quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O lar é a alma da família

Moradia, qualidade de vida e segurança são os pilares da performance familiar

Todo ser humano precisa de um território para viver, e nele, uma moradia onde possa dormir.

Os humanos fazem suas moradias num território onde encontra trabalho do qual tira o sustento. Os civilizados disputam a mesma caça - emprego e/ ou trabalho - e, como na natureza, sobrevive o mais forte, que no caso é quem for mais capacitado.

Em contrapartida, nossa moradia é o nosso território específco, onde ninguém que não seja da família tem o direito de "entrar". "Na minha casa, mando eu!". Eis uma das expressões que melhor demonstram o sentido de dono absoluto.

A cidade é um compartilhar de vários territórios, às vezes, até superpostos que estabelecem redes de relacionamentos com diferentes tipos e qualidades. Mas cada cidadão preserva sua moradia conforme as características de sua família e tem que pagar pelo seu conforto, saneamento básico, luz, etc.

Para citar um exemplo, há condomínios com muitos apartamentos de idêntica planta baixa. Mas não há um igual ao outro, pois cada morador o decora de acordo com suas preferências e prioridades. Até mesmo numa família, apesar de todos dormirem na mesma moradia, cada um tem seu canto para dormir e um cantinho "secreto" onde guarda suas preciosidades. Resultado: cada um dos 6,5 bilhões de habitantes da terra tem seu cantinho indevassável - pelo menos nos seus desejos.

Ninguém suportaria viver se a cada noite que se aproximasse tivesse que procurar onde dormir. Mesmo os sem-teto sabem onde irão dormir, onde guardar suas preciosidades. Cada morador de rua tem seu território e o defende com unhas e dentes.

Quem não tem moradia própria, paga aluguel ou invade e toma posse de locais onde possa dormir. E há pessoas que pagam aluguel não porque falte dinheiro para comprar a moradia, mas por um projeto fnanceiro.

Moradia e liberdade

O território dos jovens é onde possam ver e ser vistos por outros jovens, principalmente do sexo oposto. Eles precisam encontrar seus pares, pessoas com quem querem estar juntos e compartilhar aventuras, competições, festas, esportes, disputas, falas, contestações e brigas, além de jogar, falar alto, gargalhar e uma infnidade de outras ações que podem criar na hora. Muitos deles acham enfadonho morar com seus pais, sobretudo em cidades pequenas. Não que a moradia seja detestável, mas é que o seu território fca muito restrito e assim sua performance social fca muito baixa.

Mas é fato que, independente da faixa etária de uma pessoa, ter moradia própria signifca liberdade. Melhor ainda se ela for confortável, espaçosa, bem construída, bonita e saudável. Isso signifca ter alta performance e não se viver assustado, apreensivo e temeroso.

No entanto, vale lembrar que para se ter alta performance em uma moradia seria necessário:

- Ter o sufciente conforto material, com espaço adequado para tudo e todos, numa convivência em que se respeite o "ser-no-mundo" de cada um;
- Estar bem situada para receber boa ventilação e exposição ao sol;
- Ter boa localização, sufcientemente longe do barulho e adequadamente perto dos locais mais necessários para a família;
- Oferecer boa segurança para dormir tranqüilo sem sobressaltos de medo ou sustos;
- Ser, enfm, o local onde todos os familiares tenham prazer em voltar para ela e nela viver.

Içami Tiba. 
Dica do mês

Como Sobreviver à Própria Família 
Autor: Mony Elkaïm.
Editora: Integrare

Em certos momentos, o ambiente familiar pode se assemelhar a uma prisão. Quem nunca teve sensações como essa? Em sua experiência como terapeuta, Elkaïm ajudou a solucionar diversos casos de pessoas que julgavam não haver mais saída para a vida em família, desvendando o papel específco do indivíduo no lar, as armadilhas implícitas nele, e como desenvolver esses papéis produtivamente.


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