quarta-feira, 3 de outubro de 2012

E com as crianças, como falar sobre a morte?


Se nós já temos dificuldade em falar sobre o assunto, imagine o desafio que encontramos quando precisamos falar sobre o tema com nossos filhos!
Para enfrentar este desafio é importante entender como as crianças, de faixa etárias diferentes, entendem o significado de “morte”. Segundo Lucélia Paiva, psicóloga e doutora em psicologia do desenvolvimento, crianças pequenas, entre os 3 e 5 anos, não entendem o conceito de morte, para elas a morte é sentida como ausência e falta, têm uma visão mágica e egocêntrica, ou seja, acreditam que os médicos ou qualquer outra coisa possam trazer quem morreu de volta. Ainda com o pensamento mágico acreditam que seus pensamentos possam causar a morte de outras pessoas ou até mesmo curá-las.
Entre os 5 e 7 anos a criança adquire a compreensão da ideia de morte. Compreendem que quem morreu não volta mais, que todos os seres vivos um dia irão morrer, reconhecem o não mais funcionamento do organismo e podem compreender a causa, ou seja, o porquê a pessoa morreu.
Dos 9 anos em diante a criança já é capaz de formular um conceito de morte mais abstrato.
Para conversar com as crianças independente da faixa etária que se encontrem é preciso que tenhamos uma comunicação aberta e segura, para poder informar a criança sobre o que aconteceu. Esconder ou contar histórias fantasiosas podem ser tranquilizantes para o adulto, pela dificuldade deste em lidar com o tema, mas para a criança muitas vezes é motivo para mais ansiedade, medo e dúvidas.
Assim como nós adultos, as crianças precisam compreender e atravessar o luto, passar pelos sentimentos de inconformismo até a saudade eterna.
E como falar para a criança? Segundo Lucélia, uma excelente maneira de falarmos sobre a morte é através das histórias infantis, pois as histórias são ferramentas que a ajudam as crianças a elaborar sentimentos e temas com os quais não conseguem lidar ou se expressar. As crianças podem a partir das histórias se identificar com um personagem e através dele falar de seus sentimentos.
É interessante que o adulto leia a historia antes de oferece-la a criança e que também leia junto com ela para poder transmitir segurança.
Alguns exemplos de histórias infantis que abordam o tema: Bambi, Rei Leão, Procurando Nemo, entre muitos outros.

                        “…quando a história é bem escolhida, a criança ouve com atenção porque você entra no mundo dela…Contar-lhe uma história é muito mais respeitoso e muito menos invasivo do que tentar conversar com ela utilizando a linguagem cotidiana.” (Sunderlan, 2005)

Por Thais S.Tagliassachi Gouvea.


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