terça-feira, 27 de dezembro de 2011

3 armadilhas na comunicação com o seu filho

Acredito que a comunicação que os pais ou educadores têm com as crianças é suportada pela boa intenção. Mas por vezes, ironicamente o resultado não é aquele que se pretende, ou pode levar a situações mais empolgadas perdendo-se o motivo pelo qual se iniciou a conversa. Isto pode acontecer pelo medo que os pais têm das crianças poderem vir a magoar-se, errar ou a comportar-se indevidamente levando-os a comunicar com as crianças de uma forma prejudicial.

Apresento três formas de comunicação que podem evitar equívocos e consequências negativas:
filhos

EVITE TRANSMITIR O SENTIMENTO DE CULPA

Muitas vezes, pais e educadores utilizam a estratégia errada ao fazer com que a criança se sinta culpada pelos seus pensamentos, sentimentos e ações. Até pode ser assertivo e benéfico perguntar à criança o que ela sentiria se estivesse no seu lugar ou no de outra pessoa numa determinada situação. No entanto, muitas vezes, porém, os pais empurram esta questão até ao limite e tentam fazer com que os seus filhos se sintam culpados por causa de seus pensamentos, sentimentos e/ou ações. Os pais que usam o sentimento de culpa para controlar a criança correm o risco de lhes provocar alienação.
Leve em consideração que a estrutura mental de uma criança ainda não comporta em si recursos de compensação suficientes para lidar com o sentimento de culpa exagerado. Ainda que lhe possa fazer sentir o peso dos seus comportamentos desajustados, deve sempre enquadrar o grau do problema e explicar-lhe uma alternativa comportamental mais viável e assertiva. Indique-lhe o caminho, dirija-a para onde pretende que ela chegue, emendando os pontos onde ela errou, vincado mais o que quer que ela faça, e não o que quer que ela não faça.

EVITE O SARCASMO

Cada vez que você diz coisas que não queria verbalizar e dá a entender o oposto do que quer transmitir através do seu tom de voz ou expressão corporal, está a utilizar o sarcasmo. Um exemplo seria dizer algo como, “Oh, não é brilhante”, quando o seu filho faz uma má escolha. Ou, quando a sua filha adolescente lhe pede aprovação, você diz algo do género, ”Yeah, a tua roupa fica ótima se for para entrares num festival de vagabundos.” O uso de sarcasmo, sem dúvida, fere as crianças. O sarcasmo é um obstáculo problemático para os pais que estão tentando comunicar-se efetivamente com os seus filhos.
O sarcasmo é uma forma de comunicação muito emocional, muito incisiva nos aspectos negativos da criança, que lhe transmite sentimentos de desprezo, intolerância e desdém por parte do adulto. São afirmações dirigidas à auto-estima e auto-conceito da criança. São mensagens destrutivas sem qualquer intenção de orientação e assertividade.

EVITE INFORMAÇÕES PRONTAS E DEMASIADO PATERNALISTAS

Quando os pais dão impulsivamente aos seus filhos uma dissertação sobre como devem fazer as coisas, ao invés de deixá-los ter alguma contribuição nas soluções para os seus problemas, isso são soluções prontas. Dirigir e controlar excessivamente a criança será quase garantido que ela não vai ouvir nada do que você lhe diz. Seja o que for que diga, a criança vai fazer o oposto do que você está tentando fazer com que ele faça. Os pais que dizem aos seus filhos como resolver os seus problemas podem levar as crianças a acreditar que elas não têm controle sobre as suas próprias vidas. Estas crianças podem acabar acreditando que os seus pais não confiam nelas. Ou, elas podem ressentir-se de ser dito o que têm de fazer e como resultado resistir às indicações dos seus pais.
Interaja com a criança, tente perguntar-lhe como é que ela pensa resolver a situação. Se você não estiver de acordo, vá fazendo questões orientadoras, conduzindo a conversa, transmitindo informação que lhe permita, eventualmente, chegar a uma solução aproximada daquela que pretende. Não lhe entregue a solução de bandeja. Ajude a criança a construir e a chegar a uma solução viável, percebendo o porquê e percebendo porque razão a solução a que chegou é a mais indicada para as circunstâncias.

MANTENHA EM MENTE:

Tente evitar falar à criança através de sarcasmo, culpa, ou informações prontas. Dirija a conversa com compreensão para que você possa falar com ela. Desative o seu ego e evite tornar-se adversário do seu filho. O benefício desta atitude positiva e postura será elevado, o relacionamento com o seu filho irá fortificar-se e consequentemente as tensões irão diminuir.
Para aprofundar o assunto, pondere ler: A arte de comunicar com o seu filho, regras a não esquecer
- Miguel Lucas 

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