terça-feira, 2 de outubro de 2012

Álcool e Adolescência: Uma combinação infeliz


Como definir “Adolescência “?
Existem diferentes critérios que podem ser utilizados para defini-la, desde as características psicológicas e sociais e o desenvolvimento físico, até a idade cronológica. O critério mais comumente utilizado é o da idade cronológica que, segundo a Organização Mundial de Saúde, define o período de adolescência como aquele compreendido na faixa dos 10 aos 20 anos de idade. Neste período, o indivíduo ainda está em processo de crescimento e maturação biológica e psicológica. Justamente por ser um indivíduo ainda em processo de crescimento e desenvolvimento, torna-se também um ser com maior vulnerabilidade frente aos riscos ambientais como um todo. O processo de maturação do ponto de vista biológico, psicológico e social do adolescente  determina que os problemas de saúde nessa fase sejam preditivos do seu desempenho na vida adulta. Quando falamos a respeito dos aspectos psicossociais do adolescente, falamos de uma fase de profundas transformações com importante mudança de personalidade, com necessidade de aumento de autonomia e  de comandar o próprio destino. Há um desejo de contestar autoridade e promover uma quebra de padrões. Além disso, o adolescente acredita ser indestrutível e muitas vezes até mesmo imortal, levando-o a adotar comportamentos de risco e inconsequentes.
A respeito dos comportamentos de risco, gostaria de enfatizar o uso do álcool (droga considerada lícita), como um problema de saúde que vem se agravando muito nos últimos anos, com início cada vez mais precoce entre os adolescentes. O álcool age sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) com ação inicialmente desinibidora e, posteriormente depressora. Pode causar intoxicações agudas graves, além de hepatite e crises convulsivas. É sabido que o álcool é tóxico para as células do corpo como um todo. No caso do adolescente, por ser um indivíduo em formação, cujos órgãos e SNC também estão em formação, o álcool em excesso pode levar a um prejuízo da capacidade enzimática das células nervosas, com alterações na transmissão dos impulsos nervosos e integridade celular provocando, inclusive, sequelas  duradouras. O risco aumenta bastante com o uso concomitante de outras drogas, levando muitas vezes a intoxicações graves ou fatais.
Pesquisas científicas nos EUA constatam que o início precoce do uso do álcool está associado a maior incidência de dependência alcoólica. Adolescentes que iniciam o uso de álcool antes dos 16 anos de idade tem um risco de 1,3 a 1,6 vezes maior de vir a ser dependentes do mesmo. Cada ano de atraso no início da sua utilização, diminui em cerca de 14% o risco. Estudos em gêmeos indicam a importância dos fatores hereditários e ambientais no alcoolismo, sendo que a influência hereditária é maior em indivíduos que já fazem uso do álcool antes dos 13 anos de idade. Com relação aos fatores ambientais, a maior tolerância no âmbito familiar, a pressão exercida pelo grupo de amigos, a omissão das autoridades e a permissividade social são aspectos fundamentais na causalidade da dependência alcoólica.
Como evitar que nossos jovens sejam vítimas do abuso do álcool e outras drogas em geral? A família, apesar do estabelecimento de um novo padrão familiar na sociedade, ainda é o principal ponto de referência para o adolescente, sendo tarefa fundamental dos pais manter um diálogo aberto com os filhos sobre todos os assuntos, especialmente aqueles que envolvem riscos potenciais aos mesmos. Além disso, cabe aos pais estabelecer os limites na vida do adolescente.
DIKAS:
Proteja seu filho da dependência do álcool e drogas em geral, seja presente e participante em sua vida!
PS: Para maiores informações visite o site www.cisa.org.br (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).

Fernanda Abreu
Pediatria e Pneumologia Pediátrica

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