando o crescimento e separação mãe-filho, ao mesmo tempo em que uma sensação, na criança, de dívida à mãe, pelo excesso de afeto recebido, e de culpa ao pai, por sua exclusão.
Para muitos casais, a vinda de um filho oferece ganhos e enriquecimento da família, e eles se sentem muito beneficiados pelo fato. A maturidade emocional do casal possibilita que eles aceitem as mudanças advindas da presença do filho em suas vidas, sem ressentimentos excessivos pela perda das condiçõrs anteriores. Predominam os sentimentos de ganho e prazer pela nova situação, encontrando grande satisfação no amor e dedicação ao filho, ao mesmo tempo em que sentem que a união marido-mulher se fortalece após terem atingido condição de pais.
Uma imaturidade mais acentuada dos pais, ou de um deles, pode causar sentimentos mais intensos de pesar pela perda da relação dual marido-mulher. Tais sentimentos tem sua origem, em desejos primitivos de exclusão na relação com a própria mãe. Conservando uma posição mais egocêntrica, pode ser mais difícil a um dos pais aceitar a inclusão do filho na vida do casal e a perda exclusividade na relação com o cônjugue.
Refrência bibliográfica: FELICE, E. M. Vivências da Maternidade. Editora Vetor.
Bowlby afirma que a partir dessa base segura a criança – e posteriormente o adolescente – poderá explorar o mundo exterior e a ela retornar quando necessário. Ele compara esse papel da família com o de uma base militar, da qual parte uma força expedicionária cujo comandante só ousa ir avante e correr riscos quando confia na segurança da sua base. A confiança da criança e do adolescente na segurança da sua base familiar gera estabilidade emocional, o que lhe capacita aproveitar satisfatoriamente as oportunidades oferecidas pela vida.
Para Winnicott (1993), cabe à família fornecer a estabilidade necessária para o crescimento saudável da criança. Ela funciona como um “cimento” a partir da qual o indivíduo pode atingir maturidade emocional – que para Winnicott é sinônimo de saúde mental – em um caminho de transição entre o cuidado dos pais e da vida social. Os afastamentos em direção ao mundo externo precisam contar com o apoio da família e na verdade só ocorrem em relação às figuras externas dos pais, pois estas permanecem sempre vivas na realidade psíquica e interior de cada um. Quando há uma ruptura ou ameaça de desintegração na família, pode haver na criança um crescimento emocional prematuro e um estabelecimento precoce da independência. Isso, porém, não é saúde.
O valor do pai para a criança é compreendido em três campos principais:
Em primeiro lugar, pela relação entre os pais que, quando feliz, proporciona à criança segurança e fornece parte dos alicerces para o problema das relações triangulares.
Em segundo lugar, o pai é importante para proporcionar à mãe suporte para autoridade, sustentar a lei e a ordem que a mãe implanta na vida da criança.
Em terceiro lugar, a criança precisa do pai por causa de suas qualidades positivas e que o distinguem dos outros homens que, com a vivacidade de que se reveste a sua personalidade, enriquece o mundo da criança.
Uma relação amorosa feliz entre a mulher e o marido revela-se muito benéfica para a experiência da maternidade e para a relação mãe-filho. Um vínculo gratificante e afetivo como marido proporciona à mulher uma sensação de apoio e segurança, ajudando-a a enfrentar as dificuldades e angústias ligadas ao desempenho de seu papel materno. Nos casos em que o marido se mostra participativo e envolvido com seu papel, sua presença revela-se um fator integrador para a família, colaborando na criação das condições de uma vida familiar rica e saudável para seus membros. Esse fato depende tanto das condições psíquicas do marido quanto da mulher, que precisa “abrir espaço” para o mesmo na relação que ela estabelece com o filho.
Por outro lado, a relação infeliz entre o casal é causa de grandes conflitos na vida familiar, trazendo inevitáveis prejuízos para a criança. A criança é sensível às relações entre seus pais, e se tudo correr bem “entre as paredes do lar”, a criança se torna mais contente e mais fácil de conduzir, o que se constitui como “segurança social”. A infelicidade entre o casal traz reflexos para a experiência de maternidade e, entre eles, a mulher pode procurar compensar sua infelicidade conjugal por meio da relação com o filho. A mãe desloca para o filho parte do afeto que não encontra na relação com o marido, tentando dessa forma compensar suas carências e frustrações na vida conjugal. Essa situação pode levar a uma intensificação da relação dual entre mãe e criança, dificultando o crescimento e separação mãe-filho, ao mesmo tempo em que uma sensação, na criança, de dívida à mãe, pelo excesso de afeto recebido, e de culpa ao pai, por sua exclusão.
Para muitos casais, a vinda de um filho oferece ganhos e enriquecimento da família, e eles se sentem muito beneficiados pelo fato. A maturidade emocional do casal possibilita que eles aceitem as mudanças advindas da presença do filho em suas vidas, sem ressentimentos excessivos pela perda das condiçõrs anteriores. Predominam os sentimentos de ganho e prazer pela nova situação, encontrando grande satisfação no amor e dedicação ao filho, ao mesmo tempo em que sentem que a união marido-mulher se fortalece após terem atingido condição de pais.
Uma imaturidade mais acentuada dos pais, ou de um deles, pode causar sentimentos mais intensos de pesar pela perda da relação dual marido-mulher. Tais sentimentos tem sua origem, em desejos primitivos de exclusão na relação com a própria mãe. Conservando uma posição mais egocêntrica, pode ser mais difícil a um dos pais aceitar a inclusão do filho na vida do casal e a perda exclusividade na relação com o cônjugue.
Refrência bibliográfica: FELICE, E. M. Vivências da Maternidade. Editora Vetor.
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